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Preenchimento com ácido hialurônico ameniza a aparência da celulite; saiba como funciona

Indicado principalmente para casos de celulite leve, o preenchimento de ácido hialurônico diminui o efeito casca de laranja causado pelos furinhos - Thinkstock
Indicado principalmente para casos de celulite leve, o preenchimento de ácido hialurônico diminui o efeito casca de laranja causado pelos furinhos Imagem: Thinkstock

Isabela Leal

Do UOL, em São Paulo

07/11/2012 08h00

Se você pensa que o ácido hialurônico é usado apenas para aumentar o volume dos lábios e amenizar as rugas faciais, por meio da técnica de preenchimento, enganou-se. De uns tempos pra cá, a substância tem se mostrado versátil e, o melhor, eficaz em outras áreas da estética, mais precisamente no tratamento da celulite. O ativo usado para atacar os furinhos é da mesma “família” daquela utilizada para tratar os sinais da idade no rosto, o que muda é o peso das moléculas. “O tipo adequado tem partículas maiores, que é indicado apenas para o corpo. O que é utilizado no rosto é mais delicado e tem absorção mais rápida”, explica a dermatologista Meire Brasil Parada, colaboradora da Unidade de Cosmiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “As moléculas são bem maiores  justamente para dar um preenchimento maior, abaulando a pele da região afetada, de maneira que se torne plana; e também para proporcionar um resultado mais duradouro”, completa o dermatologista Adilson Costa, coordenador do Núcleo de Pesquisa Clínica em Dermatologia da PUC-Campinas (SP). Veja a seguir todos os detalhes sobre o procedimento.

Como é feito

O preenchimento com ácido hialurônico consiste na aplicação injetável da substância em áreas “estratégicas”, de maneira que toda a região de depressão seja preenchida. A anestesia geralmente é tópica, mas vai depender da resistência de cada paciente. Nos casos mais críticos de celulite, o preenchimento com ácido hialurônico precisa ser combinado a outros métodos para ter resultado como, por exemplo, a subcisão, que requer anestesia local.

Mecanismo de ação

Para a celulite leve:Basta o preenchimento de ácido hialurônico. “O principal efeito do ácido hialurônico é preencher a área deprimida da celulite, melhorando o aspecto da pele e em alguns casos amenizando também a flacidez associada à celulite”, explica a dermatologista Doris Hexsel, investigadora principal do Centro Brasileiro de Estudos em Dermatologia e autora do livro Anticelulite (Ed. Doris Hexsel). “Depois de depositado na região a ser tratada, o ácido hialurônico passa a atrair água para o seu interior, dando um aspecto uniforme à área, uma sensação de maciez ao toque e repondo o volume comprometido pela depressão da celulite”, justifica Adilson Costa.

Para a celulite moderada e grave:Nesses casos, em que o problema está mais avançado, o ácido hialurônico sozinho não é suficiente. “Os preenchimentos têm indicações limitadas. O ideal é sempre associar outros tratamentos, para obtenção de um melhor resultado”, diz Doris Hexsel. Um dos mais indicados é a subcisão, que consiste na ruptura das fibroses que tracionam a pele e formam o aspecto acolchoado. “Como existe um septo repuxando a pele, ele precisa ser cortado, para depois ser feito o preenchimento, que, inclusive, pode ser feito de forma natural pelo organismo ou através do preenchimento com ácido hialurônico especial”, esclarece Doris Hexsel. “Tanto é que em pacientes que fazem apenas a subcisão, o organismo tende a estimular a produção natural de colágeno, que ameniza o aspecto da celulite”, completa Meire Parada. 

Problemas agregados

De um modo geral, quem tem celulite pode ter algumas outras alterações como flacidez, sobrepeso e nódulos de gordura na área repuxada – todos são reflexos das mesmas causas, em grau menor ou maior. “As causas são multifatoriais e envolvem questões hormonais, genéticas, de sobrepeso ou obesidade, ser ou não fumante, praticar ou não atividade física regularmente etc. Sendo assim, o ácido hialurônico é um tratamento mecânico, de preenchimento, que não combate a causa, da mesma forma como não trata, por exemplo, os nódulos de gordura”, destaca Meire Parada. Concorda com a colega, o médico Adilson Costa: “É um tratamento sintomático, isto é, não trata a disfunção que provocou a celulite”,diz.Em relação à flacidez, nos casos mais amenos pode até ocorrer uma melhora. “A função do ácido hialurônico é apenas preencher as áreas com perda de volume, mas ao restaurar o volume de uma determinada área, a pele que está por cima pode apresentar melhora na flacidez cutânea”, acredita Doris Hexsel.

Resultados e duração

Os resultados são imediatos, mas é preciso um tempo (de 12 a 15 dias, em média) para que os hematomas provocados pelas picadas e incisões (no caso da subcisão) desapareçam.

Quanto à duração, não é possível estabelecer um período. “Vai depender do grau da celulite, da pele e do organismo de cada um”, explica Meire Brasil Parada. O dia a dia clínico dos pacientes mostra que os efeitos desse método podem durar de oito a 15 meses, em média. “Há estudos que mostram que em 24 meses alguns pacientes ainda apresentavam algum efeito”, pontua Doris Hexsel.

Regiões do corpo beneficiadas

É indicado para qualquer área, cujo tecido adiposo apresente depressões”, resume Adilson Costa. Todas as regiões com mais incidência do problema, como lateral e parte de trás da coxa e glúteos respondem bem ao método de preenchimento com ácido hialurônico.

Contra-indicações

Mulheres grávidas ou que estejam amamentando, pessoas com flacidez avançada, distúrbios de coagulação ou que estejam fazendo uso de anticoagulantes e portadores de doenças autoimunes como lúpus, vitiligo, diabetes tipo 1, psoríase e artrite reumatoide ou quem estiver com inflamação ou infecção na área a ser tratada.