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Mudança de asilo faz casal prever 1º Natal separado em 73 anos e provoca revolta nas redes

Audrey e Herbert disseram adeus pela primeira vez em 73 anos  - Dianne Phillips/Facebook
Audrey e Herbert disseram adeus pela primeira vez em 73 anos Imagem: Dianne Phillips/Facebook

20/12/2017 09h54

Um casal de idosos canadense ficou desolado ao ter de se separar pela primeira em sete décadas, e a uma semana do Natal.

Herbert Goodine, de 91 anos, foi informado de que teria de deixar a unidade de cuidados médicos continuados onde vivia com sua mulher, Audrey Goodine, de 89, e ir para um asilo que oferece "cuidados mais avançados".

O estabelecimento onde moravam no Canadá deu a notícia na sexta-feira e avisou que a mudança deveria ocorrer no fim de semana.

"O plano foi executado e meu pai, transferido. Ele chorou ao se despedir da minha mãe, seus semblantes ficaram solitários", escreveu na segunda-feira Dianne Goodine Phillips, filha do casal, em uma postagem no Facebook.

A história provocou indignação em todo o país e revolta nas redes sociais.

'O Natal acabou para nós', disse Audrey antes da separação - Dianne Phillips/Facebook - Dianne Phillips/Facebook
'O Natal acabou para nós', disse Audrey antes da separação
Imagem: Dianne Phillips/Facebook


Uma usuária comentou na postagem de Dianne no Facebook: "Me desculpe, mas isso é absolutamente terrível. Como podem fazer isso com eles? Infelizmente, na minha experiência, isso não acaba bem. A mudança é a coisa mais difícil para os idosos, e separá-lo da esposa, com quem está há 70 anos, é criminoso."

No Twitter, um homem também falou sobre o assunto: "Isso é tão errado... Não há sentimento. Eles não se importam".

Outra usuária questionou: "Quando começamos a tratar pacientes como coisas e não como pessoas?".

'O Natal acabou para nós'

Em uma postagem anterior, no domingo, a filha havia relatado que os pais choraram o falar da mudança.

"Minha mãe disse: o Natal acabou para nós, esse será o pior Natal que teremos. Por que eles não poderiam esperar o fim das festas?", escreveu Dianne na mensagem, que desde então teve mais de 17 mil compartilhamentos.

Ela disse ter recebido na sexta-feira uma ligação do departamento que supervisiona os cuidados médicos de longa duração informando que seu pai, cuja saúde piorou recentemente, teria de ser transferido para uma casa com cuidados mais avançados.

A filha diz que, após pedir repetidas vezes que adiassem a mudança para depois do Natal - o que foi negado -, o departamento solicitou que ela decidisse para onde seu pai seria transferido. E que, como ela demorou algumas horas para dar uma resposta sobre isso, representantes do serviço abordaram o casal de idosos e "o forçou a tomar a decisão".

"O meu pai foi reavaliado há uma semana, e agora requer cuidados de nível 3. Minha mãe permanece em nível 2. A Victoria Villa (onde viviam juntos) é uma casa de cuidados de nível 2, então entendo que meu pai precise se mudar", afirmou Dianne na postagem da segunda-feira.

Ela disse ter recebido a informação de que haveria recursos para atender às necessidades de seu pai por mais alguns dias e, assim, permitir que permanecessem eles juntos até o Natal, mas que isso não foi oferecido à família.

"Nós estamos aguardando respostas para esclarecer como algo assim pode acontecer. Meu pai pode ter necessidades (especiais), mas, como qualquer outro cidadão, tem o direito de aproveitar sua vida. E passar esse período (do ano) com sua mulher era parte disso", acrescentou ela, que também pediu às pessoas que continuem apoiando.

"Isso não deveria voltar a acontecer com nenhum ser humano", completou.

Resposta

Um representante do asilo em que o casal vivia junto também usou o Facebook para comentar o assunto.

Ele postou: "Uma vez que um residente está além do nosso nível (de cuidados) e o (departamento de) desenvolvimento social reavaliou seu nível, eu tenho que seguir as regras e regulamentos estabelecidos pelo governo".

"Não seguir as regras é contra a lei, eu poderia perder minha licença se não fizesse isso. A decisão foi tomada e está fora das minhas mãos."