Estilista da Dior diz que nem todas as mulheres podem ser modelos

Comandante criativa de uma das principais casas de moda do mundo, a Maria Grazia Chiuri chamou atenção por declarar após o desfile da Dior na Semana de Moda de Paris que "nem todas as mulheres podem ser modelos" ao mesmo tempo em que defendeu um discurso feminista nas passarelas e peças apresentadas.

Em uma entrevista à agência AFP, a italiana elogiou a iniciativa das gigantes do mundo fashion LVMH (casa de marcas como a Dior, a Louis Vuitton, a Givenchy e a Marc Jacobs) e a Kering (responsável por Gucci, Saint Laurent e Alexander McQueen, entre outras) de proibir modelos menores de 16 anos e abaixo do peso em seus desfiles: "Acho uma ótima ideia, pois sou uma mulher e tenho uma filha".

Mas ponderou: "Ao mesmo tempo, temos que explicar que nem todas as pessoas podem ser modelos. Às vezes as pessoas querem tudo. Se você quer ser um cantor, precisa ter a voz. Se você quer ser um montanhista, precisa ter um corpo atlético", disse.

"Trabalhamos em um manequim de tamanho 38. Não trabalhamos com o de 40 pois é muito difícil fazer os outros tamanhos. Então existem alguns tamanhos que são melhores para compor os protótipos. Logo, precisamos de garotas que tenham talento e que tenham nascido com estes padrões", afirma.

O que dizem outros ícones fashion

A declaração de Maria Grazia surge uma semana depois de outro estilista ter afirmado que as marcas europeias são "preguiçosas" por não fazerem peças de tamanhos maiores. Prabal Gurung, um dos destaques da Semana de Moda de Nova York, disse: "Estes estilistas são preguiçosos. Não é mais difícil! Todos os corpos são diferentes, mas é isso o que os estilistas fazem, revolvem problemas. Não é só botar glitter e bordados”.

Ashley Graham, a top plus size mais influente do mundo, obviamente, discorda com Maria Grazia e chegou a criticar grifes da semana de moda nos EUA por não apresentarem um casting de modelos mais diverso.