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Participação do pai é essencial na gestação; conheça histórias de famosos "grávidos"

Apoio do homem durante a gestação da parceira reforça os laços amorosos e familiares - Thinkstock
Apoio do homem durante a gestação da parceira reforça os laços amorosos e familiares Imagem: Thinkstock

Cristina Ferreira e Rafael Roncato

Do UOL, em São Paulo

11/08/2012 07h30

A figura paterna é fundamental no desenvolvimento e na formação de uma criança. Entretanto, a importância do pai antes do bebê vir ao mundo também é de forte influência. Ficou no passado a ideia de que o homem tem menos preocupações e anseios do que a mulher durante a gestação. O termo "grávidos" tornou-se bem mais corriqueiro na boca dos casais, que, com ele, querem transmitir que a emoção de gerar um filho é sentida pelos dois.

"A importância do pai durante a gestação não se restringe a apenas dar suporte físico à mulher. Sua presença colabora para criar um vínculo familiar entre pai, mãe e o filho, antes mesmo do nascimento", explica Luiza Hoga, enfermeira obstétrica e professora da Escola de Enfermagem da USP (Universidade de São Paulo). "Há um movimento mútuo que vai solidificando o relacionamento do casal. E isso é necessário para quando a criança nascer", afirma a enfermeira.

A presença ativa do homem contribui para que a mulher sinta-se acompanhada, com suporte e conforto durante os nove meses que estão por vir. "A gravidez é um período no qual a mulher está mais sensível e a presença do companheiro diminui as angústias por conta das mudanças dessa fase", explica a ginecologista e obstetra Carolina Corsini. 

São pequenas atitudes, como ajudar na decoração do quarto, preparar o enxoval, participar das consultas médicas, interessar-se por aprender os cuidados com a criança (como trocar fraldas, dar banho, colocar o bebê para dormir) que constroem o pai enquanto a mulher carrega o bebê durante nove meses.

Segundo Filumena Gomes, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, toda forma que o pai tem de afugentar o estresse da gestante é muito bem-vinda. Isso porque, nessa fase, a mãe está fragilizada com preocupações da maternidade, trabalho e mudanças pelas quais seu corpo está passando. "O estresse pode afetar o bebê e, no futuro, causar depressão e outras doenças. É aí que o pai entra: como um companheiro, um fator de apoio", afirma a médica.

Foto: Manuela Scarpa/Foto Rio News

Grávida de cinco meses da terceira filha com Rodrigo Faro, Vera Viel conta que sempre esperou que o marido participasse das gestações, e foi o que aconteceu. Mãe de Clara, sete anos, Maria, quatro, e grávida de Helena, Vera fala sobre o papel de Rodrigo como "grávido":

UOL: O Rodrigo acompanhou as três gestações?
Vera Viel: Sim. Na gravidez da Clara, a gente teve mais dificuldade, pois ele gravava no Rio e eu morava em São Paulo. Buscávamos marcar as consultas quando fossemos nos encontrar. Eu faço questão de gravar tudo em vídeo. Se ele não podia acompanhar, mostrava tudo a ele.

UOL: Ele ajudou a preparar as coisas para a chegada das meninas?
Vera Viel: Ele adora decoração, então, peço a opinião dele para tudo na hora de montar o quarto. Se compro uma roupinha sem ele, faço questão de mostrar quando chego em casa, pois ele gosta.

UOL: Ele te dava apoio emocional?
Vera Viel: Ele sempre acompanhou toda essa mudança. A gente fica sensível, começa a engordar, ter mudanças no corpo. É importante ter alguém para dizer "você está linda". A mulher precisa pedir apoio quando sentir que precisa e o homem tem que ter uma cabeça muito boa para respeitar essa fase.


Filumena explica que quando o pai participa da gestação de seus filhos ele começa a entender mais cedo qual é o seu papel na família. "Quando o médico orienta a mulher, ela interpreta sob o ponto de vista dela. Quando o pai está junto, só enriquece, pois ele analisa as informações à sua maneira. A criança terá mais de um olhar sobre seu desenvolvimento. Muitas vezes, o homem presta atenção em detalhes que ela nem ouviu direito. É mais uma pessoa para absorver a noção educativa que o pediatra precisa passar".

O chef de cozinha e apresentador de TV Edu Guedes, 38 anos, é pai de Maria Eduarda, de três anos. Edu gravou o parto, deu o primeiro banho na maternidade e chegava cedo do trabalho para ajudar a cuidar do bebê. E ele conta que, desde a gestação, aproveitou alguns de seus conhecimentos para ajudar sua mulher, a empresária Daniela Zurita.

"Tive cuidados com a alimentação da Dani e depois da Maria. Muitas mães, às vezes por falta de informação, acabam fazendo dietas erradas. Eu queria que não faltasse nada na alimentação das duas", diz. Hoje, o chef gosta que a menina participe das receitas para estimular a curiosidade sobre os alimentos e faz questão de dar bom exemplo.

E  o pai não precisa achar que deve ter habilidades especiais para ser um bom companheiro. Filumena explica que não são necessários grandes feitos: qualquer tipo de ajuda é importante. Cada coisinha que o homem puder fazer para se envolver com a gestação da mulher e a criação do filho fará diferença no futuro.

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  • André Schiliró/Reprodução Facebook/Divulgação