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Livre-se da poeira e do mofo para proteger crianças da bronquiolite

Após o diagnóstico, médico indica que a criança repouse e faça inalação - Getty Images
Após o diagnóstico, médico indica que a criança repouse e faça inalação Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

29/05/2015 16h17

 

As temperaturas baixas do mês de maio anteciparam problemas respiratórios que são comuns durante o inverno, como a bronquiolite. A doença afeta os bronquíolos, estruturas responsáveis por passagens menores de ar presentes nos pulmões, e é causada por um vírus que se aloja nos objetos e não no ar. Os pais devem tomar alguns cuidados para evitar que as crianças sejam contaminadas.

Segundo o pediatra Roberto Tozze, do Instituto da Criança (ICr) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo, as crianças pequenas estão mais suscetíveis, pois têm o hábito de levar brinquedos e demais objetos à boca. O especialista também afirma que outro grupo de risco são os bebês prematuros, pois o aparelho respiratório deles não está totalmente desenvolvido.

O ICr já registrou casos de bronquiolite em 50% dos seus pacientes internados só neste ano. Em 2014, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, 13,3 mil casos de bronquiolite foram registrados na rede pública do Estado de São Paulo em crianças com até quatro anos. Desse total, 10,7 mil pacientes eram bebês com menos de um ano. Além disso, cerca de 40% dos casos foram diagnosticados nos meses de maio, junho e julho.

Em seu início, a bronquiolite pode ser confundida com um resfriado comum, pois apresenta sintomas como tosse, coriza e febre. Após três dias, a segunda fase da doença começa a se manifestar com desconforto respiratório. De acordo com Tozze, as mães notam que o peito da criança chia e que ela está cansada e ofegante, principais diferenças entre o problema e o resfriado.

Após o diagnóstico, os pais devem se preocupar com a hidratação e o repouso da criança. O tratamento é feito por meio de inalação e medicamentos receitados pelo pediatra. De acordo com Tozze, bebês precisam de atenção redobrada, pois podem não reagir ao tratamento com remédios. O especialista afirma que a recuperação leva sete dias ou mais e, em alguns casos, o médico pode indicar sessões de fisioterapia.

Para evitar a contaminação das crianças pelo vírus que causa a doença, os pais devem higienizar bem as mãos sempre que forem cuidar dos filhos, além de manter os ambientes ventilados e livre de poeira e mofo. 

O especialista também recomenda o uso moderado do umidificador de ar, pois o aparelho contribui para a proliferação de fungos. O indicado é ligar o dispositivo entre 12h e 17h, já que, durante à noite, a umidade do ar normalmente atinge níveis satisfatórios.