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É prudente analisar a condição da água que chega às casas, diz especialista

Hoje são feitos exames da qualidade da água que sai dos sistemas de tratamento - Getty Images
Hoje são feitos exames da qualidade da água que sai dos sistemas de tratamento Imagem: Getty Images

Karine Serezuella

Do UOL, em São Paulo

06/08/2014 07h05

Há quase três meses, o governo de São Paulo capta a água do volume morto do Sistema Cantareira como alternativa para amenizar a crise no abastecimento de água no Estado, especialmente na capital. O volume morto, com 400 bilhões de litros de reserva, é a água que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das comportas e que acumula sedimentos e, possivelmente, metais pesados.

De acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a água distribuída à população está dentro dos parâmetros exigidos pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. A companhia informa que a água potável é analisada por laboratórios internacionais, que seguem as normas NBR ISO/IEC-17025 (determinantes dos requisitos que cada laboratório de calibração e ensaio deve apresentar) e são certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Ainda conforme a Sabesp, essa reserva técnica é utilizada há mais de 40 anos para abastecimento das cidades nas proximidades de Campinas, já que “é a água desse volume que é liberada das represas pelos rios que seguem até a região”.

Segundo as especialistas em Toxicidade Ambiental e docentes do Instituto de Biociências da Unesp (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho), campus de Rio Claro, Maria Aparecida Marin Morales e Dejanira Franceschi de Angelis, as águas do Sistema Cantareira podem conter metais, no entanto, essas substâncias ficam acumuladas nos sedimentos, onde permanecem inertes até que as águas das chuvas intensas possam remobilizar esses elementos para a coluna d’água da represa.

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Para Marin, o tratamento dessa água do chamado "volume morto" está sendo feito segundo os critérios exigidos pelo Ministério da Saúde. Porém, a especialista considera prudente que, além dos exames comprobatórios da qualidade da água que sai dos sistemas de tratamento da Sabesp, fossem também realizadas análises do líquido que chega às residências. “Isto certificaria a condição da água que a população está recebendo e tranquilizaria os usuários”, completa.