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Papai Noel negro sofre ataques e ameaça de boicote nos EUA

Larry Jefferson foi o primeiro Papai Noel negro do maior shopping dos Estados Unidos - Reprodução/facebook.com/Professor-Bellows-The-Santa-Experience-145835852177212/
Larry Jefferson foi o primeiro Papai Noel negro do maior shopping dos Estados Unidos Imagem: Reprodução/facebook.com/Professor-Bellows-The-Santa-Experience-145835852177212/

Do UOL, em São Paulo

09/12/2016 15h33

Larry Jefferson é tudo o que você espera de um Papai Noel: excelente com crianças, fica ótimo nos trajes tradicionais do cargo e tem barba bem branquinha (e de verdade). Tanto é assim que ele se tornou a principal atração do Mall of America, o maior shopping center dos Estados Unidos, onde posou para fotos e ouviu os desejos dos clientes em um estúdio montado especialmente para a ocasião.

Só que a contratação de Jefferson causou polêmica nas redes sociais: ele é o primeiro Papai Noel negro a trabalhar no shopping desde a inauguração, em 1992.

Nas redes sociais do shopping e do estúdio de fotografia, houve quem dissesse que Jefferson estava lá apenas para "roubar os presentes" das crianças e não distribui-los. Boicotes ao shopping também foram mencionados, já que Papai Noel, para os críticos, deveria ser apenas branco, como manda a suposta tradição do personagem.

Jefferson, que antes de anotar pedidos de bonecas e bicicletas era membro do Exército norte-americano, foi categórico ao comentar a situação: "O Papai Noel vem em todas as cores."

Segundo ele, a experiência tem sido bem mais positiva do que o esperado. Em entrevista para o "Washington Post", ele conta que muitas famílias disseram ter viajado de outros estados especialmente para encontrá-lo --em um caso especial, uma jovem lhe disse que esperou 25 anos para ver um Papai Noel afro-americano. "Papais Noéis negros são muito raros. É por isso que eu trabalho nessa profissão", explica Jefferson, que interpreta o papel há 17 anos em eventos e festas.

O contrato de Jefferson com o Mall of America era só para uma semana, mas, por causa dos ataques racistas, clientes estão fazendo campanha para que ele retorne ao estúdio natalino o mais depressa possível.