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Vendido por US$ 28 mi, apê junto ao Central Park tem histórias de fantasmas

Vivian Marino

The New York Times, em Nova York (EUA)

26/09/2015 08h30

O tríplex palaciano na Upper East Side, em Nova York, foi chamado de “lar” pela atriz e comediante Joan Rivers por mais de um quarto de século, até sua morte no ano passado. Ali, a apresentadora do Fashion Police (do canal E!) aperfeiçoou seu humor ácido, entreteve celebridades e, segundo ela mesma, encontrou um “fantasma beligerante”. Em meados deste ano, a residência ganhou mais um ponto na escala de interesse público: foi vendida por US$ 28 milhões, um dos negócios mais caros dos últimos tempos em Manhattan, de acordo com registros da cidade.

A propriedade é uma cobertura com uma unidade adjacente e situa-se em uma travessa da Quinta Avenida. O comprador foi “uma pessoa da realeza do Oriente Médio” que pagou o preço total pedido, de acordo com um porta-voz da imobiliária, o Grupo Corcoran. Os custos de manutenção mensal ultrapassam os US$ 25 mil.

O apartamento tem 11 salas, quatro dormitórios, quatro banheiros, um lavabo, cinco lareiras à lenha e abrange 473 m², distribuídos pelos três últimos andares da mansão neoclássica com sete andares construída em 1903 e projetada por Horace Trumbauer. O tríplex tem ainda dois terraços que somam outros 40 m² e oferecem vistas para o Central Park.

Apartamento de Joan Rivers em NY, vendido à US$ 28 mi (Imagem do NYT, usar apenas no respectivo material) - Fred R. Conrad/ The New York Times - Fred R. Conrad/ The New York Times
As salas tem pé-direito com sete metros de altura, paredes decoradas e colunas
Imagem: Fred R. Conrad/ The New York Times
No pregão

Porém, antes do negócio ser fechado e com Rivers viva, a residência entrou e saiu do mercado imobiliário por alguns anos: em 2009 foi oferecida por US$ 25 milhões e, em 2012, por US$ 29.5 milhões. Ela foi anunciada novamente através do Fundo da Família Rosenberg, em fevereiro, cinco meses depois a morte da comediante, aos 81 anos. Rivers morreu após passar por um pequeno procedimento cirúrgico em suas cordas vocais.

A atriz comprou o apartamento em 1988, cerca de um ano após a morte de seu marido, Edgar Rosenberg. Ela era conhecida no edifício como a Sra. Rosenberg, embora se autodefinisse em tom de brincadeira como a “senhora assustadora lá de cima”. O apartamento, completamente restaurado, era tanto motivo de orgulho quanto um refúgio para Rivers que, em uma entrevista concedida em 2012, descreveu a decoração luxuosa como sendo “o encontro de Luís XIV com Fred e Ginger”.

Restauro sobrenatural

O primeiro espaço da propriedade é um elevador privativo que se abre para um enorme salão de baile, no qual Rivers deu festas luxuosas, e para uma sala de música com pé-direito de sete metros, painéis decorativos antigos ao estilo francês e colunas douradas, além de duas lareiras. Em uma das extremidades, um terraço é acessado pela sala de jantar através de três portas duplas ou pela biblioteca, também decorada com painéis de madeira.

O nível superior tem um mezanino com vista para a sala de música e para o salão de baile e inclui a suíte máster, que tem portas duplas que se abrem para um segundo terraço. A unidade 5A, um apartamento separado, mas contíguo, no piso inferior, tem dois quartos e dois banheiros, uma sala de estar com lareira e uma copa-cozinha.

Rivers fez um belo trabalho restaurando a residência, que estava completamente deteriorada. Há histórias sobre pombos vivendo no salão de baile, mas a comediante contava que havia mais do que aves persistentes ali. Em um episódio de “Famosos e Fantasmas” ("Celebrity Ghost Stories"), exibido em 2009, Rivers diz que chamou uma sacerdotisa vodu, após se mudar, para ajudá-la a se livrar de um fantasma incômodo que ela chamou de “Sra. Spencer”, supostamente uma antiga moradora.