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Museu em SP traz jardins criados por paisagistas franceses e artistas brasileiros

O jardim da artista Beatriz Milhazes no Festival de Jardins do MAM-SP. Ela criou um sol com mais de 1.500 girassóis em semicírculos concêntricos e formas geométricas irregulares - Alessandro Shinoda/Folhapress
O jardim da artista Beatriz Milhazes no Festival de Jardins do MAM-SP. Ela criou um sol com mais de 1.500 girassóis em semicírculos concêntricos e formas geométricas irregulares Imagem: Alessandro Shinoda/Folhapress

Da Redação

22/09/2010 07h00

Um dos mais importantes eventos de paisagismo do mundo, o Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire, ganha pela primeira vez versão fora da França, promovida pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, a partir desta quarta-feira (22), no Parque do Ibirapuera. O Festival de Jardins do MAM traz projetos de paisagistas franceses, como Louis Benech, que reformou o famoso Jardin des Tuileries, em Paris, e artistas brasileiros como Beatriz Milhazes e Ernesto Neto.

Ao todo são nove jardins de 200 m², distribuídos em torno da marquise projetada por Oscar Niemeyer, onde está localizado o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Para a criação dos espaços, os participantes se inspiraram no tema alimentação, que foi interpretado em dois sentidos: alimentação do corpo ou do espírito.

O Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire é uma referência internacional em paisagismo, organizado pelo museu Domaine de Chaumont-sur-Loire desde 1992 em suas dependências.

Projetos e autores do Festival de Jardins do MAM:

Beatriz Milhazes: A artista fluminense cria um sol, fonte primeira de vida e alimentação, em semicírculos concêntricos e formas geométricas irregulares, com mais de 1.500 girassóis. As formas remetem à sinuosidade de seus trabalhos em pintura.

Louis Benech: No formato de um labirinto, o jardim criado pelo paisagista francês tem estrutura circular dividida por pés de milho, entremeados por árvores frutíferas. No entanto, as árvores e plantas frondosas criam obstáculos para o visitante, como num pomar que se fechasse sobre si mesmo, causando a sensação de estar perdido como nos antigos labirintos de plantas de castelos e afins.

Ernesto Neto e Daisy Cabral Nogueira: O jardim do artista e de sua mãe, paisagista, ambos cariocas, chama-se “Ovogênese, jardim” e é delimitado por um caminho sinuoso, cujo desenho forma uma entrada única para o centro do jardim, que visto de cima se assemelha a um feto em gestação.

Pazé: Os dois conjuntos de mandacarus plantados pelo artista paulistano têm esferas vermelhas com iluminação interna, mimetizando os frutos naturais dessa planta. Para o artista, esses cactos isolados compõem uma visão fantástica, que contrasta a secura típica da caatinga brasileira com o potencial alimentar do mandacaru.

Maro Avrabou e Dimitri Xenakis: O jardim dos artistas grego e francês, respectivamente, é composto por estantes metálicas que delimitam um espaço interno para os visitantes andarem como por entre corredores de um supermercado. Nas estantes estão fixadas latas com plantas comestíveis, identificadas por rótulos que figuram a espécie cultivada.

Christine e Michel Pena: O casal de paisagistas franceses criou o “Le jardin amuse-guele” (em livre tradução, "O jardim aperitivo”), simulando uma toalha de piquenique que remete a hábitos de alimentação locais.

Erik Borja: Apropriando-se de símbolos da cultura oriental, o paisagista de origem argelina cria um espaço em que uma estrutura de metal bruto forma o ideograma chinês Hé, que significa cereal, base da alimentação na China.

Florence Mercier: O trabalho da paisagista francesa traz planos verticais formados por tecido translúcido, que resultam numa construção penetrável, cujos caminhos são cobertos de ardósia. No centro, inacessível ao visitante, estão espalhadas sementes de flores campestres.

Michel Racine e Béatrice Saurel: Uma composição de tecidos é delimitada por árvores e cerca vegetal na obra dos paisagistas franceses. Os elementos de tecido retomam a tradição europeia de amarrar tiras de roupa de uma pessoa doente numa árvore, pela crença no seu poder de cura.

SERVIÇO
Festival de Jardins do MAM

Visitação: 22 de setembro a 31 de dezembro de 2010
Endereço: Parque do Ibirapuera – Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3, São Paulo (SP)
Horários: Diariamente, das 5h às 22h (horário de visitação do parque)
Ingresso: Entrada franca
Informações: (11) 5085-1300 www.mam.org.br