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Dez coisas que você precisa saber sobre a hora do parto

O trabalho de parto pode durar horas, o que não significa que você sentirá dor o tempo todo - Getty Images
O trabalho de parto pode durar horas, o que não significa que você sentirá dor o tempo todo Imagem: Getty Images

Fernanda Carpegiani

Do UOL, em São Paulo

26/08/2014 07h05

Como saber que o bebê está para nascer? É verdade que a mulher pode ter um acompanhante o tempo todo no hospital? Para ficar mais tranquila e segura, você precisa saber o que esperar ou não no nascimento do seu filho. Veja dez informações essenciais sobre a hora do parto:

1) O bebê não nasce assim que a bolsa estoura

Ao contrário do que muita gente pensa, não é o rompimento da membrana de líquido amniótico que define a hora do parto, então, pode esquecer aquela história de correr para o hospital quando isso acontecer.

"A bolsa pode romper durante o trabalho de parto ou só na hora do parto", afirma o professor Claudio Bonduki, do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal Paulista).

A quantidade de líquido que sai nem sempre é "de lavar o chão", pode ser apenas o suficiente para umedecer a calcinha. Se a bolsa romper, mas as contrações ainda estiverem leves e espaçadas, não há motivo para desespero.

2) O trabalho de parto pode durar muitas horas

Mas fique tranquila, isso não quer dizer que você vai ficar o tempo todo com dor. O trabalho de parto começa devagar, com contrações leves e espaçadas, e é só no final, na fase mais ativa, que elas se tornam mais fortes e ritmadas.

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"Pode ser que venha uma contração atrás da outra e, de repente, pare. Nesse momento, não é preciso fazer nada. Quando a mulher perceber que ficou uma hora seguida tendo contrações de cinco em cinco minutos, com uma dor que não desaparece, aí sim é hora de procurar atendimento", diz a obstetra Márcia Maria da Costa, coordenadora da maternidade do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, em São Paulo.

3) Ele chuta menos quando está prestes a nascer

É normal que o seu filho fique mais paradinho nas últimas semanas de gestação, chutando e se mexendo menos do que costumava. Isso acontece porque o espaço dentro do útero vai ficando cada vez mais restrito, conforme o bebê vai crescendo. Se você achar que ele está parado demais, marque a quantidade de movimentos dentro da barriga durante uma hora logo após fazer uma refeição. Se a criança se mexer menos do que duas vezes, procure atendimento médico.

4) Você tem direito a um acompanhante

Os hospitais públicos e privados têm a obrigação de permitir a presença de um acompanhante ao lado da gestante durante todo o trabalho de parto, na sala de parto e também no período de pós-parto. A lei que garante esse direito é a 11.108, de 2005.

5) A analgesia é uma escolha da gestante

Há muitas opções anestésicas para ajudar a mulher a suportar os desconfortos do trabalho de parto e nem todas envolvem remédios. Banhos de chuveiro e de banheira, massagens e exercícios de relaxamento são maneiras muito eficientes para diminuir as dores, por exemplo.

Na hora do parto, a gestante também tem o direito de decidir se quer ou não tomar a anestesia e pode escolher o melhor método para ela. Converse com seu médico sobre o assunto, antes do parto, para que vocês cheguem juntos a uma conclusão.

6) O melhor parto é o parto possível

Você pode (e deve!) se informar sobre o tipo de parto que considera ideal, mas saiba que tudo pode mudar na hora H. "Não dá para prever o que vai acontecer, então, é preciso trabalhar as expectativas. Muitas gestantes ficam frustradas, porque existe uma grande diferença entre o parto ideal e o parto possível", diz a obstetriz Nathalie Leister, doutoranda da Escola de Enfermagem da USP (Universidade de São Paulo) e sócia da Commadre, um espaço de apoio para gestantes na zona leste de São Paulo.

A maioria das mulheres pode ter parto normal desde que a gestação corra bem e que mãe e bebê estejam saudáveis. Mesmo assim, imprevistos acontecem e é preciso estar preparada para eles.

7) É normal fazer coco na hora do parto

É isso mesmo! O canal vaginal fica paralelo ao canal do ânus, então, se houver algum dejeto por ali é bem provável que o bebê o empurre para fora quando estiver nascendo. "Isso acontece muito e não é prejudicial de maneira alguma", fala a obstetriz Nathalie Leister.

8) Cada maternidade tem suas regras

É importante conhecer com antecedência o local em que seu bebê irá nascer, tanto para verificar a estrutura quanto para saber que tipo de documentos e protocolos são exigidos pela instituição. Agende visitas a algumas maternidades e converse com os responsáveis.

9) O bebê deve ir direto para o seu colo

É o que prega uma nova diretriz do Ministério da Saúde, que estimula o contato pele a pele nas primeiras horas após o nascimento. Segundo as novas regras, o bebê que estiver bem deve ir imediatamente para o colo da mãe, sem precisar passar por nenhum procedimento ou exame, e o cordão umbilical só deve ser cortado depois que parar de pulsar.

A amamentação também deve ser estimulada na primeira hora de vida. "O bebê não precisa mamar, mas a sucção deve ser estimulada até para aumentar a produção de leite da mãe", diz a obstetra Márcia Maria da Costa. Em caso de emergência, é priorizado o atendimento do bebê.

10) Existem procedimentos após o parto

Depois de ficar no colo por algum tempo, o bebê precisa ser separado da mãe para ser avaliado, medido e pesado. Os médicos vão checar os reflexos e as condições gerais, como respiração e batimentos cardíacos.

Outra rotina comum em hospitais é colher o sangue do cordão para checar se a tipagem da mãe é compatível com a do bebê. Se o sangue dele for Rh positivo e o da mãe for negativo, é preciso dar uma vacina para a mulher a fim de proteger o próximo filho.

Há procedimentos que são polêmicos e dividem opiniões entre os especialistas, como a aplicação do colírio de nitrato de prata, que protege os olhos do bebê de uma infecção bacteriana, mas também pode causar conjuntivite química. Converse com o seu médico para decidir o que é melhor para o seu filho.

Nos hospitais, é preciso seguir os protocolos previstos na legislação, mas você pode assinar um termo de recusa, assumindo a responsabilidade pela sua decisão. "São rotinas hospitalares baseadas em pesquisas e evidências, mas nós respeitamos o direito dos pais caso não queiram aceitar os procedimentos", diz a obstetra Márcia Maria da Costa.