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Um tem mais ambição que o outro: esse relacionamento pode dar certo?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL

26/09/2017 04h00

Em um casal, quando um é mais ambicioso do que o outro, é possível encontrar um ponto de equilíbrio e conciliar desejos e vontades? Levar esse relacionamento adiante nem sempre é uma tarefa fácil. Se você enfrenta esse dilema, veja oito pontos importantes a considerar:   

1. Aceitação e respeito mútuo pelos desejos do outro

Principalmente quando os dois se complementam, em vez de entrarem em choque ou disputarem espaço. Quando as diferenças se harmonizam, cada um pode ter uma função específica dentro da relação. mas as diferenças precisam ser aceitas genuinamente; caso contrário, vão gerar atritos, desde como gerenciar as férias, por exemplo, até onde investir dinheiro.

2. O casal não pode viver vidas separadas

Quando um não entende o outro e os dois passam a levar vidas separadas, a relação sofre um desequilíbrio. Exemplos: aquele que tem mais ambição não aceita que o par reduza a agenda de trabalhos. Ou, ainda, se um quer ficar em casa para se dedicar à pós-graduação e o outro quer curtir um churrasco. Para ser feliz, faça acordos. Os dois precisarão ceder. 

3. Não ter grandes ambições não é preguiça

Não ter grandes ambições nem sempre significa preguiça ou desinteresse pelas coisas materiais, mas pode definir um jeito de fazer escolhas na vida. É esse o principal risco das diferenças entre as pessoas numa relação: administrar o estresse de estarem sempre com visões antagônicas de como definir objetivos e traçar caminhos para atingi-los.

4. Pressão para que o outro queira mais

É comum que o ambicioso bote pressão no mais sossegado. Essa cobrança pode ser nociva, pois quem recebe se sente em desvantagem, numa posição inferior na relação. Em vez de motivação e estímulo, o resultado é baixa autoestima.

5. O ambicioso não é um vilão

Sua ânsia em se dar bem e conquistar mais dinheiro e poder talvez seja uma tática de guerrilha para buscar conforto para o casal --já que, se depender da tranquilidade alheia, a casa cai. Se o sossegado não esquenta com os boletos, porque sabe que o par vai se virar e garantir tudo, a chance de o relacionamento naufragar é enorme. Esse acordo velado pode dar certo por um tempo, mas não é justo.

6. Cuidado com a rivalidade 

Se houver rivalidade entre o casal, a relação é afetada um começa a evoluir profissional e financeiramente. O par pode se se sentir diminuído. É preciso que exista muito amor, generosidade e respeito no relacionamento. Como alguém que não respeita o jeito de ser do outro vai lidar com uma partilha que lhe parece injusta? E, ao mesmo tempo, como não usufruir doas coisas boas que uma melhora financeira sempre traz?

7. Ambiciosos gostam de ambiciosos

A pessoa ambiciosa tende a querer partilhar sua vida com alguém semelhante. Se as diferenças não forem bem trabalhadas no começo, quanto mais um cresce, mais a relação corre o risco de se diluir diante da falta de admiração e da sensação de desigualdade. A zona de conforto é perigosa para um casal quando só um fica nessa posição, pois o outro se sente puxando uma âncora.

8. Todo casal precisa ter um projeto em comum

Assim as coisas ficam mais fáceis, pois os dois almejam a mesma meta. Se conseguirem conversar, se um é atento ao outro, se um puder levar em conta o que o par fala, se souberem se ouvir, é sempre possível conciliar desejos e vontades. Com um projeto em comum, a vida anda com mais tranquilidade.

FONTES: Lígia Baruch de Figueiredo, doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e coautora do livro "Tinderellas - O amor na era digital (Ema Livros); Márcia Sando, psicóloga, coach de relacionamentos e terapeuta sexual, de São Paulo (SP); Poema Ribeiro, psicóloga e terapeuta, de São Paulo (SP); Sylvia Loeb, psicóloga, psicanalista e autora do livro “Amores e tropeços” (Ed. Terceiro Nome), e Triana Portal, psicóloga clínica e terapeuta de casal, de São Paulo (SP)