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Feira em Bento Gonçalves (RS) quer consolidar o design brasileiro

Estante "Faceta" da "m ao quadrado", projetada por José Marton. O móvel, que permite multiplas formatações, foi apresentado durante a Casa Brasil 2011, em Bento Gonçalves (RS) - Daiana Dalfito/UOL
Estante "Faceta" da "m ao quadrado", projetada por José Marton. O móvel, que permite multiplas formatações, foi apresentado durante a Casa Brasil 2011, em Bento Gonçalves (RS) Imagem: Daiana Dalfito/UOL

Daiana Dalfito

Da Redação

08/08/2011 07h00

Design de produtos. Boas e belas mesas, cadeiras, luminárias. Itália, Alemanha, os países nórdicos. Sempre que se pensa em excelência no desenho de móveis e objetos nomes estrangeiros surgem à mente como Eero Saarinen, Charles e Ray Eames, Konstantin Grcic. Mas e o Brasil?

Design bem feito e com qualidade internacional, aqui, tem. E é para divulgar os talentos nacionais que a Casa Brasil abre suas portas desde 2007, em Bento Gonçalves (RS), cidade do polo moveleiro do sul do país.

Na edição de agosto de 2011, os profissionais brasileiros foram distribuídos em mostras que evidenciavam o "novo design", a produção artística que se alia à indústria e o móvel que se vende. Também houve espaço para o debate. Gente daqui e os tais gringos, trocando impressões, discutindo a criação.

  • Daiana Dalfito/UOL

    Konstantin Grcic, designer alemão de produtos

Com a palavra, os designers

O alemão Konstantin Grcic, nomeado "Designer of the Year " pela Design Miami em 2010, disse que não conhece muito sobre o design brasileiro além do trabalho dos irmãos Humberto e Fernando Campana e de Sérgio Rodrigues. Mas apontou que o país tem uma capacidade industrial imponente e muita criatividade.

Para o brasileiro Fred Gelli, criador do logotipo das Olímpidas de 2016, o Brasil está no caminho certo. "Faltam 'horas de voo' para o design brasileiro. O Brasil é muito criativo, sabemos fazer muito com pouco e, se mundo estiver aberto a isso, o país pode se tornar uma referência na área”. Konstantin, concorda.

Por sua vez, o artista plástico e designer, José Marton, salienta um ponto chave dos produtos da “m ao quadrado”, marca paralela à Marton+Marton: “a multiplicidade de formas ao se empregar as peças”.

Esse talvez seja, também, o caminho que os projetistas brasileiros têm buscado: criar objetos e móveis que se adequem a espaços diversos, de maneiras diversas. Uma espécie de pluralismo típico da brasilidade, capaz de se adequar ao mercado internacional, mas com identidade própria.