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Manutenção periódica ajuda a evitar problemas com chuvas fortes

DANIELA SALÚ

Da Redação

13/03/2010 06h00

O aumento da frequência e da quantidade de chuvas tornou-se um problema em diversas localidades em todo o país. Os danos acontecem em graus variados, e, em muitos casos, a situação é crônica, podendo até inviabilizar a permanência na residência. Em circunstâncias menos graves, o cuidado com a manutenção de algumas partes da casa já colabora para evitar incidentes provocados pelas chuvas. Veja as áreas que merecem atenção e prepare-se com antecedência para enfrentar o próximo verão com mais segurança e tranquilidade:

1 - RALOS:

Poeira, areia e folhas são alguns itens que podem reduzir a capacidade de escoamento da chuva pelo ralo em áreas externas. Se ele estiver demorando a dar conta da água, ou pior, se já transborda, é hora de limpar. “Não adianta jogar tudo para o ralo e esperar que vá embora”, afirma o engenheiro civil Sérgio Patrício Lima, de São Paulo. Para ele, a melhor maneira de resolver a questão é simples: basta tirar a grade de proteção e, com uma luva, remover a sujeira que estiver obstruindo a vazão da água. O uso de desentupidores químicos à base de soda cáustica é desaconselhado pelo especialista, pois a substância pode prejudicar a cola que une o encanamento. Usar modelos de ralo com tampa também ajuda a reduzir a quantidade de sujeira acumulada.

2 - CALHAS:

Folhas, galhos, pedaços de telhas, pedras e até pipas podem obstruir a vazão de água das calhas. Sem o funcionamento correto, a umidade permanente no local e dispara um processo de corrosão, provocando furos na calha, mofo no telhado e paredes. O ideal é limpar o local duas vezes ao ano, sendo uma delas antes da época de chuvas. Também vale a pena prestar atenção na poda das árvores próximas ao telhado, para diminuir o risco da folhagem se acumular na calha. O processo de limpeza em si é simples, mas é preciso atenção com a questão da segurança, podendo ser mais recomendável chamar um profissional para executá-lo. Com uma escada alta o suficiente para alcançar o telhado, é possível limpar a calha com a ajuda de uma vassoura de piaçava (sem o cabo), de uma pá de jardinagem ou de uma pá de pedreiro. Retire a sujeira a seco e finalize a limpeza com uma lavagem de mangueira. Cheque também os tubos de queda – um arame maleável pode ser usado de baixo para cima para eliminar possíveis objetos que estejam atrapalhando a descida da água. O trabalho feito por um profissional custa, em média, a partir de R$ 100. O preço varia conforme o grau de dificuldade para acessar a calha e o tamanho do telhado.

3 - TELHADO:

Telhas quebradas ou fora do lugar podem ser a causa de goteiras e vazamentos dentro de casa. “Às vezes o próprio profissional que vai arrumar algo no telhado, como a antena ou a caixa d’água, pode quebrar as peças ao caminhar sobre elas incorretamente”, diz Marcelo Verde de Souza, instrutor orientador no Centro de Formação Profissional de Construção do Senai. Vale fazer uma revisão anual para checar se está tudo no lugar. No entanto, para o especialista, essa não é a maior causa dos problemas em telhados na época de chuvas. “O mais importante é a maneira como o telhado foi montado e a qualidade das telhas”, diz Souza. Segundo ele, independentemente do material de que a telha é feita, bons produtos possuem um encaixe perfeito, sem deixar fendas por onde possa escorrer água. Daí também a necessidade de ter um serviço bem executado na hora da montagem, para que o telhado obtenha a inclinação correta. Se isso não aconteceu, a solução é aplicar uma subcobertura diretamente embaixo das telhas. “A manta aluminizada ajuda a reduzir o calor no ambiente e a encaminhar a água que entra pelas frestas do telhado diretamente para a calha”, diz o instrutor do Senai. No caso de lajes sem telhado, a recomendação são os sistemas de impermeabilização moldados in loco (asfalto ou soluções e emulsões acrílicas, cimentícias e asfálticas) ou pré-moldadas, ou seja, as mantas butílicas e asfálticas. O custo para a revisão do telhado custa, em média, a partir de R$ 100. Já a aplicação da manta asfáltica pode sair a partir de R$ 500.

4 - ESQUADRIAS:

Janelas e portas também estão sujeitas a problemas em dias de chuva forte. “O mais comum são vazamentos através dos trilhos inferiores”, afirma Luís Claudio Viesti, professor de desenho de esquadrias do Senai e consultor técnico da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal). Segundo ele, é normal que o trilho encha de água, porém, a peça deve possuir drenos que ajudem no escoamento do líquido para o lado de fora da casa. Essa parte inferior da esquadria deve ser limpa na mesma frequencia em que acontece a limpeza da casa. Com um pano, esponja ou escova macios, ou até mesmo o aspirador de pó, tire a sujeira usando apenas detergente neutro - produtos abrasivos podem danificar a esquadria. Não utilize lubrificantes para ajudar no deslizamento das folhas pelo trilho, pois isso só vai contribuir para acumular mais detritos no local. Outros pontos importantes a se observar na esquadria são as borrachas e escovas de vedação, e o correto travamento dos fechos. Tudo precisa estar firme, sem frouxidão, para agüentar a pressão dos ventos e da água durante as chuvas fortes. Uma alternativa é fazer uma manutenção profissional, na qual as folhas serão desmontadas e os componentes da esquadria serão analisados para checar a necessidade de troca de roldanas, borrachas, escovas, etc. ou ainda a regulagem destas peças. O silicone, substância que costuma ser bastante utilizada em problemas com esquadrias, precisa ser aplicado por um profissional, para que ele analise o tipo mais indicado de acordo com o material da esquadria e a origem do vazamento. O custo com serralheiro ou marceneiro sai em média a partir de R$ 200/dia.

* Preços pesquisados em janeiro de 2010 na cidade São Paulo, sujeitos a variações e alterações.