Topo

Plástica no umbigo é realmente necessária? Médicos comentam

O procedimento é mais procurado por mulheres após a gestação e por quem tem hérnia - Getty Images
O procedimento é mais procurado por mulheres após a gestação e por quem tem hérnia Imagem: Getty Images

Thamires Andrade

Do UOL

02/02/2017 04h03

A ânsia por ostentar um abdômen bonito pode ser tanta que o umbigo também está entrando na mira de quem deseja esse corpo perfeito. Ainda que a onfaloplastia, cirurgia do umbigo, não figure entre os procedimentos mais realizados, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês), muita gente se incomoda com a aparência da região.

Segundo Luís Ishida, cirurgião plástico e presidente da SBCP-SP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional São Paulo), e Francisco Neto, cirurgião plástico, é raro alguém chegar ao consultório se queixando apenas da aparência do umbigo. "Geralmente, a queixa é do abdômen como um todo. Então, durante a abdominoplastia, nós fazemos a onfaloplastia", explica Neto.

Ishida fala que, às vezes, o paciente já passou por uma cirurgia plástica e o resultado do umbigo não ficou satisfatório. "Nesse caso, basta fazer a cirurgia do umbigo. Mas essas situações são mais raras", destaca.

Queixas mais comuns

O procedimento é mais procurado por mulheres após a gestação, já que, durante esse período, o abdômen dilata, separando os músculos reto abdominais. "A distância normal é de meio centímetro entre um músculo e outro. Na gravidez, separa até quatro centímetros e, junto com isso, a região do umbigo também se afasta", explica Ishida.

Esse afastamento, segundo o cirurgião, faz com que o umbigo fique com um formato diferente. "O novo formato do umbigo e outras queixas clássicas, como sobra de pele e flacidez abdominal fazem com que as mulheres optem por uma abdominoplastia junto com a onfaloplastia."

Outra situação comum é quando a pessoa perde muito peso, fazendo com que o umbigo fique com uma aparência "triste". "O umbigo fica todo caído. Se não há excesso de pele, a gente só reposiciona o umbigo. Mas, se houver, o paciente pode fazer uma abdominoplastia junto com a cirurgia de umbigo", fala Neto.

Os pacientes que retiraram o piercing do umbigo também buscam o procedimento para melhorar o aspecto da região. "Quando a pessoa resolve tirar o acessório, fica uma cicatriz muito feia no local e isso incomoda. Então, muitas vezes, a gente faz a cirurgia no umbigo para cortar a cicatriz e refazê-la, de modo que a marca fique menor", explica Ishida.

Questão de saúde

Ainda de acordo com Ishida, a presença de hérnia umbilical faz com que a cirurgia de umbigo tenha que ser feita por motivos de saúde. “Existem pessoas que se queixam de um volume na região, formando uma bola ou deixando o umbigo para fora. E se for o caso de hérnia, precisa ser corrigido, pois existe um risco da hérnia entrar em alguma alça intestinal, causando complicações para a saúde”, conta.

Segundo o presidente da SBCP - Regional São Paulo, o médico tem o dever de avisar ao paciente sobre a hérnia. “Se o paciente vai fazer uma lipoaspiração e o médico olha uma hérnia, ele tem o dever de indicar a cirurgia”, acredita. “Mas cabe ao médico avaliar se é uma hérnia grande ou pequena e se ela precisa ser retirada”, completa Ishida

Resultados da cirurgia e recuperação

Como o umbigo tem uma anatomia peculiar e complexa, o cirurgião plástico precisa ter uma boa conversa com o paciente para entender quais resultados ele espera com o procedimento. "A onfaloplastia é uma cirurgia inespecífica. É diferente de um aumento de mama, que médico e paciente tem certeza de como ficará o resultado. Às vezes, o paciente quer um umbigo mais alongado ou mais alargado. Ou tem um muito fechado e queria aumentar. Existem algumas limitações cirúrgicas, por isso, o paciente precisa entender claramente o que o médico será capaz de fazer."

O pós-operatório também dependerá da extensão da cirurgia. Ou seja, se a correção foi apenas no umbigo, ela será mais rápida do que uma abdominoplastia. "No entanto, o ideal é evitar esforço físico, como carregar peso e exercícios de musculação e abdominais, de um a três meses”, completa Neto.