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Jardim barato: ponha a mão na terra e opte por plantas de baixa manutenção

Cuide você mesmo do jardim e, além de relaxar e se divertir, economize  - Getty Images
Cuide você mesmo do jardim e, além de relaxar e se divertir, economize Imagem: Getty Images

Simone Sayegh

Do UOL, em São Paulo

22/10/2014 07h03

Gostar de plantas é a prerrogativa básica para quem quer ter um jardim em casa, mas o cuidado envolve muito mais do que amor. Requer: paciência, observação, investimento financeiro e dedicação. E apesar do trabalho que demandam, os jardins oferecem vantagens reais: a vegetação ajuda a controlar a temperatura urbana (sua casa fica mais fresca se tiver um jardim, mesmo que não tenha árvores); as plantas retardam a chegada da água da chuva ao chão diminuindo inundações e melhoram o conforto acústico atenuando ruídos; praticar a jardinagem pode ser terapêutico; os vegetais ainda retêm uma parte da poeira e oferecem abrigo e alimento para uma grande diversidade de espécies. 

Bem, mas manter um jardim é caro, não? Pode ser, mas essa não é uma regra. É possível cultivar um belo espaço verde sem gastar muito. Para isso, basta escolher as espécies certas e se dedicar um pouco a “pôr a mão na terra”. E não há desculpas, pois o UOL Casa e Decoração elencou os passos para você começar o seu, além de organizar uma lista de cursos gratuitos de jardinagem. Divirta-se!

Escolha as espécies

Como o jardim é criado artificialmente, quanto mais semelhante ao ambiente natural ele for, menos custo e trabalho vai dar. O grande segredo é escolher a planta certa para o lugar certo. Isso quer dizer que para locais quentes, as espécies mais indicadas são as resistentes ao calor e, em regiões frias, devem ser cultivadas variedades “de frio”.

Se você tem luz e não tem sol, não insista em plantar um vegetal de sol pleno. Se o quintal é pequeno, o ideal é não cultivar uma árvore de grande porte que exija podas de contenção. E se a varanda tem muito vento, procure as flores e folhagens tolerantes a essa condição.

Resumindo, as plantas devem ser escolhidas seguindo alguns critérios (além do gosto pessoal e do preço), de preferência, nesta ordem: adaptação à luminosidade; hábito de crescimento da espécie; manutenção; longevidade e características intrínsecas do vegetal (se exala perfume, se é tóxica, se tem espinhos, etc.).

Investimento inicial

O custo inicial do seu jardim dependerá diretamente do tipo, tamanho e quantidade de plantas, grama, terra e substrato, além da utilização ou não de vasos e outros acessórios e do tempo envolvido no desenvolvimento do espaço. Mas se você fez a escolha correta das espécies e tiver paciência, pode ir preparando seu cantinho verde aos poucos, o que diminui muito o investimento. A escolha de mudas ainda pequenas, por exemplo, é uma estratégia para baixar custos, porque exemplares adultos ou de maior porte são mais caros.

Para quem tem quintal, o gramado normalmente tem um valor por metro quadrado bem menor do que o que seria gasto com vasos, plantas e outros itens. Porém, a grama requer manutenção mais constante devido às podas e regas, principalmente em comparação a variedades mais rústicas como cactos e agaves, por exemplo. Portanto, ao calcular o montante, pense em longo prazo.

Onde plantar

Em princípio é sempre melhor plantar no chão do que em vasos. Estes são mais indicados para plantas sensíveis que precisam ser protegidas ou movidas de lugar, eventualmente.

Plantar em canteiros pode ser mais fácil e barato, porém, os vasos, muitas vezes são a única opção. E como o espaço é limitado, o desenvolvimento das plantas é mais restrito. Assim, lembre-se que o preparo do substrato deverá ser mais cuidadoso, a irrigação mais atenta (evitando falta ou excessos) e a adubação mais regular, o que encarece a conta final. Para minimizar custos, aproveite vasos menores, que tiveram plantinhas transplantadas, para acomodar novas mudas em desenvolvimento e opte por unidades definitivas bonitas, que dispensam o uso de cachepôs.

Rotina diária

As rotinas variam em função da relação entre as plantas e o lugar escolhido. Na prática, é preciso molhar de acordo com a necessidade de cada vegetal (variedades de regiões úmidas precisarão de água com mais frequência e as de origem em lugares secos podem ter regas mais espaçadas) e adubar rotineiramente (cerca de quatro vezes ao ano é suficiente, para canteiros).

Além disso, dependendo da espécie e do lugar, será necessário fazer podas regulares (na grama, por exemplo), afofar a terra, e remover folhas e flores caídas. E, acima de tudo, observar a saúde dos exemplares para evitar surpresas como pragas e doenças, estresses com falta ou excesso de água e deficiências nutricionais.

Em áreas maiores o trabalho se multiplica e pode ser mais confortável contar com a ajuda de um profissional, assim como em algumas situações específicas, como a poda de árvores, por exemplo. Portanto, leve em conta no cálculo a necessidade periódica de um jardineiro e, antes de começar a cultivar, considere seu tempo e disposição para o trabalho do dia a dia.

Ferramentas

O uso de ferramentas depende das plantas e do tamanho do jardim. Para começar, todavia, são necessários uma mangueira ou um regador, uma tesoura de poda (para remover folhas ou ramos secos ou doentes) ou tesourão para cortar grama e uma pá condizente com o porte das plantas.

Se o espaço for maior, um arrancador de inço (ou  despreguejador) ajuda a tirar os matinhos com a raiz. Além disso, um borrifador é sempre útil para aplicar fertilizantes líquidos ou pesticidas naturais para controlar pragas e doenças.

Fontes: Guilherme Coelho, engenheiro agrônomo e paisagista; e Marcos Malamut, paisagista.