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Conheça histórias de quem comprou seu primeiro imóvel no Feirão da Caixa

O auxiliar administrativo Fernando Gulin, 28, em frente ao futuro apartamento comprado pelo Feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal, em Santo André (SP) - Leandro Moraes/UOL
O auxiliar administrativo Fernando Gulin, 28, em frente ao futuro apartamento comprado pelo Feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal, em Santo André (SP) Imagem: Leandro Moraes/UOL

GIOVANNY GEROLLA

Colaboração para o UOL

22/06/2010 07h00

Recém casados e em busca do primeiro imóvel, a maioria dos brasileiros que efetivamente realizou o sonho da casa própria no 6º Feirão da Caixa Econômica Federal (CEF) queria uma boa oportunidade para sair do aluguel – ou da casa dos pais –, a valores entre R$ 75 mil e R$ 150 mil.

O Feirão, que já passou por 12 cidades brasileiras, entre elas Belém, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte, encerrou 2010 no dia 13 de junho, fechando um balanço de negócios da ordem de R$ 8,4 bilhões.

Para a Caixa, o evento traz grandes dividendos, já que o volume financiado é alto: para os imóveis em valores de até R$ 100 mil, muitos compradores se enquadraram no programa habitacional do governo federal Minha Casa Minha Vida – a juros baixos e vantajosos para o cidadão de renda acima de três salários mínimos, que poderá pagar em até 30 anos. Para as construtoras, a vantagem também é grande: quem não desovou seus lançamentos no plantão de vendas, teve a chance de ofertar produtos a condições de pagamento infinitamente melhores – e com o apoio maciço da Caixa. Não à toa, o forte dos negócios do Feirão foram os apartamentos na planta, a serem entregues em poucos dias, ou em até 36 meses.

O auxiliar administrativo Marco Aurélio de Souza, 31, que mora em Embu das Artes (SP) com seus familiares, trabalha na mesma cidade. Sua esposa também trabalha na região, e ambos procuravam imóvel nas redondezas – levando em conta municípios mais próximos, como Cotia e Osasco. “Visitei alguns estandes do Feirão e encontramos uma oportunidade que se encaixava em nossas necessidades financeiras e de localidade”, conta.

Em Cotia, na altura do quilômetro 35 da rodovia Raposo Tavares (SP-270), um empreendimento oferecia prazo de 10 meses para entrega das chaves, e o preço, de R$ 100 mil, garantia os subsídios do Minha Casa Minha Vida.
“Juntamos dinheiro por um ano e esperamos até a data do Feirão, porque sabíamos que nele estariam as melhores oportunidades. Por isso, nem procuramos imóvel antes. Visitamos poucos estandes e fechamos o negócio por lá.”

Souza acredita que, dentro do nível de renda do casal (de quatro a cinco salários mínimos), sem o apoio da família, com quem eles ainda vivem, não teria sido possível poupar para os custos iniciais. “Se estivéssemos pagando aluguel, levaríamos cinco anos para conseguir comprar”, calcula. Feliz e com a sensação de que fez um ótimo negócio, Marco Aurélio conta que o imóvel é “bem básico”. São 42 m², com dois dormitórios, próximo do centro de Cotia, facilitando o acesso a São Paulo. “Em São Paulo mesmo não havia nada por menos de R$ 200 mil, o que não era vantajoso, porque além de estar muito além de nossa capacidade de comprometimento de renda, nos faria perder os subsídios do programa federal”, pondera o auxiliar administrativo, cujo sonho de consumo era morar em Taboão da Serra, onde os preços batem R$ 160 mil. A maior dificuldade foi equacionar distância, prazos e preço bom. “Na faixa dos R$ 100 mil, muitos empreendimentos traziam prazos para 24 ou 36 meses, e estavam em Cajamar (SP), Carapicuíba (SP), e outros municípios mais distantes.”

  • Leandro Moraes/UOL

    Marco Aurélio Souza e Roselia Farias de Souza olham a maquete do apartamento comprado
    em Embu das Artes (SP) por meio do Feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal

Já a gerente comercial Zaíra Alican do Nascimento, 25, procurou um imóvel em Salvador, Bahia, por dois anos, na companhia de seu marido – mas sem sucesso. “Queríamos algo entre R$ 80 mil e R$ 100 mil”, diz. Segundo ela, o Minha Casa Minha Vida facilitou o valor da entrada, as condições de financiamento e até mesmo as exigências burocráticas. “Estamos isentos do ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis, um imposto municipal de transação sobre bens imóveis), que é um dos documentos mais caros, e nossa mensalidade também será baixa”, comemora. A gerente comercial desconhece o valor exato das parcelas porque ainda está em processo de assinatura do contrato com a construtora. Para o novo imóvel de R$ 75 mil, que ficará pronto em um mês, serão dados R$ 14 mil de entrada.

