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10 queixas e problemas sexuais que os terapeutas mais ouvem

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

16/05/2016 07h05

De longe, a vida sexual de todo mundo parece perfeita, mas ninguém sabe ao certo o que acontece entre os lençóis alheios. Segundo o levantamento patrocinado por uma marca de preservativos, o Durex Global Sex Survey, 56% das mulheres e 51% dos homens brasileiros estão insatisfeitos no sexo. Mas, afinal, quais são os principais problemas e reclamações?

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Para saber o que anda atrapalhando a satisfação sexual, entrevistamos quatro terapeutas e especialistas no assunto, que revelam as queixas mais frequentes que ouvem em seus consultórios. Veja a seguir.

Fontes: Lina Wainberg, psicóloga especialista em terapia de casal e coordenadora do Comitê de Sexualidade da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul; Ana Canosa, psicóloga, terapeuta sexual e professora do Unisal (Centro Universitário Salesiano; Iracema Teixeira, psicóloga e terapeuta sexual, e Henrique Luz, psiquiatra e coordenador do ATASH (Atendimento Ambulatorial em Sexualidade Humana) do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (CE).

  • Falta de desejo

    O problema número um entre as mulheres que buscam o auxílio de um terapeuta costuma ser a ausência ou diminuição do desejo sexual. Ainda prevalece a ideia equivocada de que a excitação acontece apenas de maneira espontânea, mas o desejo deve ser provocado. Quanto mais pensamos em sexo, mais fantasiamos. Quanto mais sexo fazemos, mais desejamos. Apesar de menos comum, a falta de desejo tem crescido entre os homens. Estresse, problemas no relacionamento e o uso de antidepressivos são os maiores inibidores da vontade.

  • Ejaculação precoce

    A ejaculação precoce é a razão que mais leva os homens ao consultório, seguida da disfunção erétil. O problema também consiste no mais prevalente entre os gays que procuram auxílio.

  • Pouco sexo

    Muitos pacientes reclamam da frequência sexual. Na maioria das vezes, são os homens que manifestam desejo de fazer mais sexo do que as mulheres. As alterações hormonais, ciclos biológicos e até a dupla jornada feminina impactam na disposição das mulheres para a atividade sexual. Porém, às vezes, também existe uma expectativa fantasiosa, motivada pela pornografia e falsa ideia de que os outros transam mais. Deve-se ter em mente que a saúde sexual está mais vinculada à qualidade das relações.

  • Mulheres que não chegam lá

    A anorgasmia, ou seja, a incapacidade de chegar ao orgasmo é um problema frequente para as mulheres. No levantamento Durex Global Sex Survey, apenas 22% das entrevistadas disseram alcançar o orgasmo em todas as relações. Essa disfunção pode ter muitas causas, desde dificuldades no relacionamento até um bloqueio na hora de se entregar. O orgasmo requer perda de controle, uma entrega muito grande e produz uma sensação de vulnerabilidade. Falta de estimulação adequada, pouca afetividade e experiências anteriores traumáticas também podem ter relação com a anorgasmia.

  • Monotonia sexual

    Uma queixa geral é da falta do enamoramento e da mesmice sexual, o sexo que acontece sempre do mesmo jeito, sem nenhuma novidade. Não é fácil inovar nas práticas nos relacionamentos de longo prazo e em meio a um cotidiano repleto de compromissos. Porém, o esforço vale a pena.

  • Eles não se sentem desejados

    Outra queixa frequente entre os homens diz respeito ao comportamento das parceiras, sobretudo em relações mais longas. Alguns se sentem pouco desejados e ficam insatisfeitos com a falta de iniciativa para o sexo das namoradas ou mulheres, que assumem uma atitude exclusivamente responsiva. Nos consultórios, os homens costumam dizer que gostariam de perceber mais a atração que provocam em suas parceiras e que esperam por essas demonstrações.

  • Sem sintonia na cama

    Uma boa relação não é garantia de um bom ritmo sexual. Muitos casais se entendem muito bem na vida a dois, porém não possuem o mesmo nível de afinidade na cama. Essa falta de sintonia aparece com frequência nos consultórios. O desenvolvimento sexual, a maneira como cada um lida com as questões envolvendo a sexualidade e a educação recebida contribuem para essa disparidade. Dar-se conta de que não existe o par perfeito é um passo importante para reduzir as expectativas e tolerar melhor as falhas e peculiaridades do outro.

  • Disfunção erétil camuflada

    Dificuldade para ter ou manter a ereção é um dos problemas sexuais que mais acomete os homens. Uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia ao Ibope, em 2015, mostrou que 59% dos homens de 40 a 69 anos já tiveram alguma falha na ereção. Com a ejaculação precoce, é a razão que mais motiva os homens a procurar ajuda. Contudo, muitos estão adiando sua ida ao consultório. Com o advento dos medicamentos para ereção, menor quantidade de homens, infelizmente, busca o auxílio da terapia sexual para queixas de disfunção erétil. Além de causar dependência psicológica em alguns casos, os remédios podem camuflar outros problemas de saúde e a falta de desejo sexual.

  • Dor na penetração

    Depois da falta de desejo sexual e da dificuldade em chegar o orgasmo, aparece a dor na penetração como uma das queixas mais recorrentes entre as mulheres. Esse sintoma é chamado pelos médicos de dispareunia. Quando persistente, o problema pode estar ligado a diferentes causas de origem física, como inflamações na região pélvica, ou psicológica. Além disso, para evitar a dor durante a penetração, a mulher deve estar completamente preparada para o sexo, daí a importância da dedicação nas preliminares. É uma necessidade fisiológica, já que a região genital feminina é mais espalhada e precisa de mais tempo para que os vasos se irriguem.

  • Sexo para cumprir tabela

    Além de desejar mais sexo oral e anal, o que os terapeutas mais ouvem dos homens é o anseio por parceiras genuinamente dispostas para a atividade sexual. Nos consultórios, os homens também expressam com frequência o desejo de observar a mulher buscando o que é excitante para ela.