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Criança com deficiência é deixada na escola em dia de excursão

Garoto com paralisia cerebral foi impedido de fazer passeio com escola em BH - Reprodução/Facebook
Garoto com paralisia cerebral foi impedido de fazer passeio com escola em BH Imagem: Reprodução/Facebook

Denise de Almeida

Do UOL

06/09/2017 20h46

Uma mãe usou as redes sociais para denunciar que seu filho, que tem paralisia cerebral e é cadeirante, foi barrado de ir ao cinema com a turma da escola municipal em que estuda, em Belo Horizonte.

Adriane Cruz contou que a criança ficou das 7h às 11h20 apenas circulando pelo corredor da escola, na companhia de um funcionário, enquanto as outras crianças participaram do passeio.

"Hoje vendo meu filho chegar da escola não tive como não chorar. Vê-lo chegando com um balãozinho, pendurado na cadeira como prêmio de consolação, doeu-me ainda mais", ela escreveu.

A mãe contou que o garoto estuda há 9 anos em escolas que não conseguiram, segundo ela, colocar o projeto de inclusão em prática. "Ele não vai aos passeios da escola. Neste ano nem mesmo convidado a festa junina da escola foi". 

Adriane disse que, entre os motivos apresentados pela escola para excluir a criança em situações anteriores, chegou a ouvir coisas como "estava frio", que não sabem qual será a reação dele e que o garoto grita e levanta a perna.

"Até quando a inclusão vai ser algo que existe apenas nos projetos escritos em folhas? Como ele vai formar suas ideias e sentimentos sem o apoio da escola e da sociedade? Não desisto, mas me sinto muito cansada", desabafou a mãe.

O relato, publicado no dia 29 de agosto, gerou mais de 12 mil reações no Facebook, além de 6,5 mil compartilhamentos da história e mais de 3 mil comentários.

Outro lado

Em comunicado oficial enviado ao UOL, a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte afirmou que o ocorrido não reflete as ações adotadas pela Secretaria em sua política de inclusão. "Todas as escolas são orientadas a desenvolver atividades que contemplem a participação dos estudantes com deficiência", diz a nota.

O órgão disse ainda que foi realizada uma reunião com a mãe, direção da escola, professores do estudante, coordenação da escola integrada e a diretora regional de educação "para esclarecimento dos fatos e reforço dos preceitos da política de inclusão, de maneira a garantir que esse fato não se repita".