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Casa do século 18 divide espaço com arranha-céu de vidro espelhado em SP

Éride Moura

Do UOL, em São Paulo

27/04/2012 07h00

Na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro do Itaim-Bibi em São Paulo, dois edifícios de diferentes épocas dividem o terreno e a atenção dos que passam pelo local: a Casa Bandeirista - um casarão de taipa de pilão - e um arranha-céu contemporâneo de vidro espelhado.

Construída no século 18 e arruinada até pouco tempo, a casa passou por um restauro completo e hoje preserva claramente as características das sedes das fazendas paulistanas da época: paredes amplas e planta simétrica e simples.

Para preservar a vista da construção histórica, o edifício Pátio Bandeiras, com 19 andares e seis subsolos, foi projetado em forma de “U” invertido pelo escritório Botti Rubin Arquitetos. O último andar da construção corporativa deve ser ocupado pelo escritório do Google. Tombada pelo Estado e pelo Município, a Casa Bandeirista do Itaim é uma das seis “casas grandes” remanescentes do Ciclo Bandeirista na capital; as demais estão em Santana (duas), Tatuapé, Butantã e Caxinguí.

Tombamento e restauro

O tombamento da casa foi realizado em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e em 1992 pelo Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura (DPH).

Apesar de assegurada a não-destruição do imóvel, as ruínas só começaram a ser restauradas em 2007 através do projeto da arquiteta e historiadora Helena Saia que contou com a ajuda do arquiteto Alberto Magno Arruda.

A saga da casa antiga só terminaria no final do ano passado, uma paralisação: em 2009, que durou até o final de 2010. Enfim concluído, o projeto de restauro foi convidado a participar da 8ª Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo, em Cádiz, Espanha, entre 10 e 14 de setembro.