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Veja estratégias para distrair as crianças em viagens de carro

Paradas periódicas e brincadeiras simples ajudam a passar o tempo até se chegar ao destino - Thinkstock
Paradas periódicas e brincadeiras simples ajudam a passar o tempo até se chegar ao destino Imagem: Thinkstock

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

11/01/2013 08h05

As esperadas férias de verão chegaram: a família está de malas prontas e o roteiro de viagem foi bem planejado. Mas bastam alguns minutos na estrada para que as crianças logo perguntem: “Mãe, está chegando?”. As horas que não passam para a criançada podem tornar o percurso cansativo para toda a família.

A advogada Raquel Rios Oliveira já viajou cerca de 650 km entre o litoral de São Paulo e Belo Horizonte com as três filhas, de cinco, sete e nove anos, e sabe bem o tamanho do desafio de viajar de carro com crianças.

Na mala, além de roupas e brinquedos, ela teve de carregar uma boa dose de criatividade para entreter o trio. “Em viagens de carro, as meninas sempre se distraem com o aparelho de DVD portátil. Quando cansam de filmes, brincamos de falar nomes de bichos e de frutas com a letra escolhida por uma delas ou de descobrir a música que alguém cantarola a melodia. Na ida, faço perguntas sobre o que vão querer fazer no destino, e, na volta, do que gostaram ou não na viagem.”

Mãe de Eric, um ano, e Julia, cinco, Luciana Misura é coeditora do site “Aprendiz de Viajante” e diz que costuma ter a bordo uma mala pequena com os brinquedos preferidos dos filhos. “Sempre temos papel e lápis de cera para desenhar ou algum kit de canetas com tinta invisível (que só desenham em papel especial). Também levamos um iPad com muitos filmes e aplicativos para a Julia se distrair. O Eric adora fantoches, então sempre temos alguns.”

Vale ainda escutar músicas –as preferidas provavelmente serão ouvidas mais de uma vez durante o percurso–, brincar de contar cores ou marcas de carros, inventar histórias e envolver a família na descoberta da paisagem.

Se brinquedos e jogos conhecidos não derem certo, talvez a criança precise de uma companhia ao lado para ajudar a passar o tempo. “A receita de ontem pode não funcionar hoje. Por isso a melhor dica é: prepare seu espírito lúdico e lembre-se da sua infância. O que você fazia para passar o tempo dentro do carro ou durante momentos de tédio absoluto?”, diz Cristina Imaguire, que é “playworker” –especialista que estuda de que forma a brincadeira ajuda no desenvolvimento da criança–, e mãe.

Hora de descanso

Para tornar a viagem mais agradável para as crianças, os pais ainda devem planejar com antecedência a quantidade de paradas e o tempo de cada uma. A ideia é se basear nos horários que os filhos costumam dormir e comer para se antecipar à fome e à vontade de ir ao banheiro.

“No ano passado, fomos do Texas, onde moramos, para a Flórida. Foram 15 horas até a praia que íamos visitar. Quebrei a viagem em três dias para ir e três para voltar, dirigindo cinco horas por dia, no máximo, e com uma parada no meio do dia em um lugar onde eles pudessem brincar”, fala Luciana.

Algumas crianças precisam de descanso a cada hora, outras aguentam ficar no carro por mais tempo. Como não há uma regra, é importante que os pais prestem atenção se o filho está inquieto, irritado e se nada mais consegue distraí-lo.

Segundo Cristina Imaguire, as crianças mais novas precisam de um tempo para correr, pular e gastar a energia acumulada durante o percurso de carro. “Antes de seguir viagem, escolha uma atividade tranquila que envolva o ambiente ao redor. Se possível uma caminhada curta ou outra coisa do gênero. A intenção é ir acalmando a criança e a preparando para entrar no carro e ficar sentada por mais um período.”

Outros cuidados

Assim como as paradas obrigatórias, conforto também é importante para que as crianças aproveitem a viagem. A fim de tornar o percurso mais agradável, a mãe e blogueira Ana Amaral costuma colocar um apoio no assento da cadeirinha –item de uso obrigatório para bebês e crianças até sete anos e meio–, que permite que o cinto fique no local correto no corpo da criança. Para o filho de sete anos, ela oferece uma almofada de pescoço.

Dessa forma, além de ficar na altura da janela e conseguir observar a paisagem, ele dorme melhor durante o percurso. “Se o Enzo está confortável, fica relaxado e curte mais o passeio, o que torna a viagem menos cansativa e estressante para todos.”

No caso dos bebês, a mala de mão ainda deve ter algumas roupas, uma fralda para limpar a boca, papel higiênico e um pacote de lenços umedecidos para eventuais emergências.

Segundo Patricia Papp, diretora de arte e autora do livro “Crianças a Bordo, Como Viajar com Seus Filhos Sem Enlouquecer” (editora Pulp), é importante que a família saia cedo de casa, quando a temperatura está mais amena e a viagem rende mais. É fundamental levar água e opções de lanche não perecíveis e acondicionadas em recipientes que mantenham a temperatura adequada. Salgadinhos, bolachas e doces com aromas e cores artificiais não são recomendáveis, porque podem fazer com que as crianças enjoem.

Para o caso de o seu filho enjoar, a despeito dos cuidados, é bom ter à mão um remédio prescrito anteriormente pelo pediatra. E só use a medicação quando ele apresentar os sintomas.