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Britânicos criam casa com zero emissão de carbono

Casa tem emissão zero de gases causadores do efeito estufa segundo pesquisadores - Divulgação BASF/ BBC
Casa tem emissão zero de gases causadores do efeito estufa segundo pesquisadores Imagem: Divulgação BASF/ BBC

17/07/2015 19h07

Projetistas da Universidade de Cardiff, no País de Gales, Grã-Bretanha, afirmam ter construído uma casa cuja emissão de gases causadores do efeito estufa é zero. Segundo os pesquisadores, a casa até exporta mais energia para a rede do que consome. Outro favor de destaque é o custo: o gasto para construir uma casa deste tipo é semelhante ao da construção de uma casa convencional subvencionada pelos programas habitacionais do governo britânico.

Foram necessárias apenas 16 semanas para construir a casa a um custo de mil libras por metro quadrado (cerca de R$ 5 mil). Os criadores da casa afirmam que, no futuro, os donos do imóvel poderão até ganhar dinheiro vendendo o excesso de energia. No inverno britânico, a casa terá que importar energia, mas este gasto será compensado pelas exportações do excesso de energia durante os meses de verão.

Futuros moradores poderão até vender a energia produzida em excesso - Divulgação BASF/ BBC - Divulgação BASF/ BBC
Futuros moradores poderão até vender a energia produzida em excesso
Imagem: Divulgação BASF/ BBC
Revolucionária?

A construção tem painéis fotovoltaicos de vidro na face sul do telhado, que permitem que o espaço logo abaixo seja iluminado por luz natural. Isto reduziu o custo da instalação dos painéis de energia solar se comparador aos aplicados a um teto comum. A casa usa energia solar e armazenamento de eletricidade em baterias para o aquecimento, a ventilação, o aquecimento de água e a alimentação de eletrodomésticos e luzes de LED.

"Usando as tecnologias mais recentes e design é possível sim construir uma casa com emissão zero de carbono a um custo baixo, criando benefícios no longo prazo para a economia e também para o meio ambiente", afirma Phil Jones, o professor que liderou o projeto. Apesar das boas notícias, a casa criada pela Universidade de Cardiff ainda precisa ser testada por moradores, pois nem sempre o desempenho durante o uso real, abrigando uma família de verdade, é tão satisfatório.

Todavia, o projeto pode significar uma reviravolta na política de habitação britânica. O ministro das Finanças inglês, George Osborne, chegou a dizer que uma casa com tanta eficiência energética era impossível e até acabou com a exigência de que todas as novas casas construídas na Grã-Bretanha, a partir 2016, teriam que ter emissão zero de carbono. Para Osborne, casas com este nível de eficiência seriam caras demais.

Críticos afirmam que, a partir de projetos como este, grandes construtoras que atendem ao mercado britânico serão obrigadas a aprender novas técnicas e usar novos materiais. "Precisamos acabar com a abordagem sem visão, que se importa apenas com os custos de construção. Os proprietários das casas querem saber quando custa viver na casa, não construir", defende Jenny Holland, da Associação para Conservação de Energia.

"As pessoas pagam um pouco mais por uma geladeira ou freezer eficientes. Se gastar um pouco mais resulta em uma casa melhor, que tem contas de energia perto de zero, os ocupantes ficarão satisfeitos e todos nós vamos colher as recompensas ambientais", conclui.