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Menos moda e mais memória são os segredos de decoração de blogueira

Juliana Simon

Do UOL, em São Paulo

31/10/2016 07h00

Vivendo há sete anos no mesmo apartamento, na zona sul de São Paulo, a blogueira Lucila Turqueto, do blog Casa de Valentina, hesitou em fazer a primeira reforma. "A mudança aconteceu só quando tive meu filho Bento. Mas sempre quis ter uma rede e mais verde na varanda", conta.

E foi exatamente o que a publicitária e jornalista nascida do Mato Grosso do Sul fez: a natureza é a referência para grande parte do que se vê no imóvel. Até mesmo o quarto do menino foi inspirado pela fazenda dos avós, com direito a parede que lembra as silhuetas vegetais em um degradê verde, pintado pela própria Lucila, e bichinhos de pelúcia nada óbvios, como galinhas, cavalos e um macaco.

"Quando montei a casa, tudo era branco. Depois de um tempo, percebi que esse tom não me representava mais. Comecei a investir no azul aplicado às paredes da sala e, usando esta cor no estofado das poltronas e no tapete, integrei a varanda", explica.

Artesanato e design

O charme da casa fica por conta de objetos cuidadosamente selecionados pela internet, em viagens e feiras de artesanato. "Sortuda para achados", Lucila tem como garimpo favorito a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que acontece todos os anos no Recife (PE). De lá, saíram algumas peças queridinhas da casa, como as cabeças de cerâmica e a árvore, todos assinados pela artista Irineia Nunes da Silva, além de uma cabeça com pregos, de Nené Cavalcanti, e do vaso amarelo criado por Anastácio Conti.

Em um outro extremo da criatividade e da criação, o elemento que mais chama a atenção é a luminária Birdie, desenhada pelo alemão Ingo Maurer. "Esta foi minha primeira peça de 'design', trazida pelo meu marido da Alemanha", diz.

Uma casa, muitos mundos

Apesar das várias referências de decoração a que tem acesso, Lucila tenta equilibrar seu gosto com o do marido, que prefere ambientes mais clássicos. "Aqui é tudo meio mesclado. Ele prefere peças mais 'fáceis de gostar', mas para mim, vale mais a história do objeto ou uma recordação a que ele se refere", declara.

"Para não acumular, criei uma regrinha: entrou uma coisa, sai outra", afirma. A tática ajuda a manter o espaço coeso e nada pesado: "Gosto da casa com menos informação, apesar de nem sempre conseguir. Quando faço alguma compra mal calculada, dou ou vendo o item na web mesmo".

Como para a maioria das pessoas, acertar na decoração também foi fruto de tentativas para a blogueira. "Quando comecei a montar nosso lar, errei demais. Principalmente, porque seguia mais moda do que meu gosto. É tudo uma experiência e um momento".