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"Piranha para mim não é xingamento, é quase um elogio", diz Cleo Pires

Cleo Pires critica machismo - Divulgação
Cleo Pires critica machismo Imagem: Divulgação

Do UOL

31/07/2017 16h19

Cleo Pires é o tipo de pessoa que costuma falar com seriedade e naturalidade sobre sexo. Em entrevista para a revista “Glamour” de agosto, a atriz disse não se incomodar com o assunto, mas revelou ficar chateada com a descontextualização dos temas abordados por ela na mídia.

“Se você fala sério sobre sexo, reclamam que é chato. Se você fala com humor e honestidade sobre o assunto, te chamam de piranha. Quer saber? Piranha para mim não é xingamento, é quase um elogio”, declarou a filha de Glória Pires.

Durante entrevista para o programa “Eu Já” do amigo Caio Fisher, a atriz contou que já havia feito ménage à trois, mas nunca ficado com uma pessoa do mesmo sexo. Automaticamente as redes sociais ficaram polvorosas com o assunto e começaram a repercutir a declaração de Cleo.

"Nossa, mas se ela não ficou com mulher e fez ménage, então, transou com dois homens. Sim, dá para transar com dois homens, ué. Aquilo tinha um contexto, era uma resposta a uma pergunta. Me dá uma preguiça imensa perceber que sexo, a essa altura do campeonato, ainda gera essa comoção”, desabafou.

Questionada sobre quando seu nome vira trending topic, Cleo confessou que tem vontade de “tomar uma pílula para dormir e só acordar quando a polêmica for outra”. “O que mais me deixa irada é que concluo que isso só acontece porque vivemos numa sociedade desigual. Se um homem quiser falar dessas coisas [sexo], ele pode. Mas, se for mulher, é piranha. E isso é machismo".

A atriz sabe que sexo gera interesse e contou que dependendo da pessoa, até mesmo ela também tem curiosidade sobre o tema. “Dependendo de quem, também me interesso pela vida sexual dos outros. Mas não mais do que pela nossa situação política atual”, declarou à publicação.

Cleo também assumiu feminista e que é preciso ser radical ao defender a classe feminina. “O não é não, não existe mais meio-termo. O caso da figurinista da Globo que sofreu assédio do Zé Mayer é representativo. Formou-se um grupo de mulheres dentro da própria emissora para dar apoio a ela. Aquela situação não era minha, mas me tocou. Por sororidade, aderi ao movimento”, declarou.