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Carol Castro sobre parto da filha: "Virei bicho, chegamos juntas ao mundo"

Carol Castro compartilha foto do nascimento da filha, Nina - Reprodução/Instagram/CarolCastro
Carol Castro compartilha foto do nascimento da filha, Nina Imagem: Reprodução/Instagram/CarolCastro

Do UOL

13/11/2017 12h37

Depois de Juliana Alves e Sheron Menezzes revelarem detalhes de seus partos. Carol Castro também resolveu compartilhar particularidades do nascimento de Nina, sua primeira filha. A atriz afirma que renasceu novamente e pode dar à luz com liberdade.

"Nunca esquecerei do grito gutural que dei no momento em que ela chegou. Foi um 'vem filha' , 'vem que estou te esperando', 'vem que quero te sentir nos braços' e assim foi. De mãos dadas com Felipe, a chegada dela. O encontro da minha pele com a pele dela. Nosso primeiro contato fora da barriga. Foi mágico! Não conseguia tirar os olhos de cada pedacinho daquele ser que tinha acabado de sair de dentro de mim. E pude então, conversar com ela, dessa vez olhando-a nos olhos. Foi assim que chegamos juntas ao mundo. A primeira vez dela e a minha segunda. Nascer de novo é uma experiência difícil de descrever. Só sei que a tenho gravada em cada célula do meu corpo. Entre o cansaço e o alívio, a sensação de ter transbordado um amor em forma de Nina", afirma.

Carol conta que preferiu esperar a extero-gestação - uma gestação externa, momento em que o bebê se desenvolve emocionalmente e fisicamente no colo da mãe - se fechar para então se permitir relembrar o parto "tão intenso", como ela definiu. 

 

"Deixamos de ser quem éramos, para dar vida ao novo que chega e assim renascemos junto. Naquelas contrações infindáveis acontece o grande encontro com a tal da dor. A tão temida, mas que nada mais é, do que um pouco de nós se esvaindo, abrindo espaço para uma nova realidade que irá nascer junto com aquele bebê que dança dentro de você para chegar ao mundo. Sim, é claro que dói deixar de ser pra renascer. É preciso partir, repartir, deixar doer. Para então superar. Sair mais forte dessa experiência arrebatadora que é trazer uma vida pra esse imenso universo", disserta. 

"E é ali, naquelas horas de 'partir' que nos encontramos dentro da 'caverna'. Naquele lugar primitivo só seu...Onde tantas mulheres antes de nós, já estiveram um dia. Onde a natureza foi divinamente feita para tal ato milagroso: o de dar à luz. Depois de tantos meses de preparo. De construção, chega o grande dia de trazer ao mundo, aquele ser que cresceu junto com você. A cada dia, a cada mês, dentro e fora. É chegada a hora. 'O Boa hora' que tanto escutamos. O instinto fala mais alto e como em uma dança, ele e a criança, bailam por entre os ritmos perfeitos do trabalho de parto. A cada contração e a hora, a grande e aguardada hora, está mais próxima. É nisso que precisamos focar, para chegar lá...Não é na dor, que sim, é tamanha."

"Andava em círculos, de olhos fechados, entrava e saía da água, buscava minha posição" 

Carol ainda detalha que não tomou anestesia, seu parto teve todas as características do que chamamos de humanizado. "Assim, é melhor para ela e pra mim", defende.

"A cada contração você se sente mais próxima, é uma a menos para ter seu bem maior nos braços. É como ouvir uma voz angelical dizer em meu ouvido: 'a dor é sua, é do seu tamanho. Você aguenta. Você foi feita pra isso', minha doula maravilhosa, Diana. Falava com Nina o tempo todo. Estávamos conectadas. Juntas, naquela missão de chegada. A dela e a minha, como mãe. Foram algumas horas de um encontro muito forte com meus limites e meus instintos. Virei bicho. Dei à luz como vim ao mundo, sem pudores, sem amarras."

Por fim, a atriz relata sua autonomia. "Lembro que ouvi alguém perguntando sobre a bolsa e eu, num momento de lucidez dentro do transe, lembrei: 'meu Deus, a bolsa'. Ainda não tinha estourado e estava há algum tempo em trabalho de parto. Não tive dúvida, gritei bem alto: 'vem Nina! Estoura essa bolsa e vem!' Milagrosamente ( ou coincidentemente pra quem não acredita), dois segundos depois, a bolsa estourou. Tive certeza mais ainda de que estávamos muito unidas naquela dança da vida."