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A 'diva do divórcio' que ajuda os milionários do mundo a se separar

Uma hora do tempo de Ayesha Vardag não sai por menos de R$ 3 mil - VARDAGS
Uma hora do tempo de Ayesha Vardag não sai por menos de R$ 3 mil Imagem: VARDAGS

19/06/2017 18h31

Se algum dia você vir ou souber que seu parceiro ou parceira está se encontrando com Ayesha Vardag, há razões para entrar em pânico.

A advogada, de 49 anos, é uma das mais famosas e requisitadas especialistas em divórcio no mundo. Ganhou o apelido de "diva do divórcio" e se concentra em clientes com contas bancárias avantajadas.

Seu escritório de advocacia, o Vardags, tem sede em Londres e ajudou a consolidar a reputação da cidade como "a capital mundial dos divórcios".

O Vardags atrai clientes ricos de todas as partes do mundo e não raramente promove uma verdadeira corrida entre maridos e mulheres para ver quem procura Ayesha primeiro.

"É realmente um caso de quem chega primeiro para garantir que eu os represente, e não o outro lado", conta a advogada.

Sua reputação de vitoriosa permite que cobre pequenas fortunas. Uma hora de seu tempo não sai por menos de R$ 3,3 mil - o Vardags tem uma receita anual de mais de R$ 42 milhões por ano.

No mundo legal, porém, o sucesso de Ayesha não é bem recebido por todos. A advogada é acusada de narcisismo e de ser muito agressiva nos casos que assume. Sobre isso, ela simplesmente responde que algumas pessoas não gostam de mulheres fortes.

"Sou sempre cortês com o outro lado, mas implacável na litigação. Não desisto ou me encolho, e algumas pessoas não estão acostumadas com mulheres que tomam essa atitude", diz.

"Sou direta e determinada. E tomo meu espaço à mesa. Algumas pessoas podem achar isso intimidador. Mas também me pergunto se não há um elemento de sexismo nisso tudo."

Experiência própria

Nascida em Oxford, filha de pai paquistanês e mãe inglesa, Ayesha foi basicamente criada pela mãe. E conseguiu chegar à prestigiada Universidade de Cambridge, onde concluiu o curso de Direito.

Trabalhou com casos ligados às áreas de finanças e comércio até o ano 2000, quando ela mesma passou por um divórcio litigioso. Foi a partir daí que decidiu se dedicar ao Direito Familiar. "O advogado que cuidou do meu divórcio me contratou", lembra ela.

"O Direito Familiar é desafiador, mas tem algo mais imperativo. Você está lutando para que pessoas mantenham suas casas, seus negócios ou mantenham contato com seus filhos. Coisas fundamentais."

Ele deu início ao escritório próprio em 2005, usando um cômodo de sua casa. Com três filhos para criar e sem clientes, investiu pesado no networking: frequentou os mais variados tipos de eventos em Londres, de bailes de caridade a aberturas de exibições, e em todos eles se apresentou a potenciais clientes.

O primeiro deles foi uma mãe que conheceu na escola dos filhos durante uma reunião. Ayesha conseguiu um acordo considerado bom pela cliente. Logo sua reputação cresceu.

Hoje, ela comanda um time de 55 advogados em cinco cidades britânicas.

Fama

Hoje, Ayesha é "figurinha" fácil na TV para comentários em reportagens sobre divórcios e Direito Familiar. O sucesso da firma fez com que ela tenha passado os últimos dois anos em Dubai, em busca de clientes ricos no Oriente Médio.

A advogada não comenta trabalhos individuais, mas basta uma busca na internet para encontrar seu nome associado a alguns dos casos mais lucrativos dos últimos anos. No início de 2017, por exemplo, Ayesha ajudou a ex-miss Malásia Pauline Chai a receber o equivalente a mais de R$ 250 milhões em seu divórcio.

Em 2009, conseguiu que um tribunal considerasse válido o acordo pré-nupcial entre uma herdeira alemã e seu marido. Foi a primeira vez que o Judiciário britânico reconheceu esse tipo de documento.

"Ayesha teve uma ascensão meteórica e gosto muito dela. Sei que algumas pessoas a consideram agressiva, mas há muita inveja entre advogados, em especial de uma mulher que encontrou muito sucesso", afirma Vanessa Lloyd Platt, rival da "diva" no mercado de divórcios. "Tenho muita admiração pelo que ela conseguiu e lhe desejo sorte."

O envolvimento de Ayesha nos casos pode variar de aconselhamento à condução. Ela diz que clientes pagam seus preços porque sabem que seus serviços "podem fazer uma diferença que vale milhões".

"Algumas pessoas usam a palavra 'diva' como insulto, mas vejo como elogio. Sou determinada e direta, ao mesmo tempo em que sou colorida e extravagante."