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Árvore de Natal natural: como não ser enganado, cuidar direito ou descartar

Árvore de Natal: veja dicas se quiser adotar um pinheiro natural este ano - Getty Images/iStockphoto
Árvore de Natal: veja dicas se quiser adotar um pinheiro natural este ano Imagem: Getty Images/iStockphoto

De Nossa, em São Paulo

20/12/2022 04h00

Trocar uma árvore de Natal artificial por um legítimo pinheiro pode dar uma turbinada na decoração típica desta época do ano, mas esta é uma decisão que requer atenção.

Muitos pinheiros de Natal são vendidos com a raiz cortada, sem que o consumidor saiba, o que faz com que eles morram rapidamente.

Desconfie se a árvore estiver meio murcha, com ramos e pontas secas, ou com o preço muito abaixo do padrão. Outra dica é olhar a terra: se estiver compactada, com musgo, é sinal de alerta.

Caso a terra esteja amarrada em um saco de estopa, peça para abrir e observe a formação do torrão, que envolve a raiz —se estiver firme, tudo bem, caso esteja esfarelando, é sinal de que há problemas.

A proporção entre o tamanho da árvore e do vaso é outro sinal que ajuda o consumidor a identificar uma espécie completa. No vaso grande com planta pequena, há uma boa possibilidade de que ela tenha sido plantada ali mesmo. Já o contrário, merece uma investigação mais apurada, pois uma árvore grande teria uma raiz equivalente.

Espécies

Apesar de chamarmos genericamente qualquer árvore natalina de pinheiro, existem vários tipos usados para esta função: ciprestes, criptomérias e tuias. Todos têm a copa em formato de cone, mas variam no perfume, formato e cor das folhas.

Em comum, todos têm a necessidade de iluminação direta, o grande porte e a longevidade, quando plantadas no solo.

Como cuidar

Dentro de apartamentos, a durabilidade dessas árvores fica comprometida, porque há deficiência nutricional. Mas, com empenho, é possível manter a árvore em vaso por até três anos, diz Denise Laschi, professora do departamento de horticultura da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp:

  • Coloque em uma parte da casa que receba bastante sol e ventilação
  • Troque o recipiente periodicamente para acompanhar o crescimento da raiz.
  • Quanto maior a planta, a quantidade de sol e vento no ambiente, maior a necessidade de água.
  • Se está muito quente, coloque meio litro de água a cada dois ou três dias para um vaso grande.
  • Se está tempo úmido, uma rega semanal basta.
  • Folhas amareladas são um indício de exagero na quantidade de água.
  • Gire o vaso de tempos em tempos, para que os raios solares alcancem todos os ângulos da árvore.

Pisca-pisca sob controle

Escolha um pisca-pisca de qualidade, cujas lâmpadas não esquentem. Isso reduz os riscos de incêndio.

"A árvore possui óleos voláteis, altamente inflamáveis", diz o professor-doutor e fisiologista de árvores Antonio Natal Gonçalves, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) USP.

Quanto aos demais penduricalhos não-elétricos, basta tomar cuidado para não utilizar nada tão pesado que possa quebrar os galhos mais frágeis.

Hora de mudar para a terra firme

Em algum momento será necessário retirar a árvore do vaso e plantá-la em terra firme —afinal, ela pode checar a 10 metros de altura! É sempre recomendável que ela tenha espaço para crescer plenamente, conseguindo atingir seu tamanho na fase adulta.

O processo é relativamente simples:

  • Faça uma cova no jardim cerca de 10 centímetros mais larga e profunda do que o tamanho do vaso onde ela está.
  • Misture um adubo à terra onde que vai receber a árvore.
  • Tome cuidado para que a transição entre caule e raiz permaneça na mesma altura em que estava no vaso.

Eles devem ficar na mesma superfície, pois se você enterrar esse pedaço ele apodrece
Roselaine Faraldo Myr Sekiya, professora de paisagismo do Senac São Paulo (SP)

  • Após colocar a planta no local, regue mais intensamente nos primeiros dias.
  • Evite plantá-la a menos de 1,5 metro de construções, próxima de fios elétricos, em calçadas, embaixo de marquises, próxima de calhas (para evitar entupimento) e janelas (para não fazer sombra).
  • Lembre-se: em caso de arrependimento, pode ser difícil fazer a retirada da árvore, porque é preciso autorização da prefeitura para efetuar o corte.

Descarte correto

Quem não tem um terreno em casa para fazer o plantio no momento em que o porte tornar inviável a permanência da planta no ambiente interno, deve saber as opções para descarte antes de comprá-la.

Ela não deve ir para o lixo comum, como geralmente acontece.

Essas espécies não são nativas do Brasil, e nem sempre os municípios oferecem alternativas de recolhimento e reaproveitamento das árvores, como deveria ser feito.

Informe-se se na sua cidade existe algum viveiro ou entidade que tenha interesse em receber doações.

Em São Paulo, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente recomenda que o consumidor não adquira uma espécie natural se não possuir um local para plantá-la futuramente.