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Depois de três anos em obras, Teatro Colón reabre em Buenos Aires

 O teatro foi inaugurado em 1908, depois de 18 anos de construção, e é considerado por especialistas como um dos três melhores do mundo para óperas, por causa da boa acústica - Natacha Pisarenko/AP
O teatro foi inaugurado em 1908, depois de 18 anos de construção, e é considerado por especialistas como um dos três melhores do mundo para óperas, por causa da boa acústica Imagem: Natacha Pisarenko/AP

Marcia Carmo

De Buenos Aires

26/04/2010 13h54

A prefeitura de Buenos Aires anunciou que o teatro Colón será reaberto no dia 24 de maio, depois de três anos em obras. A reabertura faz parte das comemorações do bicentenário da Argentina.

O Colón foi inaugurado em 1908, depois de 18 anos de construção, e é considerado por especialistas como um dos três melhores do mundo para óperas, por causa da boa acústica.

O palco do Colón recebeu as principais estrelas da ópera, como Luciano Pavarotti e Plácido Domingo.

O coordenador de obras da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Matteo Goretti, disse que a restauração do teatro custou US$ 100 milhões e envolveu mais de mil pessoas, entre técnicos e operários.

"Foi a primeira vez que foi fechado para obras. O teatro foi preservado, como era no original, como sempre foi, mas melhoramos sua infra-estrutura, usando os melhores produtos e tecnologia disponíveis no mercado internacional", disse Goretti.

As mudanças incluíram a criação de seis novas saídas de emergência, além das duas existentes, e a substituição de material inflamável.

"Esse teatro não pegou fogo antes das obras por pura sorte. Ou, como dizem na Argentina, porque Deus é argentino", afirmou.

A construção original seguiu o padrão europeu do século 19 e, segundo Goretti, muitos dos detalhes foram mantidos para não interferir na acústica. Um exemplo citado é o material no interior das 2,5 mil poltronas da sala de espetáculos: rabo de cavalo.

O brilho original dos detalhes em dourado de pilares, escadarias e sala chamada "salão dourado" também foi restaurado.

As 4,5 mil lâmpadas dos lustres – um deles pesa mais de uma tonelada – foram encomendadas na Holanda.

E foram mantidos detalhes daquela época como os "palcos de viúva" – camarotes, através dos quais mulheres desacompanhadas podiam assistir aos espetáculos, mas não eram vistas pelo resto do público.

O porta-voz do secretário do Desenvolvimento Urbano, Sergio Levit, disse que o projeto foi resultado de uma licitação internacional.

Segundo o assessor, as entradas para os espetáculos deste ano já estão praticamente esgotadas.