Quando faço plantio de sementes, elas quase sempre morrem; qual o problema?
O jardim é um espaço para cultivar a natureza e apreciar a beleza de seu desenvolvimento, passo a passo, até a formação de uma vegetação frondosa com belos maciços, flores e até frutas que desenham um verdadeiro quadro vivo na paisagem. Sendo assim, após o preparo do solo, assunto abordado em minha primeira coluna, chega a hora de escolher as espécies, semear a terra e deixar que elas germinem!
A germinação é o início do processo de crescimento da planta. Coloca-se o grão sob uma fina camada de terra, próximo à superfície, para que quando o broto comece a crescer não encontre dificuldades ao sair do solo. Quando ocorre esse movimento, significa que a semente está germinando -ou seja, saindo do repouso e entrando em atividade metabólica.
Há diversos fatores externos, ambientais, que influenciam no processo da germinação, dentre os quais vale destacar a intensidade de iluminação natural, a variação de temperatura, além da quantidade de água e de oxigênio disponíveis. As características genéticas da semente também atuam na sequência de acontecimentos necessários para o amadurecimento e crescimento da planta.
Cada espécie tem sua particularidade. Algumas sementes germinam somente com extensa exposição à luz, enquanto para outras basta um breve encontro com o sol; cada grão tem como característica um certo período de tempo que garante sua sobrevivência inativa sob o solo, alguns morrem rapidamente, outros permanecem "adormecidos" por mais tempo.
Algumas espécies do gênero Acer, por exemplo, possuem sementes que precisam germinar, no máximo, em duas semanas após sua dispersão, caso contrário, morrem. Já as sementes das famosas plantas de lótus são conhecidas por terem até 2000 anos de idade e ainda assim serem capazes de germinar.
É interessante notar que alguns mecanismos artificiais, denominados "quebras de dormência", podem acelerar a germinação das espécies. Em cada tipo de planta esse processo ocorre de forma diferente. Trata-se de estressar as sementes por meio de raspagem, colocação de água ou até mesmo de fogo.
Após queimadas, por exemplo, muitas vezes surgem plantas cujas sementes estavam no solo há tempos, mas que só crescem após este estímulo específico. Mais curioso ainda, caso a queimada não aconteça e a semente não germine dentro de um determinado período de tempo, o embrião que ela contém morre, motivo pelo qual muitas vezes é necessário adotar técnicas de "quebras de dormência" para manter o jardim saudável.
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