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Veja as histórias de amor de quem adotou cães e gatos idosos ou deficientes

Giovanny Gerolla

Colaboração para o UOL. de São Paulo

11/12/2015 07h02

Fred apanhou muito e foi atingido na medula. Por isso, precisa de uma cadeirinha de rodas para passear na rua e usa fraldas. Mas é um cão feliz e traz bastante alegria a sua família. “Além da rotina normal e dos custos de um pet saudável, temos que comprar fraldas e tratar infecções urinárias, que ele tem de vez em quando. Gastamos, em média, R$ 300 por mês, incluindo uma ração de boa qualidade”, conta Giuliana Stefanini, dona do cãozinho e gerente da Luiz Proteção Animal. Ela revela, porém, que não precisou de mudar a própria rotina, nem na ordem das coisas em casa, porque o Fred fica sozinho, corre e brinca bem.

Tina

A securitária Regiane Maria Rosa conta que quando Tina chegou em sua casa, a decoração e as posições dos móveis se mantiveram, porque a família já tinha tido um cão – que não era deficiente - e o espaço livre já estava pronto. Aos três meses de vida, Tina foi atropelada e perdeu a perna esquerda dianteira. “Ela passou três anos num abrigo e nós a encontramos numa feira de adoção. Ninguém a queria, porque além de ser amputada, ela é pretinha”, conta a dona, apaixonada pela vira-lata.

Tina levou duas semanas para se adaptar ao novo lar. “O fato de ser amputada não altera sua qualidade de vida. Ela desce e sobe escada, corre e brinca. Pula, fica em pé e dá a pata (se desequilibrando um pouco), mas faz tudo que um cão com as quatro patinhas faria", conta Regiane. Além de alegrar a todos, Tina não traz à família nenhum custo extra, além dos gastos básicos com alimentação, veterinário e vacinas.

Porém, os cuidados com o bicho deficiente mudam de acordo com a gravidade da deficiência, segundo a psicóloga e adestradora Naila Fukimoto, da  Cão Cidadão, empresa especializada em adestramento e consultas comportamentais: “É diferente de ter um pet totalmente saudável, mas a vantagem é que cães e gatos se adaptam a tudo. E são rápidos, vivem como se a deficiência não existisse. Até a gente esquece”.

Dente

Naila fala com propriedade, não só por ser adestradora, mas porque adotou uma gata com problemas de visão. “O único custo adicional foi com a cirurgia da Dente. Hoje ela é cega de um dos olhos, mas come e vive muito bem. Como não conseguia pular muito alto, tivemos de fazer uma prateleira mais baixa para ela poder subir”. Pão, outra gatinha adotada, no entanto, deu um pouco mais de trabalho: todos os veterinários indicavam a eutanásia, mas a recepcionista Andreza Rossini Salsa não se deixou abalar. 

Pão

Portadora de doença viral incurável e contagiosa chamada peritonite infecciosa felina (PIF), que desencadeia efeitos neurológicos graves (como paralisias irreversíveis), Pão foi parando de andar e de comer, “mesmo com muito corticoide”, conta Andreza. “Mas eu sentia que ela queria brincar e que queria viver. Eu não conseguia aceitar a ideia de sacrificá-la.”

Internada, e submetida a doses altas de vitaminas, soro intravenoso e alimentação forçada, Pão foi voltando à vida, aos poucos. Continuou usando fraldas, mas sessões de acupuntura a ajudaram a voltar a comer e dormir. Até fisioterapia no maxilar, para poder mastigar, a gata teve de fazer. “Ela miou de novo. Foi uma grande emoção. Depois da terceira sessão de acupuntura, ela se levantou e andou.”

Embora esteja bem melhor, Pão precisa de cuidados mais que especiais. Ela não pode ficar com outros gatos, nem muito tempo sozinha. Não é capaz de subir em móveis e tudo deve ser muito acessível. Como a gatinha perdeu massa muscular, usa uma cadeirinha, mas na casa de Andreza pouca coisa mudou de lugar. “Quando ela fica sozinha, deixo-a num quarto livre de móveis, porque ela pode tentar subir e se machucar”, esclarece.

“O amor que ela nos dá em troca recompensa tudo”, garante. Os custos, no entanto, são altos. Só nos 10 dias mais críticos da internação, foram desembolsados mais de R$ 1.700. O custeio foi possível graças à mobilização e doações pelas redes sociais. E, ainda hoje, Pão faz fisioterapia e acupuntura, pelo menos, a cada 15 dias. 

Adotar, um ato de amor

Além de ser um ato de amor e de solidariedade, adotar bichos deficientes, idosos ou de cor preta (acredite, há preconceito!) pode ser tão (ou mais) feliz e gratificante quanto adotar um bichinho novinho ou adquirir um bicho de raça recém-nascido. Afinal, eles também precisam de um lar!

Quem se interessar em adotar bichos deficientes, pode procurar a Luiz Proteção Animal, ONG que integra a Associação de Proteção Animal São Francisco de Assis. A ideia é fazer, ao menos, uma feira de adoção por mês em São Paulo. A próxima é domingo, dia 13. Veja as demais datas e locais previstos - o horário não varia, é das 9h às 18h - (para confirmar, contate a Luiz Proteção Animal pelo Facebook)

Dias e locais:

  • 13/12/2015 – RealtON | rua Groelândia, 393, Jd. América.
  • 10/01/2016 – Meau | rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 557, Lapa.
  • 31/01/2016 – RealtON | rua Groelândia, 393, Jd. América.
  • 07/02/2016 – Meau | rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 557, Lapa.
  • 28/02/2016 – RealtON | rua Groelândia, 393, Jd. América.
  • 27/03/2016 – RealtON | rua Groelândia, 393, Jd. América.