Topo

Não tem meio termo: por que as pessoas amam ou odeiam Emilly?

Emilly é capaz de provocar amor e ódio - Paulo Belote/Divulgação/TV Globo
Emilly é capaz de provocar amor e ódio Imagem: Paulo Belote/Divulgação/TV Globo

Thamires Andrade

Do UOL

14/03/2017 18h09

Centro das atenções no BBB17, tanto para o bem quanto para o mal, Emilly tem causado polêmica com seus comportamentos no reality show. Ela já mostrou que tem autoestima elevada ao falar que se acha sensacional. Também provou que se importa com o seu prazer ao deixar claro o que quer ou não na cama. Sem contar os desabafos sobre a perda da mãe um mês antes de entrar na casa e a infância humilde. Em todas as suas atitudes Emilly gera amor e ódio, mas por quê?

Para Zora Viana, psicóloga da Atitude Emocional, amor e ódio são sentimentos opostos, mas que, no fundo, coexistem até mesmo nas mais importantes relações. "As pessoas amam por identificação, carinho e afeto e também odeiam por identificação, por um comportamento que vemos no outro e não gostamos dentro de nós mesmos", fala.

A psicoterapeuta Lizandra Arita explica que quando não gostamos de alguém, isso não tem a ver com o outro, mas sim com nós mesmos. “A Emilly grita e se tenho um pai que sempre gritou comigo e vejo ela agindo assim, isso vai mexer com o meu emocional. Só que o problema não é da Emilly, mas sim do trauma que trago dentro de mim”, explica.

Segundo Lizandra, é comum que as pessoas odeiem as outras exatamente por elas acionarem alguma sensação que as deixam com raiva. “No fundo, ela só acionou um ‘botão’ de alguma sensação do pessoal aqui de fora da casa e isso fez com que eles a odiassem”, acredita.

Autenticidade e autoestima

Para a psicoterapeuta Lizandra Arita, um dos motivos que faz com que Emilly seja amada pelos expectadores do reality é o fato de ter sofrido na vida [ela veio de uma família humilde e sua mãe morreu um mês antes dela entrar no programa].

“Outro motivo seria a autenticidade que ela tem de quando estar com raiva, colocar para fora, de não conseguir ouvir críticas. As pessoas se colocam no lugar dela e pensam: ‘também não aguentaria se fosse comigo’”, acredita Lizandra.

A autoestima de Emilly também pode ser um objeto de desejo para seus fãs, o que faz com que ela seja amada. “As pessoas se espelham nela por, provavelmente, não conseguirem dizer o que pensam, por não gostarem de si. E ela é tudo que elas almejam ser, então, ela vira um herói, um ídolo para os fãs. Ela se expõe para o Brasil todo, eles não conseguem nem para a família. Então, querem essa mesma força, coragem, determinação e liberdade”, diz Lizandra.

Ibope

Na opinião da psicanalista Cristiane M. Maluf Martin, a garota é uma "personagem" que desperta amor e ódio ao mesmo tempo e esse “mix” é o que atrai quem assiste reality shows. "Ela consegue ser a vilã e a mocinha ao mesmo tempo. As pessoas gostam de ver o circo pegar fogo e a Emilly coloca tensão na casa. Ela causa algumas situações indelicadas ou de vítima mesmo e isso atrai e prende a atenção do espectador”, fala.

Esse tipo de perfil, segundo Cristiane, é que o dá mais ibope. “Os participantes politicamente corretos sempre vão embora primeiro. A Emilly já foi para vários paredões e sempre volta, pois esse comportamento dela traz faíscas para casa e quanto mais faíscas, mais audiência”, explica.