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Papel de parede volta a ganhar espaço na decoração; veja opções

ANTÔNIO SAMPAIO

Colaboração para o UOL

08/04/2010 07h12

Assim como a moda, a decoração também funciona em ciclos. Materiais, cores e formatos que estavam abandonados há anos podem a qualquer momento ressurgir do fundo de algum baú e se tornar a coqueluche de uma estação. Quem poderia imaginar a volta da ombreira ou do balonê? No embalo dessa mesma regra do "eterno retorno", eis que ressurge, com força total, resgatado dos anos 60 e 70, o papel de parede.

Depois de um período de domínio da pátina e texturizações, agora é a vez do papel ocupar o lugar de prestígio que já teve na decoração de ambientes internos. Pelo menos é nisso que apostam arquitetos, decoradores e empresas do setor.

Nos últimos anos, a Bobinex, fabricante nacional em atividade desde meados da década de 60, tem engordado seu catálogo que hoje conta com mais de 300 opções de produtos. Em 2009, a empresa modernizou esse mostruário com uma linha assinada pelo designer Marcelo Rosenbaum, que prima pelas cores fortes e pelos grafismos. E no início deste ano, colocou no mercado uma nova leva de papéis, desta vez mais "comportados" (voltados para o público masculino, segundo afirma a assessoria da marca), em que dominam texturas naturais e cores como o nude – esse bege que dominou a moda e também quer se impor na decoração.

Para o arquiteto Leonardo Junqueira, a volta do papel de parede se explica pelo fato de esse material atender a um desejo do público contemporâneo de quebrar com a monotonia: "O papel é dinâmico e permite que você rapidamente mude a cara de um ambiente, com padrões que são muito difíceis de reproduzir, por exemplo, em pintura", diz.

A praticidade e variedade de produtos é também um ponto a favor do papel de parede, na visão do arquiteto Alberto Lahós. "O papel dá muita liberdade de criação para o decorador e permite muitas possibilidades. Além disso, a aplicação é prática e ele pode durar mais do que pintura".

Os papéis de parede permitem mudar um ambiente num "vapt-vupt" e oferecem uma ampla gama de opções, mas, para além das questões práticas e tecnológicas, a arquiteta Deborah Roig acredita que esse ressurgimento se explica por um desejo muito atual de se buscar conforto nas memórias. "O papel traz uma coisa meio decô, um ar meio vintage, uma lembrança de um outro tempo", pondera.

 


  • A parede da sala de estar ganhou ritmo com a sinuosidade das faixas do papel de parede Suede da Celina Dias

    A parede da sala de estar ganhou ritmo com o papel de parede Suede da Celina Dias

Veja dicas para a hora de escolher e aplicar um papel de parede para sua casa

Aplicação

Para que o papel de parede tenha um bom efeito, é importante que a parede que vai recebê-lo esteja lisa e livre de imperfeições (rachaduras e furos de prego, por exemplo). Ela deve ser "preparada" como se fosse receber uma pintura, com massa, gesso (para o caso de furos e trincas etc) e deve ser lixada. Lembre-se de que o papel não "esconde" falhas na parede. Com ele, elas se tornam mais evidentes.

O site da Bobinex traz um vídeo explicativo de como aplicar você mesmo o papel. Mas, não se iluda. A aplicação exige habilidade e prática, por isso, se você não tem experiência com ofícios manuais, contrate um aplicador profissional, de preferência indicado pelo revendedor do papel, para evitar dores de cabeça.

Em geral, aplicadores cobram uma taxa mínima de R$ 250 reais para colar até três rolos e cobram um adicional por rolo extra que varia entre R$ 70 e R$ 80.

Manutenção e durabilidade

Bem cuidado, um papel de parede pode durar até 10 anos, garantem profissionais da área de decoração. O cuidado apropriado depende do material de que ele é feito. Fibras naturais e tecidos, por exemplo, são mais delicados e não devem ser molhados – a limpeza pede apenas espanador ou aspirador de pó. Já em papéis vinílicos ou com proteção de vinil, pano ou esponja úmida estão liberados.

Precauções

Em termos gerais, papéis de parede podem ser utilizados em quaisquer ambientes internos, desde que respeitadas as condições de preparo da superfície de aplicação.

Em banheiros, deve-se tomar o cuidado extra de não utilizar cola à base de água, que pode desgrudar com a umidade, e, para maior durabilidade, só se deve aplicar o papel em banheiros que sejam bem arejados. Em cozinhas, é aconselhado o uso de um papel vinílico, que não fica tão impregnado de gordura e resiste a limpeza com pano úmido.

Em ambientes onde há muito tráfego, como corredores, deve-se evitar o uso de papéis delicados e frágeis.

Quantidade

Papéis de parede são vendidos por rolo. Cada rolo tem, geralmente, como padrão, 10 metros de comprimento por 50 centímetros ou 8 metros por 68 centímetros. O cálculo de quantos rolos serão necessários para cobrir uma parede, não depende apenas da área a ser coberta e da extensão do papel. É preciso levar em conta também o "rapport", ou seja, o tamanho do padrão e a frequência com que ele se repete, para fazer os encaixes perfeitos a cada emenda.

Apenas os papéis lisos e com listras (verticais) estão livres desse cálculo, pois não apresentam risco de "desencontro" de desenho. Para todos os outros modelos, vale a regra de que quanto maior o padrão (flores, bolas, grafismos etc), maior é a perda.

Um rolo de 10 metros por 50 cm de um papel liso ou listrado (vertical) cobre, por exemplo, dois metros de uma parede com 2,50 metros de altura. Mas, para a mesma área, a quantidade de papel aumenta se ele tiver padronagem, num cálculo muda de estampa para estampa. O revendedor deve ajudar na hora de fazer esse cálculo.

Serviço:

Bobinex (nacionais)
SAC (11) 4704-3500

Celina Dias (importados)
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1.417, Jardim Paulistano, São Paulo (SP). Tel. (11) 3062-0466

Paper.Com (importados)
Rua Gaivota, 1.441, Moema, São Paulo (SP). Tel. (11) 5093-2323

Tergoprint (customizados)
Rua Traipu, 423, Perdizes, São Paulo (SP). Tel. (11) 3585-0500

Wallpaper (importados)
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.046, Jardim Paulistano, São Paulo (SP). Tel. (11) 3062-2899