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Homofobia mata um brasileiro a cada 19 horas, aponta levantamento

Os casos fatais de homofobia registrados pelo GGB cresceram 30% entre 2016 e 2017 - Getty Images
Os casos fatais de homofobia registrados pelo GGB cresceram 30% entre 2016 e 2017 Imagem: Getty Images

do UOL, com informações da Agência Brasil

25/01/2018 09h35

O ano de 2017 se encerrou com 445 mortes de LGBTs relacionadas à homofobia — uma vítima a cada 19 horas no Brasil. O dado foi divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que realiza o monitoramento de violências contra a comunidade há 38 anos.

"Tais números alarmantes são apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, pois não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, tais mortes são sempre subnotificadas já que o banco de dados do GGB se baseia em notícias publicadas na mídia, internet e informações pessoais", afirmou Luiz Mott, fundador do GGB, à Agência Brasil.

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Este é o maior número já levantado na história pela organização — um aumento de 30% em relação a 2016, que teve 343 casos. Entre os registrados no último ano, 194 eram gays, 191 eram trans, 43 lésbicas e 5 bissexuais. 

56% destes crimes aconteceram em vias públicas, contra 37% dentro da casa da vítima. Segundo o GGB, travestis são mais comumente assassinados nas ruas a tiros ou espancados. Já gays são mortos, frequentemente, esfaqueados ou asfixiados em suas próprias residências.

Os estados com maiores registros de crimes de ódio contra LGBTs são, na ordem, São Paulo, com 59 casos; Minas Gerais, com 43; Bahia, com 35; Ceará, com 30; e Rio de Janeiro, que teve 29 casos. No entanto, a região Norte tem a maior média por habitantes: há 3,23 vítimas de homofobia a cada 1 milhão de cidadãos.