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Colchões de espuma vão ganhar garantia de qualidade a partir de 2013

Por enquanto, a única garantia oferecida pela indústria é o Selo do Pró-Espuma Qualidade. Para receber a nova certificação, os fabricantes deverão cumprir normas que determinam dimensões, resistência, resiliência, vida útil e fadiga, entre outros parâmtros - Getty
Por enquanto, a única garantia oferecida pela indústria é o Selo do Pró-Espuma Qualidade. Para receber a nova certificação, os fabricantes deverão cumprir normas que determinam dimensões, resistência, resiliência, vida útil e fadiga, entre outros parâmtros Imagem: Getty

DANIELA VENERANDO

Colaboração para o UOL

11/05/2011 07h00

A partir de 2013, todos os colchões de espuma produzidos no país serão inspecionados e terão o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). A portaria 79/11, que traz as normas para fabricação dos colchões de espuma, está em vigor desde fevereiro, quando foi publicada no Diário Oficial da União. Os fabricantes têm agora 30 meses para se adaptar às novas regras e receber o selo.

As empresas que não cumprirem as regras não poderão comercializar colchões em território nacional, inclusive os importados. Até então havia apenas a norma 13.579 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para fabricação de colchões para orientar o mercado. “Infelizmente a maioria dos fabricantes não seguem as normas, porque ela não é compulsória. Testes realizados em 2008 pelo Inmetro revelaram que 67% dos colchões brasileiros apresentam inconformidades, ou seja, nem sempre são o que aparentam ser”, diz Aline Garcia de Oliveira, pesquisadora tecnologista da área de qualidade do Inmetro.

Sem fiscalização, fábricas de fundo de quintal vendem espumas com densidade 23 como se fossem 33. Para chegar ao peso, ao invés de espuma, é colocado outro tipo de material como pneus picados, restos de solas de sapatos e papelão, entre outros. 

“Para receber a certificação, a indústrias de colchões deverá cumprir normas que determinam, por exemplo, dimensões (comprimento, largura e espessura), resistência da matéria-prima em relação à possibilidade de ruptura, alongamento e rasgo, revestimento, deformação perante a compressão, resiliência, vida útil e fadiga entre outros requisitos”, explica Antonio Gomes Silva, que fez parte da comissão para a criação das regras no Inmetro. Silva é diretor-executivo do Instituto Nacional de Estudos do Repouso (Iner), instituição sem fins lucrativos criada em 1984 com objetivo de regulamentar e qualificar o mercado de colchões de espuma e de molas.

Para o consumidor, a iniciativa é uma garantia de que não está comprando gato por lebre. Até então, a única garantia era o Selo do Pró-Espuma Qualidade/Iner. Todos os colchões com este selo, criado há 27 anos, são fiscalizados. O Inmetro acabou de iniciar o programa de criação do selo para os colchões de mola. “As normas foram revisadas pela ABNT e deveremos finalizar o programa para a criação do selo até no máximo 2012”, diz Aline Garcia de Oliveira.