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"Tubarão sardinha" e "anjo demônio": eles tatuaram e se arrependeram

Do UOL

10/01/2018 04h00

Fazer uma tatuagem --achando ter avaliado bem desenho e tatuador-- e se arrepender depois é mais comum do que se pensa, e não fica restrito a adolescentes, conhecidos por serem impulsivos. Muitos adultos acabam amargando consequências de escolhas, que julgavam terem sido bem ponderadas.

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Existe a possibilidade de remoção, mas é preciso ter consciência de que o processo é dolorido e pode não trazer o resultado esperado. Refazer o desenho é outra saída, mas que também não está livre de percalços, como uma tattoo pior do que a original.

A seguir, veja histórias de quem tatuou e se arrependeu. 

  • Arquivo pessoal/Arte UOL

    Anjo demônio

    Há 15 anos, quando tinha 18, Mony Sá decidiu que faria a primeira tatuagem. "Aproveitei que minha prima e um amigo estavam em um estúdio, escolhi o desenho e fiz." O desenho em questão era um anjo, que não saiu exatamente como previsto. "Parece um demônio e, para piorar, tive queloide (cicatriz saliente) em algumas partes dela, então ficou uma bagaceira."

  • Arquivo pessoal/Arte UOL

    Tribal virou peixe

    Aos 17 anos, Carolina Barbon se achava "livre e responsável" e decidiu fazer a primeira tatuagem. O local já estava decidido: entre os seios. O desenho, um tribal, ela achou em um catálogo daqueles que os estúdios deixam a postos para inspirar os clientes. "Conheci o tatuador e gente tatuada por ele. Na minha cabeça, estava fazendo tudo direito." O estúdio era, na verdade, uma loja de artigos para bebês que o tatuador tinha com a mulher. "Fui tatuada no balcão do lugar." O desenho ficou tão feio, segundo ela, que, quando estava na praia, as pessoas perguntavam que peixe era aquele. "Convivi com aquela aberração por anos. A versão da foto é uma 'melhorada', de quando fiz outra tatuagem. Comentei com o tatuador a história e ele refez o desenho cobrindo as partes estragadas. Continua original, mas com a tinta mais escura. Adoraria usar um decote, mas morro de vergonha", diz, hoje, aos 39 anos,

  • Arquivo pessoal/Arte UOL

    Tubarão sardinha

    Das "20 e algumas" tatuagens que tem pelo corpo, Carol Mattos, 37, arrepende-se de duas: um tubarão e uma flor com tribal, sua primeira, aos 15. "A moda do tribal passou e resolvi cobrir com uma borboleta, que, finalizada, ficou bem colorida." O outro arrependimento aconteceu aos 27, sobre um desenho feito aos 20. "Achei bonitinho o tubarão porque ele não tinha cara de bravo, mas, no fim, era preferível que tivesse. Ficou parecendo uma sardinha." Carol também cobriu, mas não recomenda o local, o peito do pé. "A pele é muito fina e resseca fácil. A tattoo vai borrando e fica feia com o tempo."

  • Arquivo pessoal/Arte UOL

    Desenho animado virou carpa

    A história de Thiago Luiz, 37, não tem a ver com a primeira tatuagem, feita na adolescência, mas com a segunda, realizada quando tinha 18 anos. Ele contou ao UOL que precisava fazer outra "de qualquer jeito" e, como não se planejou, fez um desenho sem sentido algum, do qual nem se lembra o nome, mas era um personagem de uma animação. "Logo que saí da sessão, já comecei a me arrepender. Um outro tatuador teve a ideia de desenhar uma carpa e uma flor de lótus por cima. A tatuagem acabou ficando muito escura e, principalmente a flor, com traços muito grossos. Preciso retocar para ver se melhora um pouco."

  • Arquivo pessoal/Arte UOL

    Fada macabra

    Para cobrir uma tatuagem feita para um namorado aos 16 anos, Natani Lima, 27, escolheu uma fada. Mas o resultado ficou parecendo mais uma bruxa, segundo ela. "Era um casalzinho com as nossas iniciais. Quando rompemos, decidi cobrir. Não sei qual é pior. Acho que a tattoo para o 'ex' era melhor." Ela quer cobrir a "fada macabra", mas não acha quem assuma a tarefa. "Ela é horripilante. Fica na região do cóccix. Era para ser sexy, sabe?" E essa não é a única marca da adolescência que Natani não curte. Aos 14, ela fez a primeira: uma bonequinha com a sua inicial ao lado. "Quem em sã consciência tatua o próprio nome?".

  • Arquivo pessoal/Arte UOL

    Ramo de flor no lugar errado

    O ramo de flor que Stefânia Delgado, 26, fez na perna quando tinha 14 anos não ficou como ela queria. Além disso, como ela, obviamente, cresceu de lá para cá, nem está mais no lugar planejado. "Foi aquela coisa de querer fazer uma tatuagem, ir escondida da mãe e decidir o desenho no estúdio." A estudante de jornalismo diz ter vontade de cobrir, mas, às vezes, vê a marca como uma forma de aprendizado, para não ser mais impulsiva. "É um caso de amor e ódio."