Artesãos marroquinos se adaptam aos tempos modernos

JAVIER OTAZU

22/09/2011 07h48

Rabat - O artesanato, que emprega quase 400 mil pessoas no Marrocos, vive uma boa fase, mas já não é transmitido de pai para filho como antigamente, porque as novas gerações estão perdendo um de seus ingredientes fundamentais: a paciência.

O artesanato faz parte da identidade do país que em 2010 atraiu mais de nove milhões de turistas, responsáveis pelo lucro anual de cerca de US$ 1,9 bilhão, com aumento de 15% nos últimos três anos.

O Ministério do Artesanato celebra a Semana Nacional do Artesanato, e uma de suas atrações principais é a exposição dos "Grandes Mestres", artesãos consagrados de várias cidades convidados a expor suas obras em um palácio situado no centro da capital.

"O artesanato no Marrocos está bem na maioria de setores; temos 25 feiras regionais organizadas pelos próprios artesãos, escolas onde se transmitem os ofícios, selos de qualidade, e grandes grupos bancários se somaram ao esforço financiando todas estas iniciativas", disse à Agência Efe, Mohammed Messalek, diretor de Estratégia e Promoção do Ministério.

O esforço pela modernização do setor é notório: agora é possível encontrar capas para móveis em couro personalizado; canetas revestidas em prata e até caftãs com decote ou com as costas nuas.

No entanto, os velhos ofícios, transmitidos durante gerações, já não encontram um substituo natural dentro da família e se mantêm vivos graças às escolas de formação profissional.

"Os jovens não têm paciência, e sem paciência não se avança neste trabalho: querem crescer rapidamente, e não degrau a degrau", disse um artesão local.

Nas vielas de Marrakech, Tanger e Fez é palpável a evolução do setor nestes últimos anos, com desenhos mais modernos que se distanciam da tradição sem romper com ela, e com cores e formas mais audaciosas.

No entanto, não há espaço para os novos desenhos na Semana Nacional do Artesanato, mostrando que as autoridades do setor preferem se manter fiéis aos modelos que têm persistido durante séculos e que ainda hoje resistem à invasão de cópias made in China.

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