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Fingir orgasmo (também) é comum entre homens e eles contam o porquê

Bianca Lucchesi/UOL
Imagem: Bianca Lucchesi/UOL

Thais Carvalho Diniz

Do UOL, em São Paulo

08/12/2017 04h00

Fingir orgasmo é algo comumente ligado ao universo feminino. Entretanto, uma pesquisa da rede social adulta Sexlog mostrou que 20%, dos mais de 3.800 homens entrevistados, já encenou durante o sexo para mostrar à parceira que chegou 'lá'.

O conhecido e desejado ápice da relação sexual tem até dia de celebração mundial: 31 de julho. E pode até ser essa uma das razões de tantas pessoas ficarem encanadas em alcançá-lo. Na mesma pesquisa da Sexlog, 62%, entre mais de 6 mil homens e mulheres, acreditam que gozar é fundamental.

Mas fato é que a sexualidade está rompendo barreiras e a obrigatoriedade do orgasmo também. A seguir, três homens contam em quais situações precisaram e porque fingiram tal reação. E, acredite, o ponto comum é a preocupação em satisfazer o outro.

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"Orgasmo é supervalorizado. E a ejaculação se resolve com a masturbação"

Casado há sete anos, Silvério*, 34, contou à reportagem que precisou fingir que chegou ao orgasmo algumas vezes. Entretanto, para ele isso não é um problema, pois considera que o sexo "envolve muito mais".

"A ejaculação e o orgasmo são supervalorizados, algo que uma masturbação resolve. Eu me sinto mais satisfeito ao proporcionar prazer à minha parceira, por exemplo."

Certa vez, quando precisou simular que tinha chegado ao ápice, Silvério disse que, para a parceira não perceber a mentira, tirou a camisinha discretamente. "Após ela ter gozado —mais de uma vez— senti que tinha perdido o interesse no sexo e ficou insistindo para eu gozar. Acelerei um pouco e simulei um orgasmo para por fim naquilo."

Em outra oportunidade, disse ele, também foi necessário fingir porque a mulher pediu que o orgasmo fosse simultâneo entre eles. "Não gosto de pressão. Sexo tem que ser natural e prazeroso. Cada um no seu tempo. Como a insistência estava grande, disfarcei para deixá-la satisfeita."

O professor universitário diz que não faz questão da ejaculação em toda transa, mas que não abre mão de investir um bom tempo nas preliminares e no sexo oral.

"Todas as sensações físicas me parecem tão ou mais importantes que o ápice. Não que a ejaculação seja ruim ou desnecessária. Só não é essencial para que uma relação seja satisfatória."

"Finjo quando ela já gozou e sei que vou demorar"

Solteiro, o radialista Jonas*, 32, diz que fingir orgasmo é algo que já aconteceu algumas vezes. Segundo ele, não é questão de ausência de prazer, pelo contrário.

"A situação é sempre a mesma: a parceira já chegou 'lá' e eu começo a me preocupar de não estar mais tão legal e ficar uma situação chata de ela só esperar a minha vez."

Jonas acredita que é algo que deve passar pela cabeça da mulher e natural que passe pela dele também. "Resolvo fingir para ela não achar que tem algo errado. E é sempre quando estou no pique e sei que vou demorar, independentemente da posição."

Não é algo frustrante, diz ele, deixar o orgasmo de lado em algumas relações. "Não ligo muito de gozar. Acho muito melhor ver a mulher tendo orgasmo."

"Gemer em voz alta e fazer cara de tesão são alguns dos truques"

Rogério*, 33, é bissexual e está em relacionamento com uma mulher há dois anos. O projetista conta que já fingiu orgasmo diversas vezes. "Não é tão frequente, mas em algumas situações, fingimos para agradar o outro.".
Ele afirma que o assunto está mais atrelado ao universo feminino por não se falar tanto a respeito entre os homens, mas que eles também têm seus truques.
"Gemer em voz alta e fazer cara de tesão são alguns deles. E quando estou usando preservativo, dou uma bela disfarçada e tiro sem que ela perceba."
Nas relações com homossexuais, entretanto, Rogério diz que é mais difícil conseguir fingir . "Sexo anal dói e nem sempre dá para disfarçar essa sensação."

*Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados.