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6 motivos para ouvir Tiago Leifert e evitar o fanatismo no BBB17

Tiago Leifert fala um pouco antes do jogo da discórdia  - Reprodução/TV Globo
Tiago Leifert fala um pouco antes do jogo da discórdia Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL

06/04/2017 16h13

Após um paredão com votação recorde do BBB17 e a terceira maior votação da história do reality show, o apresentador Tiago Leifert fez uma crítica aos torcedores fanáticos durante o discurso de eliminação na última terça-feira (4). "Esse paredão não é sobre polarização. Não é uma luta do bem contra o mal. Quem vencer esse paredão não é o paladino da justiça, quem perder não é o demônio", afirmou.

De acordo com as especialistas ouvidas pelo UOL, de fato, temos muitos motivos para deixar o fanatismo de lado ao assistir ao programa, até porque esse tipo de comportamento está muito relacionado a uma idealização ou obsessão.

“Quando falamos em polarização, pensamos em duas coisas opostas: o certo e o errado. Mas na verdade essa visão é limitada, pois os dois fazem parte da mesma unidade. É só pensar um sentimento, como a raiva, ela tem seu lado negativo, mas pode ter um viés positivo, se for esse sentimento que faz a pessoa levantar todos os dias e lutar pelo que deseja”, exemplifica Marilena Bigoto, psicóloga especialista em desenvolvimento humano e diretora do ESEDES (Espaço Elaborado para o Desenvolvimento e Essência do Ser).

No entanto, essa polarização que acontece entre os fãs ávidos do programa é comum, pois tem a ver com o aprendizado de certos padrões. “Os seres humanos são diferentes e não aceitar isso é ir contra a sociedade. Cada um tem seu modo de pensar, agir e sentir e, por isso, é importante deixar a centralização de ideias de lado para agregarmos na vida um do outro”, diz.

Sendo assim, reunimos seis motivos para ouvir o apresentador do BBB17 e deixar o fanatismo de lado:

  • É sinal de imaturidade

    De acordo com a psicóloga Cristiane Pertusi, o fanatismo se assemelha a uma idealização, pois a pessoa que é fã só vê um lado da história, a metade da laranja. ?O pensamento polarizado é sempre imaturo e radical. Quando somos crianças, idealizamos a nós e a nossa vida. Conforme vamos crescendo, conseguimos ver que tudo tem seu lado bom e ruim. A maturidade só é alcançada quando conseguimos ver esses dois lados da moeda em nós e no mundo?, fala.

  • Nos traz uma visão distorcida da realidade

    Para a psicóloga, a polarização dá essa visão distorcida da realidade, pois não permite que a pessoa tenha uma visão completa da situação. "É um mecanismo de defesa. Como o ser humano não gosta de lidar com emoções relacionadas a incerteza, ninguém quer rever seus conceitos e pensar que realmente pode estar errado. O ser humano tem essa necessidade de ter controle de tudo, mas não percebe que as ideologias que segue são criadas a partir do seu próprio mundo e, mesmo assim, seguem julgando os outros com essa régua própria", diz Cristiane.

  • Nos impede de evoluir

    Na opinião de Cristiane, as polarizações são formas errôneas de tentar controlar o mundo a nossa volta e até nossos próprios sentimentos. "Ao polarizar as coisas, não evoluímos. O ser humano tentar se sentir seguro e controlar suas questões pelas crenças radicais, mas tudo que é crença limita a nossa maturidade e evolução", acredita.

  • Traz agressividade para as relações

    Os torcedores do BBB são apaixonados pelos participantes do programa e são conhecidos por fazerem mutirões de votação para eliminar os "inimigos" de seus ídolos no jogo, entre outras atitudes. Mas, para Cristiane, torcer de forma muito radical pode trazer certa agressividade para as relações. "As pessoas se tornam agressivas com questões divergentes. Quando alguém não torce para a mesma pessoa, por exemplo, ela se agarra no radicalismo para demonstrar poder e tentar persuadir. Assim, há quem perca um pouco da noção e das visões", explica Cristiane.

  • Afasta as possibilidades de diálogo e aprendizado

    De acordo com Maristela, quando temos um pensamento ou uma ideia polarizada é difícil abrirmos mão daquela opinião e isso dificulta o diálogo. "Esse conceito definido inviabiliza o diálogo com as outras pessoas que não pensam do mesmo jeito que você. Ao acreditar que sou mais inteligente que os demais, por exemplo, me fecho e não escuto essas pessoas. E isso é muito ruim para sociedade, pois assim, ninguém aprende com ninguém", fala.

  • Dificulta entender que não há certo e errado

    Para Marilena, deixar o fanatismo de lado nos faz aprender que todo mundo tem direito a pensar e ser diferente. "Não existe um certo e um errado. Existem acontecimentos que fazem a vida ser de um jeito ou de outro. Como um reality é vivido e não gravado, são pessoais reais expondo suas diversidades ao ter a mente aberta fica mais fácil entender que ninguém está 100% certo ou errado", explica.