“O condomínio custará R$ 120, e teremos piscina, quadra poliesportiva e área de lazer com churrasqueiras, a apenas 30 minutos do centro de Salvador, de ônibus”, conta. “Não tivemos de fazer nenhuma concessão para fechar o negócio, porque encontramos o que queríamos, na faixa de preço que podíamos pagar, num bairro interessante.” Tendo adquirido sua carta de crédito no próprio Feirão da Caixa, no valor de R$ 130 mil, Zaíra Alican financiará seu apartamento em 25 anos. “Fui bem atendida, mas passei o dia todo lá, entre conseguir a carta de crédito, pesquisar a oferta de imóveis e entregar a documentação à construtora.”

Mesmo sem dinheiro nas mãos para as reformas necessárias, que virão em tão pouco tempo, ela diz estar satisfeita com o negócio: “Teremos de comprar tudo: móveis, colocar piso na sala e nos quartos, pintar, e alguns outros ajustes antes da mudança”, diz.

Sem burocracia

Em Santo André (SP), o auxiliar administrativo Fernando Gulin, 28, prefere se preparar melhor para as reformas do novo apartamento. “A entrega das chaves já será em fevereiro de 2011, mas não entraremos no apartamento antes de 2012”, diz. Para colocar piso de madeira, pintar o imóvel e comprar toda a mobília, ele pretende juntar dinheiro até lá. “Eu e minha esposa não tínhamos poupança para dar uma entrada, então procurávamos algo que fosse possível financiar integralmente.” A vantagem foi ter encontrado um imóvel de R$ 108 mil, cuja mensalidade se aproximará do valor de um aluguel. “Como as chaves só chegarão em fevereiro, nos planejamos para dar R$ 10 mil de entrada até as chaves, e os outros R$ 98 mil serão financiados em 25 anos, a juros de 4,5% ao ano”, explica.

Segundo Gulin, a primeira parcela de R$ 1.300 é seguida de nove parcelas de R$ 600, além de uma parcela no valor de R$ 3.500, no ato de entrega das chaves. “Foi tudo resolvido em duas horas; eu havia acompanhado pela televisão a documentação necessária, e o atendimento foi bom e pouco burocrático.” Gulin teve de apresentar extrato bancário dos últimos três meses, seus três últimos holerites, documento de identidade, CPF e a carteira de trabalho. “Quando querem mesmo vender, não complicam tanto os trâmites”, avalia.

“A maior oferta em São Paulo era de imóveis entre R$ 130 mil e R$ 150 mil, muitos na planta. O número de estandes de imóveis usados era bem menor”, relata. Gulin acredita que não se arrependerá, apesar de ainda não ter visto sua nova casa. “Eu conheço o local, mas ainda não visitei o edifício.” Ele confessa, no entanto, que teve de abrir mão de algumas exigências para poder fechar o negócio. “O que eu gostaria de comprar sairia por R$ 170 mil. Acabei comprando um apartamento pequeno, de 43 m², e sem varanda, mas para um começo, está muito bom.”

Marco Aurélio de Souza faz uma avaliação positiva do Feirão, pelo fato de concentrar informação e conteúdo num só lugar. “Não tem igual”, diz. “Acho que deveria acontecer mais de uma vez por ano, principalmente agora, que a economia está mais aquecida”, opina.

Durante a realização da feira, o cliente pôde conhecer o imóvel de seu interesse, dar entrada nos papéis do financiamento e até fechar negócio. Lá, o financiamento imobiliário foi feito exclusivamente pela Caixa, em até 100% do valor do imóvel.

As linhas de financiamento para a casa própria atenderam a todas as faixas de renda, e os prazos de pagamento são de até 30 anos, em prestações decrescentes. Os juros são a partir de 4,5% ao ano (mais TR), para imóveis do Programa Minha, Casa Minha Vida, e variam de 4,5% a 13% ao ano (mais TR), nos casos de utilização de recursos do FGTS.