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Veja como adaptar a casa para melhorar a qualidade de vida dos idosos

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Imagem: Getty Images

Marcelo Testoni

Colaboração para o UOL

02/01/2018 04h00

Quando se tem mais de 60 ano, tarefas básicas do dia a dia como cozinhar ou mesmo tomar banho, tornam-se mais difíceis. Vulnerável na própria casa, o idoso precisa de adaptações especiais em seu espaço, para se sentir mais seguro, confortável e independente.

Saiba como melhorar a qualidade de vida das pessoas mais velhas da família com essas reformulações na casa:

Iluminação

Para facilitar a visualização dos móveis, objetos e piso, todos os cômodos precisam estar equipados com cortinas de cores claras e lâmpadas fluorescentes, que proporcionam uma iluminação mais nítida. É aconselhável também instalar interruptores com botões iluminados nas cabeceiras da cama e do sofá, para facilitar o acesso ao querer se levantar. Ter uma lâmpada LED com sensor de presença nos corredores evita ter de apalpar as paredes no escuro.

Janelas e sacadas

Em apartamentos ou sobrados, elas precisam de telas de proteção, a fim de se evitar quedas por falta de equilíbrio. Se o idoso sofrer de Alzheimer (doença associada à demência e perda dos sentidos), para impedir que ele pule para fora ou se incline demais sobre o parapeito a ponto de se colocar em perigo, instale travas e fechaduras de segurança deslizantes, que são mais difíceis de abrir e de perceber.

Eletrodomésticos

Na sala e no quarto é mais adequado instalar a TV na parede, na linha de visão do idoso quando sentado, para evitar acidentes em caso de ele querer regulá-la ou tropeçar. Já na cozinha, os aparelhos precisam ser práticos e inofensivos. Evite microondas com muitas funções, coifa com painel digital e cooktop – este último esquenta demais sem que se perceba e pode provocar queimaduras. Se mantiver o fogão a gás, lembre-se de fechar o registro toda vez que usá-lo e mantenha a tampa de cima sempre aberta para que uma boca esquecida acesa não a estoure.

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Móveis

Na decoração prefira mesas, cômodas e bancadas com cantos arredondados para evitar arranhões ou machucados em caso de batida. Se não for possível, busque proteger as quinas com amortecedores e cantoneiras de silicone ou plástico. Espelhos e vidros em áreas de circulação merecem o mesmo cuidado. Quanto às alturas, sofá, cadeiras e cama não podem ser muito altos, pois precisam facilitar o apoio dos pés no chão, simplificando o sentar e levantar.

Torneiras

Em vez de registros redondos, de girar, prefira os modelos que funcionam como maçaneta, que não demandam tanta força física para manusear. Para driblar a perda de memória e os alagamentos despercebidos, torneiras automáticas são bem-vindas, pois liberam jatos de água com apenas um toque de mão e interrompem o fluxo após um tempo programado, que é de apenas alguns segundos.

Portas e gavetas

Com puxadores em forma de alça, facilitam o abrir e evitam grandes esforços. Dentro dos armários e gabinetes de pias, uma boa dica é instalar prateleiras giratórias para guardar itens usados com frequência. Nos quartos e banheiro, prefira ter guarda-roupas e box com portas amplas e deslizantes. Nos lugares altos, guarde apenas pertences de pouco uso, para evitar o difícil acesso e o perigo de cair algum objeto que machuque.

Tapetes

Os modelos compridos, felpudos e com pontas devem ser evitados, pois aumentam as chances de tropeços e restringem a mobilidade. Se for mantê-los, prenda-os no chão com fita dupla-face. Como alternativa, instale placas emborrachadas e passadeiras, que se aderem ao piso e podem ser aplicadas até em banheiros e cozinha. Em todos os casos, evite apenas os modelos estampados, que dificultam à procura de pequenos itens que possam cair no chão.

Revestimentos

Dê prioridade aos de cores claras, para ajudar a visão fraca, e fuja dos acabamentos lisos e escorregadios, para prevenir tombos. Antiderrapante, o piso vinílico pode ser uma boa opção para áreas molhadas, como cozinha, banheiro e lavandeira, pois tem linhas com superfície texturizada e pode ser instalado com cola. No banheiro, o desnível entre o piso do box e do restante do espaço não deve ser muito grande, o indicado é de, no máximo, 1,5 cm.

Escadas e corredores

Instale corrimões e suporte de barras de apoio dos dois lados e por todo o comprimento. As barras também são bem-vindas ao lado do vaso sanitário e dentro do box, para dar sustentação aos braços do idoso ao se agachar. O ideal é que sejam de plástico ou madeira envernizada, pois o metal, além de gelar as mãos, é duro e pode provocar lesões em caso de escorregões.

Quintal e jardim

Nas áreas externas, a locomoção deve ser facilitada. A recomendação é evitar degraus, vasos com plantas que exigem poda frequente e pisos lisos ou com desníveis muito íngremes para o escorrimento da chuva. Nesses locais, o calçamento com pedras porosas é o mais indicado, e qualquer tipo de objeto largo e alto que possa bloquear o campo de visão ou a passagem deve ficar rente às paredes, para não servir de obstáculo. Ressalta-se ainda a importância de o espaço ser coberto, pois assim ele se mantém seco e seguro em dias chuvosos.

Fontes: ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer); Cartilha de Acessibilidade Ambiental, de Maria Luísa G. Emmel Luiza Oliva Paganelli; e arquitetos Gustavo Costa e Andrya Kohlmann.