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Saiba como evitar sobrecargas e curtos em tomadas

A sobrecarga da tomada pode causar aquecimento e desgaste dos fios, choques elétricos e curtos-circuitos - Getty Images
A sobrecarga da tomada pode causar aquecimento e desgaste dos fios, choques elétricos e curtos-circuitos Imagem: Getty Images

Juliana Nakamura

Do UOL, em São Paulo

16/04/2014 16h00

Na hora de instalar um equipamento elétrico novo em casa, nem sempre encontramos uma tomada livre. A saída, na maioria das vezes, é dar um jeitinho com um benjamim, ligando mais de um aparelho no mesmo lugar. É aí que mora o perigo, pois esse hábito simples pode levar a uma sobrecarga da tomada, com consequências como aquecimento e desgaste dos fios, choques elétricos, curtos-circuitos, queima de equipamentos, desperdício de energia e até incêndios. Para evitar danos, veja como identificar se a instalação elétrica de sua casa está sobrecarregada e saiba como agir.

Sinais de perigo

Perceber que há algo errado no sistema elétrico da casa não é difícil. O desligamento do disjuntor com frequência é a primeira pista. Os disjuntores servem justamente para cortar a passagem de corrente elétrica no circuito, quando a intensidade ultrapassa um limite pré-determinado. 
 
Também são sinais de sobrecarga quando há redução da luminosidade de uma lâmpada sempre que se liga um equipamento, como máquina de lavar e forno de micro-ondas, ou se as tomadas esquentam quando estão em funcionamento. Em alguns casos é possível perceber mudança de cor, ressecamento e trincas do material isolante.
 
O que fazer?
 
Em todas essas situações, a solução para reduzir a sobrecarga na instalação elétrica é redistribuir os aparelhos pela casa ou instalar novas tomadas em locais previamente escolhidos conforme sua necessidade.  Também é importante respeitar a capacidade da corrente elétrica de tomadas, adaptadores e extensões, para não conectar uma quantidade de aparelhos que exceda esse limite. Para uma tomada residencial comum, este limite costuma ser de 10 ou de 20 amperes. 

Cabos; fios - Getty Images - Getty Images
Nunca conecte uma grande quantidade de aparelhos em uma mesma tomada
Imagem: Getty Images

Mas não é preciso fazer contas antes de conectar um aparelho em uma tomada. De modo geral, as residências são construídas com a previsão de tomadas de uso comum e de uso específico (para aparelhos de grande potência, como chuveiros e máquinas de lavar).  É preciso apenas usar o bom senso para evitar conectar uma grande quantidade de aparelhos num mesmo lugar.
 
Benjamim pode?
 
Os especialistas recomendam que os conhecidos benjamins (ou tês) sejam evitados. No entanto, caso seja inevitável, conecte apenas equipamentos de baixa potência, como luminária e rádio relógio ou TV e aparelho de DVD. Na cozinha, é possível ligar em um tê a torradeira e cafeteira, no entanto, jamais ligue um benjamim em outro ou o utilize com aparelhos de grande potência, como geladeiras e fornos de micro-ondas.
 
Indicados para ligar aparelhos eletrônicos e de informática, filtros de linha e estabilizadores podem ser usados para conectar vários aparelhos simultaneamente, mas o seu papel é muito mais de proteger o equipamento contra variações elétricas da rede do que de evitar sobrecarga. Afinal, a tomada utilizada continuará sendo a mesma, e poderá haver sobrecarga, apesar do uso desses acessórios. 
 
Manutenção periódica
 
A prática mais comum é esperar algum problema elétrico aparecer para, só então, pensar em uma intervenção. Mas a atitude mais segura e econômica é prevenir, fazendo manutenções periódicas que identifiquem falhas em seu estágio inicial.
 
A frequência recomendável para inspeção elétrica varia em função de particularidades como a qualidade do projeto elétrico e do material utilizado em sua execução. De modo geral, o indicado é fazer essa verificação uma vez ao ano, sempre com profissionais capacitados.
 
Em construções novas e de boa qualidade é possível estender esse prazo para até cinco anos. Mesmo assim, sempre que for acrescentar um novo equipamento elétrico de grande potência, deve-se realizar uma inspeção para checar se a instalação está preparada para comportar esse aumento de demanda. Isso vale principalmente para aparelhos de ar condicionado, incluindo os portáteis.
 
Consultoria:
Eduardo Silva Mendonça, engenheiro eletricista da Companhia Paranaense de Energia (Copel)
José Carlos Saraiva, engenheiro do Centro de Suporte Técnico do Grupo Legrand, especializado na fabricação e comercialização de materiais elétricos
Rubens Leme, especialista em usos finais da AES Eletropaulo