Topo

Vela usada por 'Rei do Camarote' não é indicada para ambientes fechados

Cena do vídeo "Os Dez Mandamentos do Rei do Camarote", em que o empresário Alexander Almeida pede champanhe com vela vulcão ou cascata, artefato pirotécnico que solta faíscas de 20 cm - Reprodução/Veja São Paulo
Cena do vídeo "Os Dez Mandamentos do Rei do Camarote", em que o empresário Alexander Almeida pede champanhe com vela vulcão ou cascata, artefato pirotécnico que solta faíscas de 20 cm Imagem: Reprodução/Veja São Paulo

Bárbara Stefanelli

Do UOL, em São Paulo

06/11/2013 12h16Atualizada em 07/11/2013 12h03

“Existe toda uma preparação quando você pede champanhe. Elas vêm todas com fogo, então é uma coisa que chama atenção na balada”. Esse é apenas um dos “Dez Mandamentos do Rei do Camarote”, vídeo publicado na última sexta-feira (1º) pela revista “Veja São Paulo”, que já foi assistido, até o fechamento da reportagem, 3,280 milhões de vezes. A gravação mostra como é uma noitada de Alexander Almeida, empresário que esbanja a sua fortuna por boates da capital paulista. Assista ao vídeo.

No entanto, o artefato pirotécnico não faz sucesso apenas nas baladas e é muito procurado por noivos para agitar festas de casamento. Apesar do efeito, especialistas do ramo de festa advertem: o uso da vela vulcão ou cascata, como é conhecida, não é recomendado em ambientes fechados. Além disso, muitos espaços para festas estão proibindo o pequeno sinalizador, que produz chamas de cerca de 20 centímetros. Em distribuidoras, é possível encontrar unidades do produto por R$ 2,25. A Matsumoto, por exemplo, conhecida loja de artigos para festas da capital paulista, vende a unidade por R$ 3,90.

Vanessa Valério, gerente da casa de festas Espaço Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, diz que o local não permite mais o uso da vela vulcão. “Nossa estrutura possui cortinas e achamos mais prudente não arriscar. Antes, quando ainda não tínhamos as cortinas, permitíamos somente que os atendentes ou garçons fizessem o manuseio e entregassem a garrafa, somente após as faíscas estarem apagadas”, revela a gerente. Ainda segundo Vanessa, essas velas são normalmente usadas em garrafas e bolos.

  • Ana Correa/Divulgação

    Após cerimônia realizada na Casa Petra, noivos posam ao lado de convidados com "sparklers" nas mãos

Na Casa Petra, luxuoso espaço localizado na zona sul da capital paulista, o uso de vela cascata ou "sparklers", pequenas varetas que soltam faíscas (foto ao lado), é permitido apenas no ambiente externo. Segundo Kelly Boeger, coordenadora de marketing do local, a casa ainda possui dois bombeiros fixos. "Eles acompanham desde a montagem do evento até a desmontagem, evitando, assim, qualquer tipo de acidente."

Opiniões divididas
A assessora de casamento Vivi Farah diz que já baniu esses tipos de velas e “sparklers” dos casamentos que organiza. “Não coloco mais nos casamentos, porque a maioria dos espaços de eventos não está mais permitindo. Além disso, essas velas chamuscam o vestido das pessoas e esquentam a mão. O efeito fica bonito na foto, mas não recomendo”, aconselha Vivi.

Já a assessora Sandra Ferreira Cripa, da empresa Wedding Creative, é mais suave em relação ao uso destes artigos pirotécnicos. “Em espaço fechado, não deixam, mas é possível usar ao ar livre, em uma fazenda, sítio ou casa de festa com uma área verde.” E completa: “Os noivos costumam usar essas mais grossas [vela vulcão] no bolo. Não dá para pegar na mão, porque esquenta. E, mesmo, assim tem de ser em ambiente aberto, porque os donos das casas de festa costumam não autorizar”.

Cuidados
Carina Harari, proprietária da Miropel, loja e importadora de velas e artigos para festas em São Paulo, revela que as vendas desse tipo de vela despencaram após o incêndio na boate Kiss, que deixou cerca de 240 mortos em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Carina ainda explica que, mesmo essas velas sendo inofensivas perto do sinalizador usado na boate, elas também ficaram estigmatizadas após a tragédia.

“Na época, foi de tudo para zero. Não vendia mais para casas noturnas, aos poucos foi voltando. Agora vendo mais para lojistas e, para onde eles vendem, eu já não sei”, conta Carina. E acrescenta: "Essa moda de colocar na garrafa está sendo substituída por velas de neon". A empresária também afirma que, caso os interessados pretendam usar o artigo pirotécnico em alguma festa, é necessário mantê-lo a uma distância de 50 centímetros de qualquer pessoa ou objeto. E ressalta que essas velas podem, sim, ser usadas em ambientes internos.

Segundo Kelly Boeger, da Casa Petra, na hora de escolher uma vela "sparkler" --aquela menorzinha-- para a festa, é importante "optar por um modelo mais longo, para que as faíscas fiquem longe do corpo e rosto de seus convidados". "Além disso, os 'sparklers' não devem ser disponibilizados em cestas ou locais de fácil acesso aos convidados. Devem ser entregues pela assessora somente aos adultos, evitando que crianças peguem", finaliza a coordenadora de marketing.