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Estudo diz que gays que saem do armário são menos estressados

Pesquisadores testaram os níveis de cortisol --um hormônio do estresse-- e outros indicadores de tensão - Thinkstock
Pesquisadores testaram os níveis de cortisol --um hormônio do estresse-- e outros indicadores de tensão Imagem: Thinkstock

29/01/2013 12h35

MONTREAL, 29 Jan 2013 (AFP) - Gays e lésbicas que assumem sua orientação sexual são menos estressados em relação aos que não saem do armário, e frequentemente mais relaxados que heterossexuais, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira.

Pesquisadores do Hospital Louis H. Lafontaine, afiliado à Universidade de Montreal, testaram os níveis de cortisol --um hormônio do estresse-- e outros indicadores de tensão em homossexuais, bissexuais e heterossexuais.

"Contrariando nossas expectativas, homens gays e bissexuais têm menos sintomas depressivos e níveis menores de carga alostática (uma medida do estresse do corpo) do que homens heterossexuais", afirmou Robert-Paul Juster, o principal autor do estudo.

"Lésbicas, gays e bissexuais que se assumiram para suas famílias e amigos tinham níveis menores de sintomas psiquiátricos e menores níveis de cortisol pela manhã em relação aos que ainda estavam no armário", acrescentou.

Os pesquisadores testaram 87 homens e mulheres, todos por volta de 25 anos, administrando questionários psicológicos e realizando exames de sangue, saliva e urina para medir o estresse.

A descoberta, publicada nesta terça-feira na Psychosomatic Medicine, pode dar apoio aos defensores dos direitos dos homossexuais.

A província majoritariamente francófona de Quebec tem sido um refúgio para homossexuais franceses que afirmam sofrer intolerância em seu país natal, que está agora envolvido em um intenso debate sobre a legalização do casamento gay e a adoção por homossexuais.

"À medida que os participantes do estudo desfrutam de direitos progressistas no Canadá, eles podem se tornar inerentemente mais saudáveis e resistentes", disse Juster.

"Sair do armário não é mais um assunto de debate popular, mas uma questão de saúde pública. Internacionalmente, as sociedades devem se esforçar para facilitar essa autoaceitação, promovendo a tolerância, o avanço da política e a dissipação do estigma de todas as minorias".

Quando perguntado sobre o pequeno número de pessoas analisadas, Juster disse à AFP que devido ao custo do estudo --com cada participante recebendo 500 dólares-- o número de pessoas pesquisadas foi "respeitável".

Ele acrescentou que estudos neurológicos frequentemente buscam mais informações detalhadas de um pequeno conjunto de temas em comparação com a pesquisa epidemiológica.