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Desenho e tecnologia a serviço da preservação

10/05/2010 07h00Atualizada em 26/02/2016 20h44

A pitangueira, árvore originária do Brasil, onde se espalha do Nordeste até o Rio Grande do Sul, cedeu seu nome à residência projetada por Tânia Regina Parma e Newton Massafumi Yamato, da Gesto Arquitetura. Localizada em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo, a Casa Pitangueiras apresenta uma “arquitetura contemporânea brasileira com valores sustentáveis”, nas palavras da arquiteta. “É fundamental a preocupação com o meio ambiente se quiser constituir essa linguagem”, afirma.

O terreno tem cerca de 1.500 m². A residência, de 900 m², foi planejada em dois blocos unidos por um vão onde estão a escada e o elevador. Na parte inferior está a área de serviço, mais fechada para bloquear o calor intenso. As áreas de lazer, de estar e os dormitórios distribuem-se entre no térreo e pavimento superior.

A residência, finalizada em 2009, foi projetada para ter baixo impacto ambiental desde o início das obras: até a água do chuveiro dos operários foi aquecida com placas solares.

Para a construção, foram especificados produtos pré-fabricados. Há vigas e pilares metálicos, lajes pré-moldadas de concreto e light steel frame - ou estrutura leve de aço, sistema composto de perfis leves de aço galvanizado dobrado a frio que formam painéis, vigas, tesouras e etc. para comportar paredes internas ou externas - e elementos de vedação de vidro e placas cimentícias.

“Conseguimos reduzir bastante o desperdício, ainda bastante comum nas obras, pois o material comprado era o essencial para cada aplicação”, explica Parma.

O terreno foi aterrado, em média, de 12 a 15 m. Em seguida, foi executado o estaqueamento das fundações. O bloco social tem estrutura metálica; o de serviços tem estrutura de steel frame sobre radier, um tipo de fundação rasa em forma de laje de concreto armado que distribui a carga da construção para o solo.

O vão vertical sobre o jardim de inverno, localizado no piso mais baixo, colabora na ventilação e na refrigeração da construção. Na cobertura foram instalados 45 m² de painéis solares para aquecimentos da água dos chuveiros e da piscina. No pavimento inferior, um reservatório retém 15 mil litros de água da chuva usada para lavar os pisos e irrigar os jardins.

Na parte externa do edifício – inclusive no teto – foram utilizadas ripas de “madeira biossintética”. Na realidade, essa “madeira” é fabricada com 70% de sacos plásticos e 30% de casca de coco e outros resíduos orgânicos. As ripas do material formam brises que filtram os raios solares. Além disso, como a residência está localizada na área baixa de um condomínio, as ripas são elementos que se destacam na residência para quem a vê de longe.

O bloco de serviços está localizado na parte do edifício que recebe mais insolação. Foi colocado ali para proteger a área de lazer e estar da residência do calor. No vão entre os dois blocos, a cobertura de vidro permite iluminação natural todo o dia.

O terreno da Casa Pitangueira faz divisa com as áreas comuns onde estão os espaços verdes, as quadras poliesportivas e a pista de caminhada. Por isso, no pavimento inferior, a academia, a piscina e a churrasqueira compõem com as áreas de lazer comunitárias. E, nos andares superiores, os moradores podem contemplar a paisagem local. Afinal, meio ambiente é o meio em que se vive. (Isis Nóbile, colaboração para o UOL)

Ficha técnica

Casa Pitangueiras, Santana do Parnaíba (SP)

Projeto de Gesto Arquitetura

Detalhes do projeto
  • Área do Terreno 1.500 m²
  • Área Construída 900 m²
  • Conclusão da Obra 2009
  • Projeto Tânia Regina Parma e Newton Massafumi Yamato
  • Colaboradores Fabrício Rodrigues de Farias
  • Projeto de Fundação Interact
  • Projeto Estrutural - Aço Ycon Engenharia
  • Construção Sommar Engenharia
  • Projeto de Instalações Elétricas Sandretec
  • Projeto Luminotécnico Ômega Iluminação