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Noivas plus size contam como foi a escolha do vestido ideal; veja dicas

Isadora Ferrari

Do UOL, em São Paulo

28/04/2014 08h00

Se a busca pelo vestido de noiva perfeito já é complicada e estressante com várias opções de modelos, imagine quando a variedade de peças é reduzida? Além de passarem por esse drama com maior frequência, as mulheres plus size ainda lidam com outra questão: os constantes palpites de amigos e familiares dizendo o que pode ou não ser usado por elas.

Embora algumas dicas sejam muito úteis para valorizar o corpo da noiva plus size, há algo que jamais pode ser deixado de lado: o desejo da noiva. No dia do casamento, é ela quem deve se sentir linda e confiante. Por isso, o UOL Casamento conversou com dez mulheres plus size para ouvir os conselhos de quem já subiu ao altar e sabe a alegria de encontrar o vestido de casamento dos sonhos.

Pesquise muito

Acostumada a vendedores que oferecem apenas roupas enormes e completamente fora de moda, a bancária Elaine Domingues sabia que a busca pelo seu vestido seria complicada. Mesmo assim, ela pesquisou o modelo dos sonhos nas revistas de casamento e foi em busca dele em lojas em uma cidade próxima a sua, Pouso Alegre, em Minas Gerais.

Elaine foi surpreendida quando a vendedora voltou com um vestido muito parecido com o que tinha escolhido: e do seu tamanho. "Achei que ela iria trazer aquele modelo enorme, que ninguém aluga, e diria: ‘Para o seu tamanho, só temos esse’. Quando me vi no espelho, me deu vontade de chorar de tanta emoção", diz.

Mas encontrar o vestido de noiva ideal não é impossível. A fisioterapeuta Vanessa Marques achou o seu na primeira loja que visitou, na rua São Caetano, em São Paulo. "O meu plano inicial era mandar fazer, porque achei que nunca fosse encontrar o vestido dos sonhos. Quase todos são confeccionados para mulheres magras, não tem jeito", diz. 

Ouça os especialistas

Você já pode ter lido e ouvido mil e uma dicas, mas nada como ficar frente a frente com um especialista. A doceira Valéria Rodrigues aprendeu essa lição quando, já pensando em escolher um modelo simples, foi convencida a falar com o estilista de um estande em um evento de casamentos. "Ele me perguntou a data e o horário do casamento e me ajudou a escolher modelos com cortes perfeitos para o meu tipo de corpo".

Ela, que nunca pensou em usar babados e saias armadas --já que todo mundo diz que engorda-- acabou escolhendo um vestido exatamente assim, mas que a valorizou. Valéria aprendeu com o estilista que, para o vestido ficar bonito, é preciso de conhecimento e bom senso na hora de usar esses itens polêmicos. "O segredo é saber onde e o quanto desses detalhes colocar", afirma. 

Sinta-se bem com a escolha

De nada adianta seguir à risca as sugestões dos profissionais e vendedores se você não se sentir bem com a escolha. A designer Cintia Cavalcante, por exemplo, adora tomara que caia e não abriu mão do modelo, mesmo com os estilistas recomendando que as noivas plus size evitem o modelo. "Eu vesti e adorei. Mesmo que alguém dissesse que estava feio, eu estava me sentindo linda".

Outra adepta do modelo foi a assistente de recursos humanos Thais Ferreira. Ela também sempre ouviu que o tomara que caia poderia achatar a silhueta e evidenciar as gordurinhas, mas encontrou um modelo simples que fez seus olhos brilharem. Provou, olhou-se no espelho e pronto: sabia que era aquele.

Esteja aberta a opções

Também é importante ter em mente que aquele modelo de vestido dos sonhos pode não ser exatamente o melhor para você. Ou, pior: ele pode não estar disponível. 

Foi o caso da modelo plus size Aline Zattar, que sempre se imaginou casando com um vestido tipo sereia, mas acabou não encontrando nenhuma peça do tipo no seu tamanho. Aberta a outras opções, ela acabou optando por um tomara que caia com uma espécie de espartilho nas costas. Grávida de cinco meses na época, o modelo era tudo aquilo que Aline desejava.

A administradora Silvane Felix também mudou de ideia ao procurar o vestido ideal. Ela tinha apenas uma certeza: não queria nada muito chamativo, bordados ou modelo sereia. Mas a atendente da loja insistiu que ela provasse uma peça exatamente assim. "Foi digno de lágrimas de alegria ver como o modelo ficou em mim. Definitivamente, foi o vestido que me escolheu", diz.

Marcas internacionais

A supervisora administrativa Carolina Iglesias já procurava seu vestido um ano antes do casamento, pesquisando modelos nacionais e internacionais na internet. Porém, quando foi às lojas, não achou nada como queria. Ela chegou a consultar dois estilistas, que desenharam algumas opções, mas todas eram muito além do orçamento que tinha em mente.

Foi então que ela teve a ideia de pesquisar quanto sairia procurar o modelo perfeito no exterior. Junto de sua mãe, montou um roteiro de lojas em Orlando, nos Estados Unidos, e, quando viu uma promoção de passagens, não hesitou. Carol embarcou com sua mãe e foi direto para uma loja especializada, já com vários modelos pré-selecionados. Mas nada a encantou.

Sem desistir, sua mãe apareceu com um modelo tomara que caia com uma manta de renda, e ela provou, um pouco contrariada. Quando saiu do provador, viu as lágrimas nos olhos da mãe e escolheu a peça --a manta virou seu véu.

Quem também se aventurou com modelos importados foi a secretária executiva Livia Jentzsch que, depois de visitar mais de 20 lojas, não se conformou com o fato de não encontrar modelos feitos para o seu manequim. "Ouvia sempre promessas de fazer sob medida. Mas como comprar algo que eu não posso experimentar?".

Como ela sabia que, no exterior, as marcas já estão mais adaptadas a linhas plus size, resolveu procurar entre as estrangeiras. Foi assim que, finalmente, encontrou uma loja em Belo Horizonte (MG) que importava modelos de Paris (França). Era o que ela precisava. O modelo, um tomara que caia de corte assimétrico, era moderno e tinha uma saia que poderia ser encurtada na hora da festa. "Foi um sucesso, surpreendi todo mundo", diz Livia.

Siba lidar com os imprevistos

A fisioterapeuta Érika Picelli já estava com tudo pronto: encontrou o vestido de noiva que sonhava desde a sua formatura em uma loja em Santo André (SP), e só precisaria de alguns poucos ajustes. Uma semana depois, descobriu que estava grávida. 

Érika percebeu que seu vestido com corpete acinturado não poderia ser usado no grande dia, afinal, estaria com cinco meses de gestação. Ao voltar à loja e explicar sua situação, Érika foi apresentada a outro modelo: um tomara que caia --que, a princípio, nem passava pela cabeça da noiva.

"Naquele momento, me senti uma princesa da Disney", diz. A faixa de cetim que no original marcaria a cintura acabou ficando acima da barriga, abaixo do busto, e Érika ainda ganhou um bolerinho de renda transparente para combinar.