Quer reformar seu imóvel? Veja o que pode destruir seu planejamento

21/03/2012 18h26

São Paulo - Boa parte das pessoas sonha em reformar suas casas. Ter uma sala nova, um banheiro com hidromassagem ou uma cozinha de última geração. Embora reformar signifique a realização de um sonho, sem um bom planejamento financeiro tudo pode se transforma em um grande pesado.

Planejar os gastos e estimar com o máximo de precisão os materiais que serão comprados e o quanto será desembolsado com os profissionais são alguns dos elementos que devem estar no plano de reforma. Mas o que boa parte das pessoas esquece é de levar em conta fatores que podem destruir seu planejamento ao longo da obra, ou seja, os imprevistos.

O arquiteto urbanista e paisagista Marcos Benedetti aconselha ao consumidor reservar de 15% a 20% de tudo que será gasto com a obra para se precaver dos problemas que não estavam no plano. Ou seja, depois de somar todos os gastos com material e mão de obra, tenha uma margem de manobra para administrar os imprevistos.

Ajuda profissional
Ainda pensando na reforma, tanto Benedetti quanto o construtor autônomo Danilo Furlan acreditam que um erro clássico que as pessoas cometem é achar que podem fazer tudo sozinhas, ou seja, sem ajuda de um profissional experiente que seja responsável por elaborar e realizar o projeto.

“Pensando que vão fazer uma economia, não contratando um profissional, a pessoa acaba tendo mais prejuízo”, acredita Furlan. O motivo para isso é simples. Quando a pessoa lida diretamente com o pedreiro, marceneiro e pintor, por exemplo, ela não consegue ter uma visão do todo. Já o arquiteto ou o empreiteiro conhece todas as fases da obra e, sobretudo, sabe quais são os maiores problemas e onde é preciso mais cuidado.

Mas isso também não quer dizer que, se você contratar um profissional, está livre de qualquer problema. Também é possível que haja imprevistos. “Existem excelentes arquitetos que são péssimos empreiteiros”, diz Furlan. As dicas são duas. Tente sempre encontrar um profissional por meio de indicações de pessoas próximas.

E, além disso, você pode fazer um contrato com o empreiteiro ou com o arquiteto, detalhando como será feito o pagamento, como será o projeto, como será feita a compra dos materiais, entre outros pontos. “Claro que esse contrato está sujeito à renegociação; imprevistos sempre podem acontecer. Mas é interessante para dar segurança para o próprio empreiteiro que, ao ter um contrato, fica se policiando para não fugir do que foi proposto”, explica Furlan.

Pintor, pedreiro, eletricista
Se a obra, por outro lado, for bem pequena, a pessoa pode optar por não contratar um profissional, diz Furlan, “mas não deve deixar de consultar um”. Nos grandes centros de venda de materiais de construção, é possível encontrar profissionais que podem dar algum tipo de assessoria nesse sentido, recomenda o especialista.

Outro ponto que deve ser observado é a forma de pagamento dos profissionais que serão contratados como pintor, pedreiro, eletricista, por exemplo. Furlan explica que não se deve pagar 100% do valor de forma adiantada. Deixar para pagar uns 30% ou 20% do total quando o serviço for concluído evita que o profissional largue o trabalho no meio do caminho, o que pode refletir em muito prejuízo.

“Quando você paga de uma vez, ele pode demorar mais para terminar o serviço ou mesmo largar a obra. Eles normalmente desanimam quando tem uma atividade para fazer que não tem uma receita vinculada”. A lógica, portanto, é simples: manter o profissional preso ao serviço através da outra parte do pagamento.

A compra dos materiais
E os materiais? Melhor comprar tudo de uma vez e ganhar algum desconto pelo grande volume ou ir comprando aos poucos? Nem um nem outro. De acordo com Furlan, cada material deve ser analisado separadamente. Se os materiais ocupam muito espaço, por exemplo, o tilojo, e não tem onde serem armazenados, pode ser um erro comprar um grande volume de uma vez.

Isso por dois motivos, principalmente. Se você não tem um local onde armazenar de forma apropriada, ele pode ir se quebrando ao longo da obra, além de atrapalhar a atividade dos profissionais. E, em segundo lugar, explica Furlan, “disponibilizar muito material só aumenta o desperdício; os profissionais enxergam abundância e não dão valor”. Abundância estimula o desperdício, logo, se você comprar tudo de uma vez, terá de comprar mais ao longo da obra, fugindo completamente do previsto no orçamento.

Aproveitar as promoções oferecidas pelas lojas de material de construção também deve ser feito com cuidado. O arquiteto Benedetti explica que uma grande promoção pode estar sendo feita pois determinado material irá sair de linha. Assim, se a pessoa resolve aproveitar, mas sua obra é longa e ele não está certo se vai ou não precisar de mais material futuramente, isso pode prejudicar bastante os planos de gastos.

Por outro lado, se os materiais não ocupam muito espaço e você pode ir dando aos poucos para os pedreiros, vale à pena aproveitar o desconto.

Siga o planejado
Por fim, quem pode estragar bastante seu orçamento, no decorrer da obra, é você mesmo. Furlan explica que muitas pessoas, na impulsividade, acabam alterando o plano no meio do caminho, o que pode elevar bastante o custo final. “As mudanças de projeto em tempo de execução trazem um risco grande”, diz o construtor.

A dica é: quando você planejou algo, mantenha-se ao planejado. As mudanças normalmente trazem aumento de custos desproporcional ao restante, então, pense muito bem antes de mudar. E se decidir pela mudança, lembre-se de que você terá de fazer um novo planejamento, considerando todas as variáveis. “Se você realmente quer sair do planejado para e pense; não aja no impulso”, finaliza Furlan.

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