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Conheça dez tradições de casamento que já não são mais seguidas à risca

Já se foi o tempo em que as noivas casavam apenas com vestido branco e véu cobrindo o rosto - Thinkstock
Já se foi o tempo em que as noivas casavam apenas com vestido branco e véu cobrindo o rosto Imagem: Thinkstock

Mayara Alves

Do UOL, em São Paulo

15/10/2012 07h20

Casamento é um ritual repleto de tradições. No entanto, cada vez mais, costumes que eram indispensáveis já não são seguidos à risca ou até estão caindo em desuso. Afinal, o seu casamento não precisa ser como foi o dos seus avós ou até mesmo igual ao de seus pais. A pedido de UOL Casamento, especialistas listaram dez tradições que já não precisam mais ser seguidas à risca. Confira:

Daminha e pajem
Eles são fofos e arrancam interjeições dos convidados, mas não são obrigatórios. “Já ouvi várias lendas sobre essa tradição. Alguns dizem que as crianças são anjos e significam pureza, outros falam que damas de honra devem acompanhar a noiva até o altar com a missão de distrair os maus espíritos que querem impedir o casamento”, conta Vera Sartori, consultora e assessora de eventos. Para aqueles que gostam desta opção, acabam convidando sobrinhos, afilhados, primos ou filhos de amigos. “Já cheguei a fazer um casamento em que a noiva ‘alugou’ uma daminha, pois gostava de seguir a tradição e não tinha nenhuma criança na família”, conta Vera.

No entanto, a presença de daminha e pajem não é quesito essencial para o casamento. “O casal, em vez de convidar crianças, pode substituí-las por familiares mais próximos, como os avós, por exemplo, que não costumavam ter grande visibilidade no casamento”, aconselha Daniela Rodrigues, assessora de casamentos da Dani&Cris.

Pai da noiva paga a festa
Antigamente, o pai da noiva era responsável pelas despesas da igreja e da festa, enquanto o pai do noivo era responsável pela casa e a lua de mel do casal. “Ainda existem famílias que fazem isso, mas não por tradição ou obrigação. Fazem simplesmente porque querem, porque combinaram com o casal. Hoje, a grande maioria das festas é paga pelos próprios noivos, com a ajuda ou não dos pais”, conta Camila Relva, assessora de casamentos da Compagnie Assessoria de Eventos.

Chuva de arroz
“Essa é uma tradição originada na China e na Índia, que surgiu com base na crença de que o grão de arroz traz prosperidade e fertilidade. Mas a maioria das igrejas não permite mais este ritual por questão de limpeza, já que normalmente acontecem outros casamentos na sequência. O costume também torna o local escorregadio e perigoso”, conta Vera. Além desses motivos, o arroz também pode machucar e grudar no vestido e cabelos dos noivos, além de ser desperdício.

Com isso, foi dada abertura para o estímulo à criatividade na hora de substituir o arroz. “Pode-se optar por bolhas de sabão, confetes de carnaval, bexigas em forma de coração, entre outros, que também deixam a cerimônia linda”, indica Daniela Rodrigues.

Convite escrito à mão
O que antes era sinônimo de cuidado e atenção, hoje acaba se tornando inviável com a falta de tempo. “Agora, os convites são confeccionados em gráficas, mas o charme do calígrafo em endereçar um a um aos destinatários ainda continua em alta, pois é uma preocupação e uma forma mais intimista de cuidado com cada convidado”, conta Will Araújo, assessor de casamentos do Santo Casamenteiro.

Quanto à entrega dos convites, que antes deveriam ser entregues apenas em mãos aos convidados, hoje já ganha a exceção de serem enviados pelo correio ou até mesmo por serviço de courrier.


Buquê de flores naturais
“Acredita-se que o buquê de noivas surgiu no Império Romano. Naquela época, as noivas carregavam um buquê de ervas aromáticas, que tinha o intuito de afastar os maus espíritos. Com o passar do tempo, elas foram sendo substituídas por flores, já que a igreja não via com bons olhos a tal história dos maus espíritos. As flores foram escolhidas graças ao significado de fertilidade e de realização na vida”, conta Vera Sartori. Nos dias de hoje, a maioria dos buquês escolhidos pelas noivas são feitos de flores naturais, mas há outras opções, como flores de tecido, flores aramadas e, segundo indicação de Will Araújo, também os buquês de broches, que podem ganhar peças de família, agregando ainda mais significado para o ornamento.

Visual da noiva
O véu cobrindo o rosto é charmoso e dá um toque clássico à cerimônia. Mas... “antigamente, acreditava-se que, dessa forma, a noiva evitaria a inveja e o mau-olhado das outras mulheres e a cobiça dos homens. Hoje em dia, são raras as noivas que usam o véu sobre o rosto”, conta Camila Relva. Atualmente, muitas noivas também dispensam o look branco total e apostam em vestidos coloridos.

Valsa dos noivos
Logo após a entrada dos noivos no salão, era realizada a primeira dança do casal, sempre uma valsa. A noiva dançava com o marido e, em seguida, com seu pai. “Os acordes da valsa evocam recordações felizes e românticas. Por ser associada a canções de amor, tornou-se popular em casamentos”, conta Vera. “Hoje, os noivos escolhem a música de entrada --que quase nunca é uma valsa-- e, em algumas ocasiões, chegam a fazer aulas de tango, salsa, samba de gafieira ou outro estilo escolhido, só para interpretar a primeira dança com estilo e originalidade”, diz Camila. Alguns casais mais tímidos preferem abolir essa passagem.

Casar na igreja
A imagem que vem à mente das pessoas quando se diz a palavra casamento, geralmente é a de uma cerimônia feita na igreja, mas já faz um tempo que isso está mudando. “A igreja não é mais o desejo de consumo das noivas. Atualmente, cerca de 50% dos casamentos já são realizados no mesmo local em que a festa será comemorada”, conta Daniela. Além disso, Will Araújo conta que esse aumento de cerimônias feitas no mesmo local da festa se deve ao fato, também, da redução de custos e da flexibilidade quando, claro, os noivos não são tão religiosos. “Quando você faz a cerimônia no espaço da festa, pode dar mais personalidade e deixar o ritual com o estilo do casal”, completa Will.

Bolo de casamento
Segundo Vera Sartori, a tradição de oferecer bolos em datas especiais é antiga e sua origem mais provável se deve ao uso do trigo, ingrediente principal da massa, que é também símbolo de prosperidade e fertilidade. É um verdadeiro amuleto de sorte para o casal. Mas essa tradição está bem dividida atualmente. Alguns optam por ter o bolo todo de mentira, só para manter a tradição. Outros determinam somente uma parte do bolo verdadeiro para conseguir fazer o corte simbólico. “Muitos casais comentam que a maioria dos convidados não comem e, por isso, acham um desperdício ter. Sabem que é uma tradição, mas, na grande maioria das vezes, não sabem o seu significado”, comenta Vera. “Já fiz muitos casamentos em que os noivos abriram totalmente mão do bolo”, completa Camila Relva.

Casais de padrinhos
Na hora de organizar o casamento, os noivos já pensam nos padrinhos como casais. Mas essa também não é uma tradição obrigatória. “Antes, não podiam nem pensar em colocar no altar um lado de mulheres e outro apenas de homens. Atualmente, isso é muito mais comum, principalmente quando o casal é jovem e tem poucos amigos casados”, conta Camila Relva.