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Ela decidiu viver com menos e agora uma cômoda abriga todas as suas roupas

Renata Zi Colconi mostra seu pequeno armário de roupas - Lucas Lima/UOL
Renata Zi Colconi mostra seu pequeno armário de roupas Imagem: Lucas Lima/UOL

Julia Guglielmetti

Colaboração para o UOL

09/11/2016 18h50

A designer Renata Zi Colconi, 27, trocou seu closet abarrotado de roupas por uma pequena cômoda contendo apenas o essencial. Ela surpreendeu não apenas os amigos e os familiares, mas a si própria --indo do consumismo impulsivo à praticidade minimalista. Neste processo, estima ter doado mais de 200 peças, muitas nunca usadas e ainda com etiqueta.

Formada em moda e aficionada por roupas e sapatos, Renata tinha um armário enorme e a grande coleção de peças fazia com que demorasse horas para se vestir. Sempre sem saber o que realmente tinha e com dificuldade para achar as coisas, começou a se sentir sufocada. "Não me fazia bem olhar tudo aquilo ainda com etiqueta", diz.

Foi a mudança para um apartamento menor --onde passou a viver em um quarto do tamanho do seu antigo closet-- que motivou a transformação radical. "Resolvi encarar a brincadeira de vir com o armário pequeno. Eu não queria mais encher tudo de roupa. Antes de me mudar, fiquei quase um ano vivendo apenas com uma mala pequena, transitando entre a casa da minha mãe em São Paulo e o apartamento do meu namorado, perto do meu novo trabalho em Santana de Parnaíba. Foi quando percebi que é possível viver com menos."

Mas ter um espaço tão pequeno para armazenar as roupas exige muita organização. Renata sabe exatamente onde está tudo: na primeira gaveta ficam as peças fitness, de praia e lingerie. Na segunda, ela guarda as blusas e, na terceira, estão as saias, calças e vestidos. Na porta ao lado ficam os pijamas, blusas de frio e sobra espaço até para uma muda de roupas do namorado. Os sapatos são guardados embaixo, no chão, e as maquiagens no tampo. Fora isso, ela tem um cabideiro onde guarda suas bolsas e casacos. Dentro de uma das bolsas ela mantém seus lenços estampados.

Para não faltar nada é preciso lavar roupa toda semana e escolher tecidos que amassem pouco. O sistema de rodízio é outro método de organização eficiente. Embaixo da cama, há uma mala com algumas roupas de inverno. Quando muda a estação, é feita a troca na cômoda --as peças para dias mais quentes são substituídas pelas mais pesadas. É uma maneira de manter o que realmente usa à vista e ter mais agilidade para se vestir.

Tem quem associe este estilo de vida a um desapego da própria imagem e pense que enxugar o guarda-roupa dessa maneira acaba com o visual, mas Renata garante que não é bem assim, "muito pelo contrário". "Antes, o consumismo fazia com que eu comprasse peças novas porque estavam na moda, porque as blogueiras usavam e por ter na cabeça que eu precisava de produções elaboradas todos os dias", explica. "Mas percebi que eu queria ser muito mais do que minhas roupas. Hoje consigo até me expressar melhor do que antes, já que, sabendo o que eu tenho, acabo montando meus looks com mais facilidade."

Seu estilo básico, com roupas predominantemente pretas, ajuda a não enjoar do que possui. "Se preciso comprar algo, penso bem se realmente gosto, se vai valer a pena e se a peça vai durar. Parei de cometer loucuras e fazer compras por impulso de coisas que vão encalhar no guarda-roupa. Agora eu sempre me pergunto: 'vou ter algo diferente ou vou continuar sendo eu mesma?'."