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Elevador em casa nem sempre é ostentação; saiba mais

Juliana Nakamura

Do UOL, em São Paulo

03/08/2015 07h00

A busca por conforto e a necessidade de garantir acessibilidade aos moradores, especialmente para os que possuem alguma dificuldade de locomoção como portadores de deficiência e idosos, são os fatores que costumam motivar a instalação dos elevadores domésticos. Mas recentemente, a verticalização das casas provocada pelo alto custo dos terrenos aumentou ainda mais o interesse pelo equipamento. “Para aproveitar ao máximo as dimensões do lote, alguns projetos são realizados em quatro ou até cinco níveis. Com isso, a instalação de elevadores para o transporte de pessoas tornou-se mais comum e necessária”, comenta o arquiteto Maurício Melara.

Custos

Contribuiu, também, para a difusão dos elevadores residenciais o desenvolvimento tecnológico: os equipamentos são mais simples de instalar e (um pouco) menos caros para manter. Hoje, investindo a partir de R$ 40 mil é possível equipar a casa com um elevador novo para transportar duas ou três pessoas. Mas tal preço varia, principalmente, em função do número de andares da residência (quantidade de paradas), da tecnologia empregada e do modelo escolhido, além do acabamento e do tamanho da cabine.

O custo de manutenção também oscila e é salgado: entre R$ 200 e R$ 400 mensais, para os modelos com configurações mais simples, e entre R$ 700 e R$ 800 para as versões mais sofisticadas, como aponta Rafael Villar, gerente de acessibilidade da ThyssenKrupp. Porém, o alto custo soa menor quando se leva em consideração a longa vida útil dos sistemas e a valorização em cerca de 20%, do imóvel.

Villar, porém, acrescenta que o preço das revisões pode ser acrescido em função da localidade do imóvel, pois há o custo de deslocamento do técnico. Vale lembrar que a manutenção preventiva em elevadores residenciais não é exigida em Lei, como acontece com os de edifícios de uso público. No entanto, recomenda-se a inspeção, pelo menos, a cada dois ou três meses.

Área mínima

De modo diverso ao que ocorre em prédio de grande porte, onde a instalação do elevador requer a implantação de uma casa de máquinas, em residências unifamiliares, a demanda de espaço para acomodar o aparelho é bem pequena: por exemplo, a altura do último pé-direito precisa ser de apenas 2,7 metros e o fosso necessário sob o piso inferior também é mínimo, em média, 20 cm de profundidade.

Ainda assim, é importante que a introdução do equipamento – incluindo a previsão do espaço físico e da infraestrutura elétrica - seja pensada durante a concepção do projeto arquitetônico, preferencialmente nas obras que partem do zero. “Para colocar um elevador em uma casa, o perímetro mínimo é de 2 m x 2 m e é necessário um vão comum a todos os andares da casa, além de uma instalação de energia compatível com a demanda do equipamento”, lista a arquiteta Raquel Kabbani, que sugere - para quem está construindo no momento - incluir no projeto toda a infraestrutura para a instalação de um elevador no futuro.

Embora menos comuns, adaptações em imóveis para receber elevadores são possíveis, uma vez que os sistemas não costumam exigir grandes reforços estruturais, nem cargas elétricas muito elevadas. De qualquer modo, a instalação não pode prescindir do apoio de um arquiteto e/ou de um engenheiro. Isso porque, um estudo da infraestrutura, do posicionamento e das circulações é necessário. Na parte elétrica a modificação é simples: os equipamentos costumam demandar apenas um quadro de distribuição elétrica com disjuntor trifásico de 20A, exclusivo para o elevador, próximo ao local de instalação. Todavia, uma avaliação prévia do sistema elétrico é recomendável.

Como escolher?

Em relação à tecnologia, há basicamente dois modelos de elevadores para uso doméstico mais utilizados: os hidráulicos e os elétricos (também chamados eletromecânicos). Ambos são alimentados por eletricidade e têm dispositivo de resgate do usuário, em caso de falta de energia. A manutenção periódica, também é necessária para qualquer dos tipos.

Versáteis, os elétricos funcionam com cabos e exigem menor espaço para a instalação. Já os modelos hidráulicos são movidos por um pistão hidráulico, normalmente localizado embaixo do equipamento. Tanto para os elevadores elétricos, quanto para os hidráulicos, o consumo de energia não, necessariamente, é impactante. Para se ter uma ideia, um elevador elétrico com dispositivo VVVF (que controla a tensão e a frequência do motor) apresenta, em média, potência de 2200 W, a metade de um chuveiro top de linha (4500 W). No caso dos modelos hidráulicos, o consumo é inferior ao de uma geladeira, menos de 25,2 kW/h por mês.

Por outro lado, Kabbani explica que, de modo geral, os elevadores hidráulicos são menos silenciosos e menos sustentáveis que os elétricos, gastando mais energia para o acionamento dos motores. Independente da forma de funcionamento, é fundamental que o equipamento escolhido siga as regras estabelecidas (NBR 5.665 e NBR 12.892) pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e seja instalado por uma empresa especializada.

Fontes: Daiken Elevadores; Maurício Melara - arquiteto; Homelift Elevadores; Rafael Villar - gerente de acessibilidade da ThyssenKrupp; Raquel Kabbani - arquiteta.