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Saiba como cuidar das plantas nos meses de tempo seco

Em clima frio e seco, a rega não precisa ser maior, mas o ideal é aguar as plantas na parte da manhã - Getty Images
Em clima frio e seco, a rega não precisa ser maior, mas o ideal é aguar as plantas na parte da manhã Imagem: Getty Images

Simone Sayegh

Do UOL, em São Paulo

13/05/2014 07h05

Em muitas regiões do Brasil, o tempo seco coincide com as baixas temperaturas do outono e do inverno. E nessa época de estiagem, é essencial tomar certos cuidados para que as plantas de sua casa fiquem saudáveis. Veja as dicas de rega, poda, adubação e prevenção às pragas, e deixe seu jardim ou seus vasos sempre bonitos.

Regas

 - De modo geral, quando o tempo está seco e quente, as regas devem ser aumentadas. Por outro lado, em climas frios e sem chuvas, a irrigação não precisa ser maior, mas é indicado molhar as plantas na parte da manhã para que a espécie tenha o dia todo para absorver a umidade. E ainda, no caso de possibilidade de geadas, a água da rega logo pela manhã pode derreter o gelo do orvalho e diminuir os danos aos cultivos.

- Além da questão climática, é importante considerar a origem e o tipo da espécie, por isso, sempre pesquise sobre as características de suas plantas. Por exemplo, para algumas caducifólias (aquelas que perdem as folhas no inverno), a irrigação pode até ser dispensada no outono, pois voltam a brotar normalmente na primavera. Já as herbáceas bulbosas (como o lírio-do-bosque, o falso-íris e a anêmona-do-japão) entram em dormência nesse período, sendo que seus bulbos podem ser retirados da terra, guardados em locais frescos, secos e escuros para depois serem replantados na primavera, quando voltam a brotar.  

rega de plantas em vasos - Getty Images - Getty Images
Estude a origem e o tipo da espécie da planta para saber sua necessidade de regas
Imagem: Getty Images

- Em relação a aguar as plantas em vasos, vale sempre a dica de colocar o dedo sobre o solo: se a terra grudar nos dedos, não é hora de irrigar. Caso contrário, molhe com a quantidade suficiente para que o torrão da planta receba a água, distribuindo-a por todo o vaso de forma suave, com o auxílio de um regador. Observe se sai água pelo furo de drenagem: se a resposta for sim, diminua o volume da rega na próxima vez.

- Ainda sobre a irrigação, existem plantas com boa capacidade de absorção de água pelas folhas, o que atenua temporariamente os efeitos de uma eventual baixa umidade relativa do ar. Para essas espécies, vale regar a copa (a parte superior, formada pelos ramos), no entanto, é importante saber se a planta tem flores sensíveis à água, que podem se deteriorar quando molhadas.

Podas

- As podas não são indicadas nos períodos de estiagem, porque o corte estimula as brotações laterais que podem ser danificadas com o frio. Para as plantas que florescem no outono e no inverno (como a strelizia, a camélia, as azaleias e os jasmins amarelos), a poda nesta época é ainda mais prejudicial porque restringe o crescimento das flores.

Adubação

- A adubação é sempre melhor aproveitada quando a planta está com sua atividade orgânica acelerada, o que ocorre nos períodos mais quentes e úmidos (seja a umidade natural ou proveniente da irrigação). Contudo, para as plantas citadas acima, que dão flores no outono e no inverno, a adubação estimula a floração. Nesse caso, use fertilizantes orgânicos, como húmus de minhoca ou esterco de galinha a cada 60 dias; a cada 30 dias, empregue adubos granulados ou em pó, que tenham alta porcentagem de fósforo (o P do NPK).

Prevenção contra as pragas

- Os fungos diminuem os ataques no período de estiagem porque gostam de tempo quente e úmido. Todavia, os ácaros tornam-se os maiores vilões das plantas nesta época. Eles aparecem como micro pontinhos atrás das folhas e as azaleias são suas preferidas. Para diminuir este dano, as regas das folhas são excelentes, pois aumentam a umidade foliar, mas em algumas situações, é necessário utilizar um acaricida encontrado em lojas de produtos de jardinagem.

Gramíneas

- As gramas sobrevivem bem em épocas secas e frias com adubação orgânica realizada em maio, que pode conter húmus de minhoca, composto orgânico, turfa (restos de vegetais em decomposição) ou substratos próprios para gramados encontrados em lojas especializadas.

- Antes de se fazer a aplicação, faça uns furos na grama com um garfo grande, o que fará com que o substrato entre mais fundo, descompactando o solo e levando oxigênio, nutrientes e microorganismos benéficos até as raízes. Após a aplicação da matéria orgânica, você pode inserir adubos granulados (NPK 4-14-8) ou em pó e regar em seguida.

- O corte da grama também deve ser feito mais alto e com intervalos maiores entre uma poda e outra. E nunca jogue terra preta por cima. Ao contrário do que se pensa (de que a terra preta irá proteger a grama), essa ação pode resultar no crescimento de ervas daninhas.

Fontes: Heloiza Rodrigues, engenheira agrônoma e paisagista, e Marcos Malamut, arquiteto e paisagista