Topo

Emma Stone, Reese, Shonda e mais famosas lançam iniciativa contra assédio

Atrizes, produtoras, diretoras e executivas de Hollywood criam iniciativa "Time"s Up Now" contra assédio - Divulgação
Atrizes, produtoras, diretoras e executivas de Hollywood criam iniciativa 'Time's Up Now' contra assédio Imagem: Divulgação

do UOL, em São Paulo

01/01/2018 17h31

Depois que uma avalanche de denúncias de assédio sexual manchou a carreira de uma série de homens poderosos de Hollywood, um grupo formado por mais de 300 proeminentes atrizes, ativistas, produtoras, diretoras e executivas da indústria cinematográfica decidiu criar um plano efetivo de ação contra a violência sexual e disparidade de gênero nas mais variadas áreas de trabalho. Batizado de “Time’s Up Now”, ele foi lançado no primeiro dia do ano de 2018 e anunciado por meio de uma carta aberta assinada por centenas de mulheres do show business norte-americano. Emma Stone, Natalie Portman, Shonda Rhimes, Eva Longoria e Reese Witherspoon são algumas delas.

“A luta para mulheres serem inseridas, crescerem e simplesmente serem ouvidas e reconhecidas nos ambientes de trabalho dominados por homens deve terminar; acabou o tempo para esse monopólio impenetrável”, diz o texto.

As iniciativas do grupo

Entre as ações efetivas propostas por elas estão:

  • Um fundo de defesa legal, apoiado por doações que chegam a US$ 13 milhões, para ajudar mulheres menos privilegiadas – vigias, enfermeiras, trabalhadoras rurais, operárias, funcionárias de restaurante e hotéis – a se protegerem de assédio sexual e de suas consequências ao denunciá-los.
  • Propor leis para penalizar empresas tolerantes ao assédio persistente e desencorajar o uso de acordos de silêncio de vítimas.
  • Uma diretriz para alcançar paridade de gênero em estúdios e agências de talentos.
  • Um pedido para que as atrizes que caminharem no tapete vermelho no Globo de Ouro, no dia 7 de janeiro, se manifestem e usem preto como protesto.
  • Garantir representatividade, oportunidade, benefícios e salários iguais para todas as trabalhadoras.
  • Aumentar o número de mulheres em cargos de liderança.
 

Uma publicação compartilhada por #TIMESUP (@timesupnow)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

em

Apoio à classe trabalhadora como um todo

A iniciativa começou a tomar corpo após uma carta de apoio de um grupo de trabalhadoras rurais recebida pelas atrizes. O documento chegou a ser assinado por 700 mil mulheres que trabalham em zonas agrícolas. Neles, elas demonstram estar do lado das famosas na lutra contra os abusos. “Nós compartilhamos de seus sentimentos de raiva e vergonha”, diz a resposta do “Time’s Up Now”.

A ação é uma resposta também a todas as críticas voltadas ao movimento #MeToo, que ganhou as redes sociais logo após as denúncias ganharem manchetes. Por meio da hashtag, mais mulheres tomaram coragem de denunciar seus agressores.

“Se esse grupo de mulheres não pode lutar por um modelo para outras mulheres que não têm tanto poder e privilégio, então, quem pode?”, disse a produtora Shonda Rhimes ao The New York Times. As reuniões para o lançamento começaram em outubro.

Dentro do “Time’s Up Now” há também um grupo responsável para assegurar que negras, gays, lésbicas, bissexuais e trans também sejam ouvidos. “Essa desigualdade sistêmica de gênero e desequilíbrio de poder promove um ambiente propício para o abuso e assédio contra mulheres”, diz a carta.

“O assédio persiste porque os agressores e empregadores nunca enfrentam consequências”

No texto, elas reconhecem os riscos de retaliação, revelam o medo de serem atacadas, terem suas falas deslegitimadas, serem demitidas ou nunca mais contratadas. Por outro lado, agradecem o privilégio e o acesso a plataformas que amplificam suas vozes e fazem suas mensagens chegarem cada vez mais longe.

Em uma indústria onde se naturalizou o clichê do “teste de sofá” e onde o silêncio tem sido tratado como condição para manutenção do emprego, elas querem justiça. “O assédio persiste porque os agressores e empregadores nunca enfrentam consequências”, criticam. “E isso é frequente porque as sobreviventes, particularmente aquelas que recebem salários baixos, não têm recursos para lutar.” Por isso a criação do fundo de amparo a vítimas de qualquer área de trabalho. O dinheiro, arrecadado pelo site do projeto, será destinado a quem quer desafiar os responsáveis pelos danos que sofreram e para “dar voz às suas experiências”.

Nas redes sociais, uma série de famosas já aderiu ao movimento.

 

Uma publicação compartilhada por Reese Witherspoon (@reesewitherspoon)

 

 

 

 

 

 

 

 

em