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Quer melhorar a relação? Saia para dançar com seu parceiro

Estudo alemão constatou que o tango fazia diminuir o hormônio do estresse no casal - Getty Images
Estudo alemão constatou que o tango fazia diminuir o hormônio do estresse no casal Imagem: Getty Images

Luciana Matiussi

Colaboração para o UOL

11/11/2016 07h05

Se você já fez terapia de casal para superar conflitos no relacionamento e não se deu bem com a modalidade, que tal sair para dançar com o parceiro para melhorar a relação? A proposição tem o apoio de estudiosos do comportamento.

Para a psicóloga Renata Ito, que comandou um estudo pelo Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília sobre o tema, publicado em 2010, a dança pode ser um importante instrumento de diagnóstico de disfunções afetivas na vida de um casal.

Com base em sua pesquisa “Dança de Casais: a Relação Conjugal à Luz da Socionomia e do Contrato-Improvisação”, Renata diz acreditar que a atividade, além de diagnosticar, pode ajudar a superar o que está ruim.

“Por meio da dança é possível treinar papéis conjugais, como conduzir, permitir ser conduzido, entregar-se, confiar. Se os parceiros se propõe a olhar para isso, podem tirar grande proveito por tomar consciência de si e do outro”, diz Renata.

Segundo estudo da Universidade Goethe, em Frankfurt, na Alemanha, de 2009, o tango em especial pode ser uma excelente terapia de casais, pois revigora os parceiros, combate o estresse e proporciona a reaproximação dos pares.

Para chegar a essa conclusão, a saliva dos participantes do estudo foi testada antes de depois de dançarem, para medir os níveis de testosterona e cortisol, o hormônio do estresse. Ao término da coreografia, as pessoas apresentavam mais testosterona, o que fazia com que se sentissem mais relaxados, sensuais e íntimos de seus parceiros.

Para Renata de Azevedo, especialista em terapia de família pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a dança é uma forma eficiente de o casal redescobrir o prazer de estar junto.

“A dança proporciona momentos só para os dois, nos quais os pares podem esquecer os problemas e se concentrar um no outro, e também um contato maior”, fala a terapeuta.

Segundo a psicóloga, para que surta efeito, é importante que a dança passe a fazer parte da rotina do casal. “Uma vez por semana já ajuda. Sem contar que depois das aulas, o casal pode aproveitar e fazer um passeio. Tudo isso gera aproximação.”

Dono da escola de dança de salão em São Paulo que leva seu nome e dançarino há mais de 20 anos, Paulo Aguiar conta que muitos dos seus alunos melhoraram o relacionamento amoroso depois das aulas.

“Um caso que me marcou foi o de um senhor de 60 anos de Santos [litoral sul de São Paulo] que disse que a dança o fez se reaproximar da mulher. Voltaram até a ter relações sexuais”, conta Aguiar.

O carioca Celso Vieira, que se mudou para São Paulo em 1992 para montar sua escola de dança, também tem muitos casos para contar entre as mais de 17 mil pessoas que já frequentaram suas aulas.

“São inúmeros os relatos de casais que melhoraram seus casamentos e namoros. A dança faz com que o par saia mais vezes junto e se sinta mais atraído um pelo outro, pois há toda a proximidade corporal e a sensualidade, próprias da atividade", fala Vieira.

Casado com uma dançarina que foi sua aluna, Vieira destaca que a dança é fundamental para o sucesso da relação, que já dura 25 anos. “A dança e o amor que temos por ela nos motiva a ficarmos juntos. E não é apenas nas aulas, na escola, mas também como lazer.”